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segunda-feira, 31 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 11 - Encurralando o Suspeito



     Cristian acabara de ligar o aparelho de DVD, e se ajuntara ao lado dos demais. A imagem não tinha áudio, apenas era possível ver o que acontecia. Com o controle remoto na mão, Cristian avançava o vídeo e parava sempre que suspeitavam de alguma coisa. Quando a filmagem estava aproximando do horário da morte de Eloíse, mais uma vez Miguel aparece nas imagens. O suspeito aparecia no vídeo caminhando rapidamente em direção ao seu veiculo, quando alguém que ainda não aparecia nas imagens chamara por ele; pois o suspeito virou-se e ficou aparentemente conversando com alguém. Então depois de cinco minutos de conversa, Miguel da uma olhada para a câmera do estacionamento; sabendo que ela estava lá; ele propositalmente encaminha mais um pouco em direção ao seu veiculo, dando leves olhadas para trás e seguindo em frente, até que ele finalmente pára e volta a discutir com alguém, mas dessa vez foi possível ver com quem ele discutia. Era João, o pai de Eloíse. Eles discutiram só por mais um minuto, e depois Miguel entrou no próprio carro e foi embora. Depois disso, Cristian voltou as imagens ate o início que Miguel aparece. O investigador ficou olhando as imagens com muito critério e cuidado até o momento que o suspeito vai embora; então ele volta a imagem novamente.
     _ O que você está fazendo Cristian? - Sabrina perguntou sem entender o motivo dele voltar tanto as imagens várias vezes para o mesmo ponto.
     _ Eu estou tentando ler os lábios de Miguel.
     _ E conseguiu? - Perguntou Dr. Roberto surpreso com a inteligência e capacidade do garoto. - Ele fala algo importante para as investigações?
     _ Consegui ler sim. Li somente as falas dele, pois como João aparece mais de costas do que de lado, não consegui fazer a leitura dos lábios dele. - Afirmou o garoto olhando para o delegado e depois para Mirella, que sorria para ele. - Miguel começa dizendo. "Eu já estou indo embora". João provavelmente fala alguma coisa. Então pra não ficar interrompendo minha leitura para dizer que João está falando, vou falar "pausa" na fala dele. Continuando a fala de Miguel. "Você me ameaça, mas esquece que está tão sujo quanto eu nessa história. Ou melhor, seu caso é pior que o meu". Pausa. "Eu não tenho como provar"? Pausa. "Então vai esperando". Pausa. "Problema é seu se você não acredita em mim. Já falei que não fui eu quem matou Eloíse. E não vou ficar mais discutindo com você. Não te devo satisfação nenhuma mais". - Nesse momento Miguel olha para a câmera e começa a andar para que João aparecesse. E então continuou discutindo. - "Te afirmo com toda certeza, que se você me entregar, eu posso provar tudo". Pausa. "Você ainda pergunta o que vou provar? Não se faca de idiota, que alguém no seu status, nunca seria o que e se fosse idiota. Por isso não finja não saber do que estou falando". Pausa. "Fique avisado você também!" - Então Miguel caminha ate o veiculo e vai embora.
     _ Isso muda algumas coisas na investigação. - Falou Dr. Roberto. - Precisamos que você passe para o papel o que acabou de fazer ai.
     _ Não precisa! - Disse Mirella assentada atrás de um computador. - Enquanto Cristian falava, eu ia digitando aqui. - Ela pôs-se de pé. - As falas desse Miguel já estão todas digitadas.
     _ Muito bem Mirella. - Disse Dr. Roberto olhando para a novata. - Pelo visto temos mais uma investigadora eficiente.
     _ Precisamos interrogar Miguel Matarazzo agora mesmo. - Afirmou Sabrina pegando na impressora as falas digitadas do suspeito e anexando junto dos outros arquivos na pasta.
     _ Concordo com ela. - Disse Cristian. - Temos que ouvi-lo agora mesmo.
     _ Vou mandar trazê-lo até aqui. - Dr. Roberto saiu da sala assim que terminou de falar.
     Quinze minutos depois, Miguel adentrava a sala escoltado pelo próprio delegado, e acompanhado do
escrivão que havia saído da sala assim que eles foram ver as imagens da câmera do hospital .
     _ Pronto, ele já está aqui. - Disse Dr. João. - Podemos começar.
     _ Miguel Matarazzo. - Sabrina iniciou a oitiva de pé. - Você confessa ser o assassino de Eloise?
     _ Eu não confesso uma coisa que eu não fiz!
     _ E você confessaria se tivesse feito?
     _ Talvez. Se eu visse que não tinha mais saída.
     _ Pois bem! Alem de assassinato, você também está sendo acusado de porte e posse ilegal de arma de fogo; tentativa de homicídio contra um policial; e assalto a diversos recintos na área leste da cidade. - Ela fez uma pausa, assentou-se e olhado no fundo dos olhos dele, ela disse. - A meu ver, você não tem saída, está ferrado de qualquer jeito; mesmo que seja inocentado no caso de homicídio contra Eloise. - Ela deu um sorriso de satisfação. - Então confesse logo, que assim sua pena será menor.
     _ Já disse que não matei a Eloise. Eu a amava de verdade. - Ele tentou disfarçar a tristeza no rosto. - Assalto? - Disse ele subitamente. - Vocês estão me acusado de assalto também? Quem disse isso para vocês?
     _ O Sr. João disse no depoimento dele ontem. - Cristian tomou a frente da investigadora e blefou para o suspeito. - Então já sabemos que você faz parte dos assaltos, só precisamos que você nos conte a sua versão da história.
     _ Aquele velho miserável esta tentando me acusar de algo que não fiz!
     Sabrina sacou a jogada de Cristian, e lembrando-se das falas do vídeo, ela começou a blefar também.
     _ O Sr. João fez sérias acusações a seu respeito, que batem perfeitamente com os casos de assalto investigados por essa delegacia. - Ela fez uma pausa. - Ele ainda nos disse que você tentaria acusá-lo injustamente só porque ele te ameaçou contar a verdade.
     _ E se foi ele mesmo quem disse isso... - Falava Miguel. - como ele ficou sabendo dessa historia toda sem ter participação também?
     _ Você confessa fazer parte dos assaltos? - Perguntou Cristian interrompendo mais uma vez.
     _ Não confesso nada, já disse! - O suspeito falou irritando-se. - Como você me explica isso? Como ele afirma algo com tanta certeza sem provas e sem fazer parte também?
     _ Nós é quem fazemos as perguntas aqui. Você só responde. - Disse Sabrina alterando o tom da voz. - Mas vou te responder. - Ele nos disse que Eloise sabia de tudo; que ela contou para ele, e que por esse motivo você a matou. - Sabrina sorriu satisfeita mais uma vez. - E cá pra nós, as informações dele batem perfeitamente. É questão de tempo para que você seja condenado por esses crimes também.
     _ Aquele velho desgraçado cumpriu a promessa dele. Me acusou mesmo. - Miguel falava com ódio no olhar. - Pois bem investigadora, prepare-se para ouvir tudo o que eu tenho para dizer. - Ele afirmou olhando para Sabrina assentada em sua frente.
     _ Primeiro. - Ele pausou com certa ênfase. - Afirmo que a acusação dele de que eu matei a filha dele porque ela sabia dos assaltos, é totalmente falsa. - Ele pausou novamente. - Confesso ter participações nos assaltos da área leste da cidade, mais somos um grupo de cinco pessoas, fora o líder que só participa do planejamento dos assaltos; a parte pesada e prática, somos cinco.
     _ Qual o nome deles?
     _ Não vou entregar a todos investigadora. Vou dizer apenas o nome do nosso líder. - Ele encarou Sabrina. - O nome do nosso líder é João Salomão.
     Todos na sala com exceção de Mirella e o escrivão ficaram surpresos com aquela afirmação.
     _ Você está me dizendo que o pai de Eloise é o líder do seu bando de assaltantes?
     _ Sim. Afirmo com toda certeza. - Ele abaixou a cabeça. - Eu não matei Eloise, ainda sinto falta dela. Mesmo que ela descobrisse essa história dos assaltos; porque ela não sabia mesmo; eu não faria isso a ela. Matar é um pouco demais até para mim.
     _ Mas você pode estar fazendo essas acusações contra o Sr. João só porque ele te entregou. - Disse Cristian. - Você consegue provar tudo o que disse?
     _ Sim! - Ele falou olhando para o investigador.
     _ Vai provar isso como? - Sabrina perguntou ansiosa pela resposta.
     _ Em minha casa existe um compartimento falso no chão. Nesse compartimento tem uma gravação feita por uma micro câmera; gravação esta que mostra o rosto de João Salomão nos instruindo para o próximo assalto. O último assalto; o que fora feito em uma joalheria.
     _ Pois bem! O que te levou a fazer essa gravação?
     _ Pelo fato de João intrometer muito no meu namoro com a filha dele e sempre me fazendo ameaças. - Miguel pausou para respirar. - Ele sempre dizia que se eu continuasse com o namoro, ele daria um jeito que eu fosse preso. Foi por isso que ajeitei uma maneira de ferrá-lo caso ele cumprisse com a palavra.
     _ Precisamos dessa gravação. - Disse Sabrina.
     _ É necessário que vocês me levem até minha casa para que eu  pegue a gravação. - Ele parou um pouco, pensou e depois continuou. - E quero falar com meu advogado antes de ser levado até lá.
     _ Tudo bem Miguel, levaremos você até a sua casa, mas antes deixaremos que você entre em contato com seu advogado. - Dr. Roberto falou tranquilamente e satisfeito com o resultado da oitiva. - Mas isso só poderá ser feito amanhã.
     _ Por mim tudo bem. Amanhã serve, eu não vou sair daqui, vou ficar esperando. - Miguel concluiu dando risadas da própria piada.
     _ Vou adiantar a informação para o juiz. - Disse Dr. Roberto. - Pois quando tivermos a gravação nas mãos, o mandado de prisão para João Salomão sairá bem rápido. - Ele pausou. - Agora pode chamar a próxima testemunha para continuarmos com as oitivas.
***




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