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quarta-feira, 26 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 3 - Os Mortos Não Falam



                                                
     Enquanto Sabrina tomava seu café, Cristian dava uma olhada nas informações da pasta. E em voz alta ele começara a ler o que alí estava escrito:
     _ Eloíse, mulher branca de vinte e oito anos; cabelos louros na altura da cintura; olhos castanhos; nariz fino e arredondado na ponta; tem uma leve falha no final da sobrancelha direita e uma tatuagem de uma borboleta na nuca. A vítima foi encontrada na área do estacionamento pelo segurança Guilherme da empresa Top Informática e Acessórios Eletrônicos; local este onde a vitima também trabalha. Eram por volta das vinte três e quarenta para zero hora quando a vítima levou...
     _ Uma facada no abdômen. - Disse Sabrina completando a frase de Cristian e interrompendo o investigador. - Fui eu quem fiz esse relatório. Isso é algo bem superficial. Não especifiquei ai tudo que eu vi, porque eu queria continuar no caso. - A investigadora tomou a pasta de Cristian e seguiu em direção a saída falando alto. - Não se apegue a essa pasta. Vamos até o hospital interrogar a vitima. Com certeza ela tem algo para nos dizer.
      Os investigadores foram até o estacionamento de viaturas e pegaram uma para eles e saíram em direção ao hospital sem perder mais tempo. Já na recepção do hospital, Sabrina se identificou e ao seu colega, e seguiram para o quarto quinhentos e nove no quinto andar. Eles bateram na porta e entraram sem aguardar qualquer autorização. Logo de cara avistaram uma mulher deitada na cama do hospital, ligada a vários aparelhos e fios. A vítima estava desacordada, e um homem de mais idade estava assentado em um sofá no canto daquele quarto. Assim que os investigadores adentraram aquele lugar, o senhor que estava assentado, colocou-se sobre seus pés e os encarou.
     _ Quem são vocês e o que querem aqui. - Disse aquele senhor de forma rude.
     _ Bom dia! - Disse a investigadora. - Meu nome é Sabrina e esse aqui é meu colega de trabalho, Cristian. - Ela não pausou nem para respirar. - Somos policiais, e estamos aqui para fazer umas perguntas para Eloíse.
     _ Bom dia investigadora. Desculpe-me pela falta de educação, mas estou receoso que o agressor da Eloíse tente fazer mais alguma coisa a ela. - Disse o homem com um cansaço no olhar. - Mas receio que vocês não poderão perguntar nada a ela. - Ele respirou fundo antes de continuar. - Pelo menos por enquanto.
     _ Teremos que acordá-la para fazer nossas perguntas. - Afirmou Cristian ponderando as palavras. - Infelizmente!
     _ Vocês não entenderam. Eloíse está em coma devido a gravidade do ferimento. - Aquele senhor abaixou a cabeça. - Não há como vocês perguntarem nada mesmo.
     _ Nossa, que triste! - Disse Sabrina.
     _ E o senhor, como se chama e qual e a sua ligação com a vítima? - Perguntou Cristian.
     _ Meu nome é João. Sou o pai da Eloíse.
     _ E por qual motivo você tem medo de que o agressor dela retorne?
     _ Nos últimos meses Eloíse namorava com um homem violento, e que tinha envolvimento com gangues da cidade. Mas há uma semana ela terminou o relacionamento com esse homem, e ele por sua vez disse que isso não ficaria assim. - Afirmou João convicto do que falava.
     _ O senhor sabe nos dizer o nome dele?
     _ Acho que é Miguel Matarazzo. - Disse João para Cristian que anotava tudo que aquele senhor falava. - Só não sei onde vocês podem encontrá-lo.
     _ Não tem problema! - Disse Sabrina tomando a frente da conversa. - Nós daremos nosso jeito de descobrir. - A investigadora tirou um cartão do bolso e entregou para o pai de Eloíse. - Qualquer coisa que lembrar ou achar suspeito nesse local, ligue imediatamente para esse numero no cartão.
     _ Obrigado! - Falou João apertando a mão de Sabrina. - Prendam o sujeito que fez isso com a minha filha.
     _ Pode deixar conosco. - Sabrina olhava João nos olhos. - Te dou minha palavra de investigadora.
     Ambos os investigadores saíram daquele hospital. Sabrina apanhara o celular e discara alguns números; agora ela aguardava a ligação completar.
     _ CPD (Centro de Processamento de Dados)! - Disse alguém do outro lado do telefone.
     _ Fred, aqui é a Sabrina. Preciso que localize a residência de uma pessoa pra mim.
     _ Qual é o nome?
     _ O nome dele é Miguel Matarazzo.
     _ Aguarde um instante. - Sabrina ficou esperando na linha enquanto ouvia ruídos de teclas sendo apertadas. Não demorou mais do que um minuto, e Fred voltava para a linha. - Sabrina?!
     _ Estou aqui!
     _ Esse Miguel Matarazzo está no banco de dados da polícia. Foi fichado cinco vezes. Quatro por assalto à mão armada e uma por invasão de propriedade privada. Há seis meses saiu da Penitenciaria de Monte Verde em condicional. Sua residência fica na Rua Alameda dos Ventos, número trinta e sete, bairro Bom Jardim.
     _ Obrigada Fred. Fico te devendo mais uma.
     _ Vou cobrar tudo depois Sabrina. - Falou ele com um tom mais suave. - Sa!? - Ele voltou a dizer tentando impedir que a investigadora desligasse.
     _ Estou aqui ainda!
     _ Nos vemos mais tarde?
     _ Talvez. - Disse ela se afastando de Cristian com o receio de que ele ouvisse alguma coisa. - Se eu for; te envio um SMS confirmando. - Ela concluiu desligando o aparelho e olhando para Cristian. - Temos o endereço.
     _ Então vamos logo ver o que ele tem para nos dizer. - Afirmou Cristian entrando na viatura no lado do passageiro.


     Devido às características do suspeito, e por estarem em um bairro perigoso, ambos os investigadores desceram da viatura com as pistolas em punho. Cristian seguiu para os fundos da residência, enquanto Sabrina ia pela frente e batia na porta. Ela esmurrou a porta da frente por três vezes; olhou pela janela e não avistou ninguém. Seguindo para os fundos da residência para procurar o parceiro, Sabrina viu a porta aberta, e foi logo entrando. Ela apontava a arma para frente e já preparava um disparo caso fosse preciso. Quando ela entrou no corredor que levava para os quartos, ela se deparou com um homem apontando uma pistola em sua direção. No exato momento que ambos reconheceram um ao outro, eles abaixaram as armas simultaneamente. A casa estava vazia, só havia os dois policiais no local.
     _ Como conseguiu abrir a porta? - Perguntou Sabrina. - Se não sabe, invadir um casa sem mandado, caracteriza invasão de domicilio.
     _ Eu não invadi, a porta estava aberta, e com receio do morador estar correndo perigo, eu adentrei para salvar a vida dele. - Afirmou Cristian sorrindo.
     _ Não precisa mentir pra mim garoto. - Sabrina sorriu de volta. - Sei que a porta estava trancada porque vi pela janela da frente. Você abriu de alguma maneira e entrou.
     _ Já passou pela sua cabeça de que a porta poderia estar destrancada?
     _ Uma pessoa com as características de Miguel Matarazzo nunca deixaria sua casa aberta. - Ela olhava ao redor. - Confessa vai, você arrombou a porta!
     _ Não arrombei. - Afirmou Cristian. - Apenas destranquei.
     _ Vejo que você não é tão certinho como eu pensei. - Ela olhava para dentro de um dos quartos. - É bom saber que você também tem essa habilidade.
     _ Mas esta habilidade não consta na minha ficha!
     Sabrina ia responder o parceiro quando o celular dela toca. Ao olhar para a tela do aparelho identificou o número da delegacia. Ela atendeu normalmente a chamada, e ficou em silêncio para ouvir quem falava com ela. Cristian observava Sabrina, quando a expressão dela mudou bruscamente. Ela arregalou os olhos e fez um cara de susto misturado com surpresa. Segundos depois Sabrina desligou o celular e já foi dizendo.
     _ Temos que voltar para o hospital!
     _ Por qual motivo? - Indagou o investigador.
     _ Porque Eloíse foi assassinada!
***
      

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