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sábado, 1 de março de 2014

O Reino de Álfheim

Conhecendo a Própria História

Parte 2



     Depois que todos já estavam assentados à mesa e aguardavam o início da história, Myradar começou a contar.
     _ Há alguns anos, quando a Princesa Lhóryen ainda era um bebê, o reino não era dividido entre luz e escuridão. Existia apenas um rei, e que comandava todas as terras desse mundo. O rei nessa época era o sábio Zorhadar, e ele tinha dois filhos; o príncipe Koryel; que era solteiro; e o príncipe Álfheim; que além de ser casado, tinha uma filha chamada Lhóryen. Koryel era o primogênito, e vivia dizendo aos quatro ventos que ele seria o próximo rei; já Álfheim não tinha anseio algum em ser rei, só queria cuidar bem de sua família. - O elfo fez uma pausa, tomou um líquido amarelo que estava em uma taça de cristal em cima da mesa, e só então continuou. - Um certo dia Zorhadar já cansado dos deveres de um rei, decidiu passar sua coroa e coroar um rei novo. Quando o primogênito soube da notícia e que o pai já havia marcado a cerimônia de coroação, passou a se sentir rei e a destratar a todos no reino, inclusive a seu próprio irmão. - Myradar deu mais um gole na bebida amarela antes de continuar. - Chegando o dia da cerimônia, os principais do reino se encontravam na sala do trono. Em poucas palavras o rei disse que ele visava o melhor para o reino e que o próximo rei seria um rei justo e compreensivo. Todos na sala sabiam que Koryel não era assim, e antes que começassem com burburinhos, o rei disse que Álfheim seria o novo rei. O povo élfico ficou satisfeito, mas Koryel se rebelou e saiu do palácio alegando que se vingaria.      
     Anos se passaram, e chegara a notícia que Koryel fizera aliança com forças de magia negra e que passara a se chamar Korboc. Muitos elfos se aliaram a Korboc para terem mais poderes, e assim passaram a ser os Elfos Negros, servos de Korboc ou os chamados Korbocs. - Após uma pausa rápida, o elfo continuou. - Um dia que a princesa já jovem saiu para caminhar, Korboc a sequestrou e a levou para o mundo dos humanos, abrindo o portal proibido. O Elfo Negro deixou a princesa abandonada no mundo dos humanos e voltou para cá. Foi nesse período que Lhóryen conheceu Lucas; seu pai. Ele a ajudou, cuidou dela por anos. Quando você nasceu, seu avô teve um sonho, e através desse sonho os soldados reais a encontraram. Foi difícil convencê-la em deixa-lo e retornar para nosso mundo, pois ela precisava voltar, porque os elfos no seu mundo ficam doentes quando permanecem nele por muito tempo. De certa forma você prolongou a saúde dela, mas se ele não voltasse, ela morreria. Só conseguimos convencê-la, quando dissemos que deixaríamos um guardião para protegê-lo.
     _ Por que ela não me trouxe com ela?
     _ Porque seu pai não suportaria perder você e sua mãe ao mesmo tempo! Então ele prometeu ficar calado e deixar sua mãe partir, se você ficasse com ele.
     _ Como Fhólyn conseguiu permanecer esse tempo todo sem ficar doente?
     _ Ele vinha para nosso mundo todo final de semana, eram os únicos dias que você ficava sem o guardião. Nesses dias, seu pai cuidava de você sozinho.
     _ Então é por isso que ele não deixava eu sair de casa aos sábados e domingos.
     _ Por muito tempo tudo ficou tranquilo, até seu avô Álfheim morrer e Korboc resolver tomar o trono para ele. O Elfo Negro enviou uma mensagem para Lhóryen afirmando precisar conversar com ela, pois dizia estar arrependido, e que o encontro deveria ser somente entre os dois.  A princesa acreditando nele, partiu sozinha. Depois disso não tivemos mais notícias da princesa. Prevendo que Korboc iria atrás de você também, mandamos Fhólyn ficar atento e avisar o seu pai, mas antes que ele conseguisse falar com o Lucas, Korboc atacou a sua escola. Foi muita sorte você não ter sido capturado também.
     _ Não foi sorte! - Disse Élfhaim. - Fhólyn lutou muito bem contra os Korbocs. - E olhando para o protetor, o jovem continuou. - Ele me salvou. Graças a ele estou bem!
     _ Não fiz mais do que minha obrigação. - Concluiu o sacerdote.
     _ Por qual razão meu pai não veio com minha mãe?
     _ Nenhum ser humano consegue atravessar o portal para este mundo. Por esse motivo ele não veio junto com a princesa. - Falou um dos Elfos de Alto Grau.
     _ E agora que estou aqui, qual será o plano de vocês?
     _ Com você seguro e vivo, Korboc não poderá reinvindicar o trono, pois você é o herdeiro do trono após sua mãe. - Disse Myradar. - Ele só poderá tomar o trono se vencer o seu exército através de uma invasão. - Ele respirou fundo e continuou. - E esse deve ser o próximo passo dele. Você passará por treinamentos pesados e intensivos para que descubra as suas habilidades. Quando estiver pronto, você será coroado o novo rei.
     _ E minha mãe? O que acontecerá com ela?
     _ Infelizmente não podemos fazer nada a respeito! - Disse um dos elfos colocando-se de pé. - Temos que torcer para que ela esteja bem.
     _ Ordeno que enviem um grupo de busca para localizá-la. - Disse Élfhaim com autoridade.
     _ Você não tem autoridade sobre nós príncipe! - Disse o elfo que estava em pé. - Nós, Elfos de Alto Grau, somos sujeitos apenas a autoridade do rei coroado, e você ainda não foi.
     _ Pois bem então. Preparem para servir a Korboc. Eu não vou ficar aqui; partirei hoje mesmo para meu mundo e abrirei mão de tudo aqui!
     _ Não precisa disso! - Falou Myradar. - Enviaremos um grupo de busca. Agora vamos levá-lo para o centro de treinamento.


     Enquanto o príncipe treinava, o grupo de busca tentava localizar o paradeiro de Lhóryen. A cada dia ele ficava mais forte, e esperava notícias do grupo. Um certo dia enquanto o príncipe treinava, uma notícia chegou. Correndo para saber do que se tratava, Élfhaim soube que a mãe estava viva, mas aprisionada por Korboc. Aquelas palavras soaram como uma música aos ouvidos dele, e imediatamente Élfhaim cessou os treinos e decidiu ir ao resgate de sua mãe.
     _ Chega de treinamentos. Vou em busca da minha mãe. - Ele falava com muita autoridade. - Preciso resgatar uma das pessoas mais importantes em minha vida e que eu ainda não conheço.
     _ Você não pode sair daqui! - Disse Myrador. - Você ainda não está pronto.
     _ Estou mais que pronto! Quem ousar me impedir, terá que me enfrentar.
     _ E será isso que nós faremos.
     Os quatro Elfos de Alto Grau se reuniram um ao lado do outro e fizeram uma barreira impedindo a passagem. O príncipe não quis esperar que um deles começasse a atacar, então foi logo partindo para cima deles. O primeiro elfo ficou invisível, o segundo se movia muito rápido, o terceiro ficou parado no mesmo lugar, enquanto Myrador lançava rajadas de energia branca. Élfhaim desviou dos ataques de Myrador, e correu em direção ao elfo que havia ficado parado, mas antes de chegar próximo dele, o elfo que se movia rapidamente, passou uma rasteira nele e o fez cair de rosto no chão. O garoto não perdeu tempo, levantou-se muito rápido e encarou o elfo parado e o atacou, mas feriu sua mão, porque o elfo estava duro como uma rocha. O jovem elfo vendo que Myrador lançava novos ataques, ficou de frente para o elfo de pedra e esperou o último segundo para desviar. Um ataque de Myrador refletiu e o segundo derrubou o elfo de pedra deixado-o fora de combate. O ataque refletido de Myrador quase o acertou, mas ele desviou no último segundo, porém ele não esperava um ataque seguido de Élfhaim. Myrador levou um ataque que o deixou inconsciente. O elfo que movia rápido parou de repente, e quando o príncipe encarava-o ele não percebeu o elfo que estava invisível se aproximar e tocar nele. Algo estranho acontecera com aquele toque, pois as energias do príncipe agora eram drenadas, e ele se sentia cada vez mais fraco.
     _ Desista garoto, você não está pronto ainda.
     _ É aí que vocês se enganam.
     O jovem invocou seus poderes. O palácio que era construído sobre uma grande árvore começou a balançar, e quando eles menos esperavam, galhos enormes quebraram as vidraças e partes da parede, e foi se enroscando nos últimos dois Elfos de Alto Grau que ainda estavam de pé. Os galhos apertavam os elfos fazendo-os gritar de dor e agonia. Eles não acreditavam que o jovem príncipe tinha aquela capacidade e aquele poder todo. Seus corpos seriam esmagados, se eles não gritassem por misericórdia. Élfhaim estava tão concentrado em ter que vencer para salvar sua mãe, que não percebeu o que estava prestes a fazer. Ele não ouviu o pedido de misericórdia, e só parou, quando Fhólyn tocou em seu ombro e o fez despertar de seu ataque de fúria.
     _ Acabou Élfhaim. - Disse Fhólyn. - Você venceu.
     O príncipe não disse nada, apenas subiu em um dos galhos de uma árvore e saiu pela janela. Seguindo o grupo de rastreadores, Élfhaim seguia determinado.  Eles entraram em uma floresta, cujas árvores eram estranhas, como se fossem encantadas para impedir a passagem de quem nela entrasse. As árvores não impediam a passagem de ninguém, mas dificultava bastantes todo o percurso. Percebendo que demoraria muito tempo para ultrapassar aquele caminho pela floresta, Élfhaim invocou seus novos poderes e abriu passagem, forçando cada árvore à sua frente criar um corredor e permitir a passagem livremente. Quando eles começavam a se aproximar do Palácio de Korboc, vários Elfos Negros surgiram pelo caminho e tentaram impedir a passagem. Os Elfos da Luz que acompanhavam Élfhaim, se dispuseram enfrentar os inimigos, enquanto o príncipe seguia sozinho a caminho do palácio.
     Cerca de vinte minutos de corrida, o jovem elfo finalmente avista o palácio do inimigo. A visão era muito bela, e ele não entendia como alguém que servia a escuridão poderia viver em um lugar tão bonito como aquele. O palácio era construído sobre um lado, com passarelas feitas em pedras. Suas paredes eram reforçadas, e parecia impossível de ser invadido. O garoto sentira uma sensação estranha, mas continuou andado, e quando ele estava prestes a pisar na passarela de pedra, seu corpo se camuflou, tomando para si cada pigmentação daquele local. Como um camaleão, agora o príncipe estava invisível aos olhos destreinados. Com muita tranquilidade ele continuou sua invasão, e conseguiu entrar sem nenhuma dificuldade o palácio de seu tio; mas claro que ele desviava dos Elfos Negros para que ele não fosse percebido.
     Já dentro do palácio, Élfhaim pode perceber que o que ele vira do lado de fora, não passava de uma ilusão. Pois o palácio pelo lado de dentro, não passava de um lugar destruído e acabado. As paredes eram descoradas e trincadas. O chão era sujo e o cheiro era horrível; mas mesmo assim ele não quis parar. Ainda camuflado, Élfhaim ficara ouvindo a conversa dos Korbocs para descobrir onde estava sua mãe, e isso não demorou muito tempo.
     O jovem elfo corria por um corredor com cuidado até ouvir um grito agudo vindo de uma mulher; nesse momento ele aumentou sua velocidade e não percebeu quando seu corpo voltara ao normal. O garoto avistara uma porta grande e reforçada, e antes de chegar até ela, uma raiz grande arrombou a porta liberando a passagem e revelando uma linda princesa acorrentada em um mastro.
     _ Mamãe? - Foi a primeira coisa que ele disse quando a viu. - Vou libertá-la desse monstro.
     O garoto correu diretamente até a mãe sem olhar para os lados. Quando ele ia tocar na corrente, um chicote negro se enrolou em seus pés e o arrastou de volta, lançando-o no meio de vários Elfos Negros.
     _ Não será tão fácil assim garoto. - Disse Korboc gargalhando. - Você terá que se esforçar muito para libertar sua querida mãe.
     O jovem príncipe colocando-se de pé e encarado seu grande inimigo, diz com voz firme e furiosa:
     _ Então se preparem, pois hoje vocês se arrependerão de terem mexido com o herdeiro do Reino de Álfhein.
     O jovem concluiu partindo para cima do Elfos Negros que estavam próximos a ele. E em seus olhos era possível de se ver que, medo, não era um sentimento que fazia parte dele naquele momento.







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