Translate / Tradutor

segunda-feira, 31 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 12 - Aumentando as Suspeitas




     Enquanto Miguel Matarazzo era levado de volta para a cela dele, Cristian mandava mais uma testemunha entrar. Diana entrou na sala e foi logo assentando-se. Sabrina já a aguardava com a pasta do caso aberta em cima da mesa.
     _ Olá Diana, tudo bem com você?
     _ Estou sim Sabrina, e com você?
     _ Estou ótima! - Disse a investigadora quase que como um canto. - Principalmente pelos rumos que as investigações têm tomado. - Ela deu uma olhada rápida na pasta e começou. - Diana, há quanto tempo você trabalhava com Larissa?
     _ Ia fazer três anos no mês que vem.
     _ Ela saía com mais alguém que não fosse o namorado dela? Ela conversava com mais alguém que não fosse o Guilherme?
     _ Conversasse com quem? - Perguntou Diana confusa.
     _ Conversasse com aquele homem que você falou que vai todos os dias à lanchonete!
     _ Ah sim, você está falando do Paulo!
     _ Isso! São tantos nomes que eu lido todos os dias, que uma hora ou outra acabamos nos confundindo. - Disse Sabrina dando uma olhada para Cristian e corrigindo o furo que ela deu.
     _ Ela nunca saiu com mais ninguém que não fosse o Rodrigo e eu. Na verdade a Larissa não tinha amigos, era somente o namorado e eu como amiga. - Ela pensou um pouco e disse. - E quanto ao Paulo, ele não voltou mais lá desde a morte de Larissa. - Ela abaixou a cabeça. - Acho que no fundo ele queria era a Larissa mesmo!
     _ Eu tentei falar com os pais dela, mas o telefone só dava desligado. Você tem alguma informação deles?
     _ Fiquei sabendo que faz dois anos que eles se mudaram da cidade e não disseram para onde foram. - Ela olhou ao redor procurando por câmeras e então continuou. - Posso dizer uma coisa que ficará só entre nós?
     _ Claro que pode. - Disse Sabrina dando uma piscada para ela. Claro que a investigadora estava enganando Diana, pois tudo que ela dissesse naquela sala, seria anexado ao caso através do escrivão. - Pode falar.
     _ A Larissa não se dava muito bem com os pais desde o dia que ela... - Então ela se calou.
     _ Desde o dia que ela, o que? - Perguntou Sabrina curiosa. - Diga-nos, ela o que?
     _ Desde o dia que ela soube que era adotada.
     _ Então Larissa era adotada? Faz quanto tempo que ele descobriu?
     _ Sim! Os pais dela contaram há uns cinco anos atrás. - Ela respirou fundo. - De certa forma precisaram contar, pois ela teve uma acidente e precisou de transfusão de sangue, e os pais não puderam doar porque não eram compatíveis com ela.
     _ Interessante. Com certeza é muito mais fácil descobrir que se é adotada, quando ainda é criança. - Ela se distraiu por alguns minutos e então voltou a dizer. - Você se lembra de mais alguma coisa importante que queira nos contar? Algo que possa ter acontecido na lanchonete que causou raiva em alguém?
     _ Não! Nada de incomum.
     _ Estou satisfeita. - Falou Sabrina colocando-se de pé e estendendo a mão para Diana. - Você está dispensada.
     _ Obrigada! - Falou a moça apertando a mão de Sabrina.
     Diana saiu da sala e assentou-se em um banco ao lado de Rodrigo, que estava do lado de fora aguardando a vez dele ser ouvido. Assim que Diana saiu, Cristian chamou por Rodrigo. O rapaz entrou na sala e fiou em pé olhando para Sabrina que fazia algumas notações em um pedaço à parte de papel.
     _ Sente-se Rodrigo. - Disse a investigadora indicando a cadeira. - Você sabia que a Larissa era adotada?
     _ Sim! Eu sabia. Inclusive foi para minha casa que ela foi quando descobriu isso!
     _ Antes dela saber dessa informação, ela se dava muito bem com os pais? Você se dava bem com eles?
     _ Ela sim, mas depois que começamos a namorar, tudo mudou. Os pais dela ficaram diferentes com ela, pois não aceitavam o nosso namoro. 
     _ Por qual razão eles não aprovavam o namoro de vocês?
     _ Porque eu sempre fui pobre.
     _ Mas você tem um apartamento em seu nome, segundo os dados que puxei sobre você!
     _ Ganhei de minha mãe antes dela falecer.
     _ E seu pai? Tem contato com ele?
     _ Meu pai não existe. Eu só tinha minha mãe. O homem que me fez, deixou minha mãe grávida e sozinha.
     _ Quero saber se você tinha conhecimento que Larissa conversava com um homem chamado Paulo? E que conversavam todos os dias.
     _ Eu sabia sim.
     _ Ela te contou ou você viu?
     _ A Diana me contou.
     _ Tenho reparado que você e Diana se dão muito bem. Vocês são amigos há muito tempo?
     _ Sim. Nos conhecemos antes mesmo de começarmos a trabalhar na lanchonete. Nós moramos na mesma rua desde a infância.
     _ Você já deu algum amasso nela? - Perguntou Cristian repentinamente.
     Rodrigo deu uma olhada assustado para o investigador, sorriu sem graça e olhou para Sabrina esperando ela dizer alguma coisa.
     _ Pode responder. - Falou Sabrina sorrindo discretamente.
     _ Quando mais novo sim. - Ele pausou. - Ela falou alguma coisa disso para vocês?
     _ Não! - Afirmou Sabrina ficado antenada. - Deveria ter dito algo?
     _ Não!
     Cristian andou pela sala e parou do lado de Sabrina, olhou no fundo dos olhos de Rodrigo, e com uma expressão séria, ele falou.
     _ Pode confessar, você andou dando uns pegas em Diana mesmo namorando com Larissa. - Cristian sorriu. - Também sou homem rapaz, e sei identificar quando um cara está pegando uma garota ou quando está afim dela.
     O rosto de Rodrigo ficou vermelho; ele abaixou a cabeça e sem graça disse.
     _ Nós ficamos uma vez. Foi em um dia que Larissa e eu tínhamos brigado. Então Diana veio me consolar, e acabou rolando.
     _ Típico. - Disse Mirella espontaneamente. 
     _ Larissa chegou a descobrir sua traição? - Sabrina perguntou ignorando o comentário de Mirella.
     _ Descobriu. - Ele abaixou a cabeça novamente. - A Diana acabou contando a ela.
     _ E o que aconteceu?
     _ Nós brigamos. Ficamos um tempo sem nos falar, mas depois acabamos voltando.
     _ Nesse tempo separados, você não dormiu com a Diana novamente não? Isso faz quanto tempo?
     _ Não! Foi só uma vez mesmo desde o tempo que namorava com a Larissa. Isso já faz nove meses.
     Sabrina passou algumas páginas da pasta, leu uma informação e continuou.
     _ Você sabia que ela estava grávida?
     _ Ela quem? - Perguntou Rodrigo com uma expressão de surpresa. - Quem estava grávida?
     _ Que mais poderia ser? - Disse Cristian. - A Larissa. - Isso prova que você está mentindo. Pois se você tivesse ficado há nove meses com a Diana, você saberia que ela não estava grávida. Isso significa que você ficou mais vezes com a Diana, e isso foi recente.
     _ Eu não sabia que a Larissa estava grávida não. O bebê tinha quanto tempo de vida?
     _ Diz aqui na ultrassonografia que haviam oito semanas. Era muito recente. - Sabrina olhou novamente para o papel. - Quando foi a última vez que você ficou com a Diana?
     Rodrigo com uma expressão de tristeza, deixou uma lágrima rolar do rosto dele.
     _ Fiquei com Diana três dias antes da morte da La. - Ele chorava. - Eu ia ser pai. E um desgraçado qualquer tirou isso de mim.
     _ Então você não faz a menor ideia de que a Diana sabia!
     _ Ela sabia? - Ele fez uma expressão de raiva. - Por que ela não me contou? Como você sabe disso?
     _ Provavelmente a Larissa queria contar. - Ela pausou para ler algo na pasta. - Segundo o depoimento coletado pelo ginecologista dela; o Dr. Bartolomeu; Larissa fez o ultrassom acompanhada de uma amiga chamada Diana.
     _ Entendi. Mesmo assim depois que a La morreu, ela deveria ter me falado. Ela sabia o tempo todo que eu sempre quis ter um filho.
     _ Pense pelo lado positivo, você ainda pode ter um filho com a Diana, já que você pega ela. - Cristian falou de forma seca
     _ Não posso ter filho com a Diana, mesmo se eu quisesse.
     _ Por que não?
     _ Porque a Diana é estéril!
     Os investigadores se olharam, e acabaram entendendo o que o outro estava pensado.
     _ Estou satisfeita Rodrigo. Obrigada pela sua colaboração.
     O garoto saiu da sala, e nesse momento os investigadores começavam a conversar entre si.
     _ Diana não poder ter filho e sabendo que a amiga ia ser mãe do homem que ela tenta roubar para ela, pode ter matado a amiga.
     _ Você pensou a mesma coisa que eu Cristian. - Disse Sabrina olhando em um papel e mandando chamar Guilherme que esperava do lado de fora.
     Cristian foi até a porta, chamou por Guilherme e o conduziu até a cadeira de interrogatórios, que por sua vez, assentou-se com tranquilidade.
     _ Bem Guilherme, agora é a sua vez. - Disse Sabrina sorrindo.
***




Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 11 - Encurralando o Suspeito



     Cristian acabara de ligar o aparelho de DVD, e se ajuntara ao lado dos demais. A imagem não tinha áudio, apenas era possível ver o que acontecia. Com o controle remoto na mão, Cristian avançava o vídeo e parava sempre que suspeitavam de alguma coisa. Quando a filmagem estava aproximando do horário da morte de Eloíse, mais uma vez Miguel aparece nas imagens. O suspeito aparecia no vídeo caminhando rapidamente em direção ao seu veiculo, quando alguém que ainda não aparecia nas imagens chamara por ele; pois o suspeito virou-se e ficou aparentemente conversando com alguém. Então depois de cinco minutos de conversa, Miguel da uma olhada para a câmera do estacionamento; sabendo que ela estava lá; ele propositalmente encaminha mais um pouco em direção ao seu veiculo, dando leves olhadas para trás e seguindo em frente, até que ele finalmente pára e volta a discutir com alguém, mas dessa vez foi possível ver com quem ele discutia. Era João, o pai de Eloíse. Eles discutiram só por mais um minuto, e depois Miguel entrou no próprio carro e foi embora. Depois disso, Cristian voltou as imagens ate o início que Miguel aparece. O investigador ficou olhando as imagens com muito critério e cuidado até o momento que o suspeito vai embora; então ele volta a imagem novamente.
     _ O que você está fazendo Cristian? - Sabrina perguntou sem entender o motivo dele voltar tanto as imagens várias vezes para o mesmo ponto.
     _ Eu estou tentando ler os lábios de Miguel.
     _ E conseguiu? - Perguntou Dr. Roberto surpreso com a inteligência e capacidade do garoto. - Ele fala algo importante para as investigações?
     _ Consegui ler sim. Li somente as falas dele, pois como João aparece mais de costas do que de lado, não consegui fazer a leitura dos lábios dele. - Afirmou o garoto olhando para o delegado e depois para Mirella, que sorria para ele. - Miguel começa dizendo. "Eu já estou indo embora". João provavelmente fala alguma coisa. Então pra não ficar interrompendo minha leitura para dizer que João está falando, vou falar "pausa" na fala dele. Continuando a fala de Miguel. "Você me ameaça, mas esquece que está tão sujo quanto eu nessa história. Ou melhor, seu caso é pior que o meu". Pausa. "Eu não tenho como provar"? Pausa. "Então vai esperando". Pausa. "Problema é seu se você não acredita em mim. Já falei que não fui eu quem matou Eloíse. E não vou ficar mais discutindo com você. Não te devo satisfação nenhuma mais". - Nesse momento Miguel olha para a câmera e começa a andar para que João aparecesse. E então continuou discutindo. - "Te afirmo com toda certeza, que se você me entregar, eu posso provar tudo". Pausa. "Você ainda pergunta o que vou provar? Não se faca de idiota, que alguém no seu status, nunca seria o que e se fosse idiota. Por isso não finja não saber do que estou falando". Pausa. "Fique avisado você também!" - Então Miguel caminha ate o veiculo e vai embora.
     _ Isso muda algumas coisas na investigação. - Falou Dr. Roberto. - Precisamos que você passe para o papel o que acabou de fazer ai.
     _ Não precisa! - Disse Mirella assentada atrás de um computador. - Enquanto Cristian falava, eu ia digitando aqui. - Ela pôs-se de pé. - As falas desse Miguel já estão todas digitadas.
     _ Muito bem Mirella. - Disse Dr. Roberto olhando para a novata. - Pelo visto temos mais uma investigadora eficiente.
     _ Precisamos interrogar Miguel Matarazzo agora mesmo. - Afirmou Sabrina pegando na impressora as falas digitadas do suspeito e anexando junto dos outros arquivos na pasta.
     _ Concordo com ela. - Disse Cristian. - Temos que ouvi-lo agora mesmo.
     _ Vou mandar trazê-lo até aqui. - Dr. Roberto saiu da sala assim que terminou de falar.
     Quinze minutos depois, Miguel adentrava a sala escoltado pelo próprio delegado, e acompanhado do
escrivão que havia saído da sala assim que eles foram ver as imagens da câmera do hospital .
     _ Pronto, ele já está aqui. - Disse Dr. João. - Podemos começar.
     _ Miguel Matarazzo. - Sabrina iniciou a oitiva de pé. - Você confessa ser o assassino de Eloise?
     _ Eu não confesso uma coisa que eu não fiz!
     _ E você confessaria se tivesse feito?
     _ Talvez. Se eu visse que não tinha mais saída.
     _ Pois bem! Alem de assassinato, você também está sendo acusado de porte e posse ilegal de arma de fogo; tentativa de homicídio contra um policial; e assalto a diversos recintos na área leste da cidade. - Ela fez uma pausa, assentou-se e olhado no fundo dos olhos dele, ela disse. - A meu ver, você não tem saída, está ferrado de qualquer jeito; mesmo que seja inocentado no caso de homicídio contra Eloise. - Ela deu um sorriso de satisfação. - Então confesse logo, que assim sua pena será menor.
     _ Já disse que não matei a Eloise. Eu a amava de verdade. - Ele tentou disfarçar a tristeza no rosto. - Assalto? - Disse ele subitamente. - Vocês estão me acusado de assalto também? Quem disse isso para vocês?
     _ O Sr. João disse no depoimento dele ontem. - Cristian tomou a frente da investigadora e blefou para o suspeito. - Então já sabemos que você faz parte dos assaltos, só precisamos que você nos conte a sua versão da história.
     _ Aquele velho miserável esta tentando me acusar de algo que não fiz!
     Sabrina sacou a jogada de Cristian, e lembrando-se das falas do vídeo, ela começou a blefar também.
     _ O Sr. João fez sérias acusações a seu respeito, que batem perfeitamente com os casos de assalto investigados por essa delegacia. - Ela fez uma pausa. - Ele ainda nos disse que você tentaria acusá-lo injustamente só porque ele te ameaçou contar a verdade.
     _ E se foi ele mesmo quem disse isso... - Falava Miguel. - como ele ficou sabendo dessa historia toda sem ter participação também?
     _ Você confessa fazer parte dos assaltos? - Perguntou Cristian interrompendo mais uma vez.
     _ Não confesso nada, já disse! - O suspeito falou irritando-se. - Como você me explica isso? Como ele afirma algo com tanta certeza sem provas e sem fazer parte também?
     _ Nós é quem fazemos as perguntas aqui. Você só responde. - Disse Sabrina alterando o tom da voz. - Mas vou te responder. - Ele nos disse que Eloise sabia de tudo; que ela contou para ele, e que por esse motivo você a matou. - Sabrina sorriu satisfeita mais uma vez. - E cá pra nós, as informações dele batem perfeitamente. É questão de tempo para que você seja condenado por esses crimes também.
     _ Aquele velho desgraçado cumpriu a promessa dele. Me acusou mesmo. - Miguel falava com ódio no olhar. - Pois bem investigadora, prepare-se para ouvir tudo o que eu tenho para dizer. - Ele afirmou olhando para Sabrina assentada em sua frente.
     _ Primeiro. - Ele pausou com certa ênfase. - Afirmo que a acusação dele de que eu matei a filha dele porque ela sabia dos assaltos, é totalmente falsa. - Ele pausou novamente. - Confesso ter participações nos assaltos da área leste da cidade, mais somos um grupo de cinco pessoas, fora o líder que só participa do planejamento dos assaltos; a parte pesada e prática, somos cinco.
     _ Qual o nome deles?
     _ Não vou entregar a todos investigadora. Vou dizer apenas o nome do nosso líder. - Ele encarou Sabrina. - O nome do nosso líder é João Salomão.
     Todos na sala com exceção de Mirella e o escrivão ficaram surpresos com aquela afirmação.
     _ Você está me dizendo que o pai de Eloise é o líder do seu bando de assaltantes?
     _ Sim. Afirmo com toda certeza. - Ele abaixou a cabeça. - Eu não matei Eloise, ainda sinto falta dela. Mesmo que ela descobrisse essa história dos assaltos; porque ela não sabia mesmo; eu não faria isso a ela. Matar é um pouco demais até para mim.
     _ Mas você pode estar fazendo essas acusações contra o Sr. João só porque ele te entregou. - Disse Cristian. - Você consegue provar tudo o que disse?
     _ Sim! - Ele falou olhando para o investigador.
     _ Vai provar isso como? - Sabrina perguntou ansiosa pela resposta.
     _ Em minha casa existe um compartimento falso no chão. Nesse compartimento tem uma gravação feita por uma micro câmera; gravação esta que mostra o rosto de João Salomão nos instruindo para o próximo assalto. O último assalto; o que fora feito em uma joalheria.
     _ Pois bem! O que te levou a fazer essa gravação?
     _ Pelo fato de João intrometer muito no meu namoro com a filha dele e sempre me fazendo ameaças. - Miguel pausou para respirar. - Ele sempre dizia que se eu continuasse com o namoro, ele daria um jeito que eu fosse preso. Foi por isso que ajeitei uma maneira de ferrá-lo caso ele cumprisse com a palavra.
     _ Precisamos dessa gravação. - Disse Sabrina.
     _ É necessário que vocês me levem até minha casa para que eu  pegue a gravação. - Ele parou um pouco, pensou e depois continuou. - E quero falar com meu advogado antes de ser levado até lá.
     _ Tudo bem Miguel, levaremos você até a sua casa, mas antes deixaremos que você entre em contato com seu advogado. - Dr. Roberto falou tranquilamente e satisfeito com o resultado da oitiva. - Mas isso só poderá ser feito amanhã.
     _ Por mim tudo bem. Amanhã serve, eu não vou sair daqui, vou ficar esperando. - Miguel concluiu dando risadas da própria piada.
     _ Vou adiantar a informação para o juiz. - Disse Dr. Roberto. - Pois quando tivermos a gravação nas mãos, o mandado de prisão para João Salomão sairá bem rápido. - Ele pausou. - Agora pode chamar a próxima testemunha para continuarmos com as oitivas.
***




Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!





domingo, 30 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 10 - O Início das Oitivas



     Sabrina e Cristian passaram o restante da tarde na cama, aproveitando bem da folga que lhes foram proporcionada. Por volta das dezoito e quarenta, Sabrina acordou, olhou para o lado e viu Cristian deitado na cama de bruços; então um sorriso malicioso brotou em sua face, pois o garoto estava completamente nu. Ela levantou-se um pouco cansada, e foi diretamente para o banheiro tomar um banho de ducha.
     Quando eram dezenove e vinte e três, Cristian sai do quarto vestindo a camisa branca que estava limpa e cheirosa. Ele abotoava  a camisa e escondia o corpo que Sabrina ainda avaliava da cozinha. Havia uma mesa posta na copa, e a investigadora terminava de cozinhar algo.
     _ A camisa ficou limpa. - Disse Cristian se aproximando de Sabrina para dar um beijo nela. - Obrigado! - Na hora que ele foi beijá-la, a investigadora virou o rosto, e ele acabou beijado a face dela.
     _ Espero que o que aconteceu aqui hoje não mude nada, principalmente entre nós! - Falou a policial indo em direção à mesa para colocar o que ela acabara de cozinhar.
     _ Se prefere assim. - Disse Cristian um pouco sem graça. - Por mim tudo bem!
     _ Fiz um jantar pra gente. Sente-se aqui, vamos comer.
     Cristian ficou chateado com o que Sabrina acabara de fazer com ele. Como seria possível depois de uma tarde de pegação e prazer, ela agisse como se nada tivesse acontecido? Ele olhou para a policial que já começava a se servir e seguiu até o sofá; levantou uma almofada e pegou seu coldre com a pistola. Seguiu calmamente até a porta do apartamento e girou a maçaneta.
     _ Cristian, o que você está fazendo? - Dizia Sabrina com um prato cheio na mão. - Aonde você vai?
     _ Estou seguindo o que você disse. - Cristian falou passando pela porta. - Já que não é pra mudar nada, principalmente nem entre nós... - Ele fez uma pausa rápida e continuou. - Você janta sozinha. Pois esse é seu dia a dia, ficar sozinha! - Ele concluiu terminando de sair e fechando a porta.
     Quando Cristian acabava de fechar a porta, Fred aparecia atrás dele.
     _ Novato?! - Fred falou surpreso. - Sabrina está aí?
     _ Olá Frederico. Boa noite pra você também. - Cristian disse já irritado. - Primeiro que meu nome é Cristian, e não novato. Segundo, a Sabrina está sim. Pode chamar aí.
     _ Calma garoto. - Dizia Fred tentando concertar as coisas. - Me desculpe Cristian, eu estava brincando. Está nervoso assim por qual razão?
     _ Por nada não. - Cristian respondia de forma seca e ríspida. - Com licença, tenho que ir. E como eu disse, pode chamar Sabrina aí, que ela está jantando.
     _ Ah sim! Obrigado. - Ele falava calmamente. - Mas como ela já está jantando e nem me esperou? - Concluía Fred abrindo a porta sem bater e entrado.
     Naquele momento Cristian sacou que havia algo entre Sabrina e Fred. A revolta nele ficou maior; ele pensou em voltar e jogar tudo na cara de Sabrina, mas ele resolveu deixar pra lá e tentar se conformar que aquela tarde não passara de uma transa casual.


     Quando Sabrina chegou à delegacia, havia uma fila de pessoas esperando atendimento e outras aguardando seu momento de serem ouvidos. A investigadora foi até à cozinha com intuito de encontrar Cristian, pois era nesse cômodo da delegacia que os policias se encontravam pela manhã. Todos que passavam por Sabrina, olhavam para o relógio querendo saber as horas, pois não era comum ela chegar no horário.  Entrando na cozinha, Sabrina da de cara com Cristian conversando com Mirella, uma investigadora nova que acabava de chegar na delegacia. Mirella era morena de cabelos negros e muito longos; tinham olhos esverdeados, um pouco mais claros que os olhos de Cristian; tinha seios mais para pequenos do que para normais, mas tinha uma bunda farta e bastante definida; ela não era magra e nem gorda, tinha um corpo sensual; no fim das contas; Mirella era tão bela quanto Sabrina. A investigadora ficou com ciúmes quando viu os dois conversando. Ela chegou perto de Cristian e interrompeu a conversa deles.
     _ Preciso conversar com você!
     _ Bom dia Sabrina. - Disse Cristian dando um sorriso falso. - Essa aqui é a Mirella, uma nova investigadora que chegou na delegacia hoje.
     _ Olá Mirella. Meu nome é Sabrina. - Ela falou apertando a mão da novata. - Seja bem vinda.
     _ Obrigada! - Disse a nova investigadora com um sorriso encantador.
     Quando Mirella conversou, Sabrina ficou preocupada, pois a voz da moça era doce e meiga, com um tipo de sonoridade que parecia hipnotizar quem estava próximo a ela.
     _ Com licença Mirella, preciso falar uma coisa urgente com o Cristian.
     _ Ah sim, sem problemas. Eu tenho que ir até a sala do delegado para me apresentar a ele. - Concluiu a novata saindo da cozinha e deixando Sabrina e Cristian a sós.
     _ Deixa de ser mal educada Sabrina. - Cristian falava enquanto colocava a xícara do café na mesa. - O que é de tão urgente assim que você quer falar comigo?
     _ Queria esclarecer as coisas sobre ontem.
     _ Esclarecer o que? Que você costuma ficar com colegas de trabalho? - Dizia ele em voz mais alta que o normal e encarando-a. - Ou que eu não devo ficar diferente com você? Porque se for isso, eu já sei!
     _ Como assim ficar com colegas de trabalho? Que tipo de pessoa você está achando quem eu sou?
     _ Sabrina, eu sei que você está pegando o Fred e ele te pegando. Pra mim está tudo beleza. - Ele bebia um pouco de água. - Só quero te esclarecer uma coisa. Me tire desse seu joguinho de sedução. Eu curti o que rolou ontem, porém não vai rolar mais.
     _ Mas... 
     _ Mas nada. - Falou o garoto interrompendo a policial. - Vamos nos ater a assuntos profissionais. Nada além disso! - Concluiu ele saindo da cozinha deixando Sabrina sozinha e com água nos olhos.
     Quando Cristian passava na porta da sala do delegado, Dr, Roberto o chamou.
     _ Cristin, fiquei sabendo que você já conheceu a Mirella. - E Cristian confirmou com a cabeça antes do delegado continuar. - Quero que você e a Sabrina levem ela com vocês para as investigações desse caso dos homicídios. Ela fará parte da investigação com vocês!
     _ Tudo bem! - Disse Cristian sorrindo. - Seja bem vinda novamente.
     _ Sabrina. - Disse Dr. Roberto quando viu a investigadora se aproximando deles. - Quero dizer que...
     _ Já ouvi doutor! - Falou a investigadora interrompendo o delegado. - Então é bom ela me seguir, pois começaremos com a oitiva agora mesmo! - Ela concluiu entrando para a sala de interrogatório.
     O escrivão e a primeira testemunha já estavam lá. E todos se ajeitaram quando entraram o delegado e os outros três investigadores.
     _ Você pode começar e conduzir a oitiva Sabrina. - Disse Dr. Roberto. - Nós outros vamos ficar observando. Claro que se algum de nós tiver uma pergunta importante, vamos perguntar.
     _ Tudo bem doutor. - Disse Sabrina assentando-se em uma cadeira de frente para a testemunha e abrindo a pasta com informações do caso. - Pois bem  Sr. João, vamos começar com as perguntas. Tudo bem para o senhor?
     _ Pra mim tudo ótimo! - Respondeu o pai de Eloíse.
     _ O senhor acredita que sua filha poderia estar envolvida em assaltos quando namorava com o Miguel Matarazzo? O ex-namorado dela teria algum motivo além de ciúmes para assassiná-la? O senhor tem alguma informação importante para nos dizer a respeito de sua filha?
     _ Minha filha nunca se envolveria com nada ilegal. Ela sempre foi muito correta. Esse ex-namorado dela é um criminoso; um bandido; ele deve ser preso pelos atos dele. Minha filha sempre foi dedicada a tudo que ela fazia, o único defeito dela foi ter namorado com aquele marginal.
     _ Qual foi o horário que o senhor viu o Miguel no hospital? Ele chegou a afrontá-lo quando ele entrou no quarto e o senhor estava lá?
     _ Eu não me lembro do horário que ele estava no hospital, e ele não seria louco de entrar no quarto comigo lá dentro, pois eu não sei o que seria capaz de fazer com ele caso ele tivesse essa ousadia.
     _ Quantas vezes o senhor saiu do quarto e deixou a sua filha só?
     _ Eu saí apenas uma vez. Foi justamente para avisar aos seguranças que o Miguel estava no hospital.
     _ Então como o senhor sabia que ele estava no hospital, se ele não entrou no quarto com senhor lá, e o senhor não saiu de lá antes de saber que o Miguel estava naquele lugar?
     Nesse momento o Sr. João ficou calado, suou frio e pediu um pouco de água. Cristian saiu da sala dizendo que pegaria a água para ele.
     _ Enquanto ele pega a água do senhor, responda a pergunta que eu fiz. - Disse Sabrina encarando aquele homem mais velho. - Há uma incoerência na sua afirmativa. Tem algo errado. Talvez o senhor tenha se confundido e tenha saído do quarto mais de uma vez.
     _ Não cheguei a sair outras vezes. Eu só saí do quarto uma vez como eu disse.
     _ Então como o senhor explica essa falha no depoimento?
     _ Tudo bem, eu explico. - Disse o velho limpando o suor do rosto. - Minutos antes de Miguel chegar no hospital, eu recebi uma mensagem dele no meu celular.
     _ E o que dizia essa mensagem? - Disse Sabrina interrompendo João.
     _ Ele pediu permissão para que ele pudesse ver Eloíse.
     _ E o que o senhor respondeu?
     _ Óbvio que eu não deixei. Disse que se ele ousasse chegar no quarto, eu chamaria a polícia. Então ele me enviou outra mensagem dizendo que já estava na frente do quarto e que ia entrar. - Ele respirou fundo e continuou. - Neste momento eu mandei uma mensagem dizendo que eu já estava ligando para a segurança do hospital. Depois disso ele não respondeu mais, foi quando eu saí do quarto e fui avisar a segurança.
     Sabrina passou algumas páginas da pasta; pegou um pedaço de papel, escreveu um número e mostrou para João.
     _ O senhor conhece esse número de celular? - E disse ela o número em voz alta para que o escrivão pudesse anotar. - Conhece ou não?
     _ Claro que conheço. - Disse João fazendo uma cara de quem não estava entendendo o que ela queria com aquilo. - Esse número de celular é o meu!
     _ Pois bem. - Disse Sabrina passando mais algumas páginas daquela pasta e parando em algo específico. - Não sei se o senhor sabe... - Ela pausou e sorriu, só então continuou. - Claro que o senhor não sabe, pois o que vou dizer é informação sigilosa. - Ela continuava sorrindo. - Nós conseguimos por vias legais, a quebra do sigilo telefônico de Miguel Matarazzo. E consta aqui nos registros alguns SMSs que o senhor mandou para o Miguel ameaçando acabar com a vida dele se ele não deixasse a sua filha. Isso ocorreu antes dela terminar o namoro é claro. Inclusive temos as mensagens trocadas pelos dois, no dia do assassinato da filha do senhor. - Sabrina colocou-se de pé e segurou a pasta nas mãos. - Vou ler algumas em voz alta. - Disse ela começando a ler. - "Sr. João, estou no hospital, preciso muito ver minha querida Eloíse". Então veio a resposta. "Não venha subir até aqui, pois sei que você fez isso a ela. Você quis se vingar de mim, mas vou acabar com a sua vida". Ele retornou. "Eu não quero me vingar de nada. Eu amo a Eloíse, não fui eu quem fez isso a ela. Estou chegando de frente ao quarto. Posso entrar? Por favor!". Então o senhor respondeu. "Vou chamar a polícia! Tenha certeza que já preparei uma maneira de acabar com sua vida". Depois disso acabaram-se as mensagens entre o senhor e o Miguel. - Sabrina assentava-se novamente na cadeira e encarava o pai de Eloíse. - Me explique Sr. João. Por duas vezes o senhor afirmou que acabaria com a vida do Miguel. O senhor pretendia matá-lo? Falou que ele queria se vingar do senhor. Qual o motivo que ele teria para fazer uma vingança?
     _ Eu falei que acabaria com a vida dele chamando a polícia. Arruinando a vida dele, essa seria a melhor palavra. Pois ele é vagabundo, criminoso. Eu sabia que ele estava "sujo na praça". - João calou-se, pensou um pouco e respondeu. - A vingança seria pelo fato de eu ter pedido minha filha para terminar o namoro. Então ele não gostou disso.
     _ Então o senhor acredita que ele matou a sua filha para se vingar do senhor por ter feito Eloíse terminar o namoro?
     _ Sim, Acredito nisso.
     _ O senhor afirmou aí agora com tanta veemência que sabia que Miguel tinha o "nome sujo na praça". Como o senhor tinha e tem tanta certeza disso?
     _ Porque ele é bandido. E bandido sempre está devendo alguma coisa.
     _ Tudo certo então. - Disse Sabrina colocando-se de pé. - Sr. João, muito obrigada pelo depoimento. Estou satisfeita por hoje. Algum de vocês tem perguntas para fazer? - Ela olhava para o delegado e a novata, que fizeram um sinal de negativo com a cabeça. - Então o senhor está dispensado, caso venhamos precisar de mais informações com o senhor, nós o intimaremos novamente.
     _ Obrigado! - Disse Sr. João. - Com licença. - Concluiu ele saindo da sala. 
     Cinco minutos depois que João saiu da sala de oitivas e que Sabrina organizava as novas informações na pasta, Cristian entra com o copo de água.
     _ Agora? Acredito que você chegou um pouco tarde garoto. - Disse o Dr. Roberto dando um sorriso.
     _ Desculpe-me doutor. - Disse Cristian colocando o copo em cima da mesa. - É que quando eu fui buscar a água, eu recebi uma ligação da segurança do hospital onde Eloíse fora assassinada. No dia que fui dar uma olhada nas gravações das câmeras, uma delas havia dado um pequeno problema. Eles tinham me dito que iriam tentar resgatar a imagem daquela câmera, e se conseguissem, me enviariam uma cópia. Que por sinal, ela acaba de chegar aqui.
     _ Essa câmera gravava qual local do hospital? - Sabrina perguntou curiosa.
     _ Ela gravava o estacionamento. 
     _ Você já viu o conteúdo dessa gravação?
     _ Não Dr. Roberto. Pretendo ver agora. - Disse Cristian mostrando um DVD para o delegado.
     _ Então suspendam a oitiva por alguns minutos. - Afirmou o delegado. - Vamos dar uma olhada nesse DVD e ver se ele nos diz algo importante.
     _ Então vamos! - Disse Sabrina colocando-se de pé e ficando ao lado dos demais enquanto Cristian ligava o aparelho de DVD com as imagens do estacionamento do hospital. 
***



Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!
     

sábado, 29 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 9 - Enfim... Um Descanso Merecido



     Sabrina dirigia à caminho da delegacia, enquanto Cristian organizava as informações na pasta para que tudo ficasse no ponto de entregar na delegacia. Os dois não conversavam, apanas seguiam concentrados cada um em suas tarefas. A investigadora seguiu com a viatura direto para o estacionamento, e de lá os dois seguiram diretamente para a sala de Dr. Roberto.
     _ Bom dia doutor, fechamos a coleta de dados por hoje. - Dizia Sabrina olhando para o delegado que escrevia alguma coisa no computador. - Nós deixaremos a pasta na sala de arquivos e vamos embora. Afinal de contas, estamos trabalhando direto desde ontem!
     _ Você fala nós! - Dizia o delegado com uma expressão de confuso. - Nós quem?
     _ O Cristian e eu! - Afirmou Sabrina sem entender o motivo da pergunta de Dr. Roberto.
     _ Como assim Sabrina? O Cristian não estava no hospital?
     _ Ah doutor! Esqueci de informar que ele retornou logo após que o senhor saiu da cena do crime. Segundo o Cristian, foi só de raspão. - Sabrina falou resumidamente para não ter que estender uma história que ela não estava afim de contar.
     _ Entendi. Bom saber disso. Onde ele está agora?
     _ Está entregando a pasta de informações na sala de arquivos.
     _ Tudo bem! Estão dispensados. - Ele disse retornando ao computador. - Ah! - Disse ele subitamente. - Vocês estão sabendo que amanhã pela manhã começa a oitiva de todos os suspeitos e testemunhas?
     _ Sim doutor! - Disse Sabrina exausta. - Estaremos aqui pela manhã.
     A investigadora saiu da sala do delegado chefe e foi diretamente até a sala de arquivos. Ela chegou até a porta que estava trancada; digitou a senha no leitor digital que ficava na parede ao lado da porta; e girou a maçaneta. Dentro da sala não havia ninguém; Cristian não estava mais lá. Ela saiu rapidamente da sala e foi até a entrada da delegacia; avistando um outro investigador logo na entrada, ela perguntou pelo parceiro.
     _ Olá, você viu o novato por aí?
     _ Ele foi para o estacionamento! - Respondeu o policial. - Passou aqui agora mesmo.
     _ Obrigada!
     Sabrina avistou Cristian entrando no carro dele, e então saiu correndo antes que ele arrancasse com o veículo. O carro começava a andar, quando Sabrina da um pulo na frente do carro.
     _ Cris... Cristian. - Disse ela gaguejando meio sem jeito. - Você poderia me dar uma carona? Estou sem carro hoje!
     _ Entra aí! - Disse Cristian destravando a porta do carro e sorrindo para ela. - Te levo aonde você quiser parceira!
     Sabrina deu um sorriso largo depois de ouvir aquelas palavras, e entrou satisfeita no carro do parceiro. Enquanto ele começava a sair, ela o avaliava. Cristian tinha um corpo normal; sem  muitos músculos, mas definido o suficiente para chamar a atenção de quem olhasse. Ele tinha os cabelos castanhos caramelo e os olhos verdes. O rosto era bem desenhado, e ela o achava muito bonito. - "Ele é muito gato. Nossa! Pra que ser lindo desse jeito?" - Pensava ela. Quando ele a olhou repentinamente, ela despistou que estava olhando para o lado de fora da janela dele.
     _ Algum problema? - Perguntou ele com um sorriso que iluminou todo o rosto. Deixando-o ainda mais belo. - Tem alguma coisa em mim?
     _ Não, nada! - Disse ela sem graça. - Não há nada demais em você.
     Dali em diante eles seguiram calados por dez minutos, até Cristian romper o silêncio.
     _ Onde você mora?
     _ Ah desculpe-me, nem me toquei que você não sabe onde moro! - Disse ela sorrindo. - Vou gravar o meu endereço aqui no seu GPS. Assim você saberá como chegar em  minha casa sempre que precisar! - Concluiu pegando o GPS dele e digitando o endereço.
     Enquanto aquele aparelho orientava o policial, ambos conversavam.
     _ Quem diria que eu de início quis rejeitar trabalhar com você!
     _ Sei bem disso! - Disse Cristian fazendo uma cara de bravo e depois dando um sorriso.
     _ Ainda bem que acabamos tendo que trabalhar juntos. - Ela o encarou, enquanto ele olhava para frente. - Parece que te conheço há anos!
     _ Que bom que demos certo um com o outro né? 
     _ Verdade Cristian. - Ela sorriu. - Ainda bem.
     O GPS sinalizava que o carro havia chegado no seu destino. Sabrina fez um pouco de hora antes de descer do carro. No fundo, ela esperava alguma coisa. Principalmente alguma coisa vinda da parte de Cristian. 
     _ Tchau. - Disse ela saindo do carro. - Então, até amanhã! 
     _ Até! Vou embora para colocar essa blusa de molho e torcer para que essa mancha de sangue saia dela. - Ele dizia pegando a blusa e olhando para ela.
     _ Aqui tem um tira manchas excelente! - Disse Sabrina quase gritando. - Se você quiser posso lavar sua blusa e secar na minha secadora. - Ela quase que implorava para que ele aceitasse. - Não demora nada. Vai ser muito rápido!
     Cristian olhou no fundo dos olhos dela, e sacou que aquela não era a verdadeira intenção da parceira. Então para não bancar o safado, fez-se de difícil.
     _ Não precisa não! Obrigado. - Ele falou dando seta no carro. - Não quero te dar trabalho! Imagina, você ia achar que eu sou um folgado!
     _ Que isso! - Disse ela nervosa. - Agora faço questão que você suba.
     _ Você acha que devo? - Perguntou ele sondando o terreno. - E seu namorado se chegasse e visse eu sem camisa na sua casa, o que ele pensaria disso?
     Por um instante Sabrina pensou no que Cristian acabara de lhe dizer. Não no que um possível namorado poderia dizer; mas em ver seu parceiro sem camisa na sua casa. Então como uma força que cresce e explode, ela falou com ele.
     _ Não tenho namorado nenhum. Estacione o carro aí na porta do prédio e vamos subir!
     Os dois seguiam em direção ao elevador, e quando passavam pela recepção, muitos olhavam espantados para Cristian, com aquela camisa cheia de sangue. Alguns ainda chegavam até eles e perguntavam se ele estava bem e se precisava de ajuda. Depois de passar pelos curiosos, Sabrina abria a porta do apartamento dela. O lugar era pequeno, mas tinha um tamanho excelente para uma pessoa só. A investigadora foi até o quarto dela, guardou a pistola e retornou até a sala, onde Cristian estava assentado, aguardando por ela. Sabrina chegou até ele e pediu que ele tirasse a camisa. Quando o garoto retirava a camisa, ela ficou avaliando o corpo dele, e sentiu um calor subindo pelo seu próprio corpo. Já com a camisa nas mãos, ela seguiu até a área de serviços; pegou um tira manchas; jogou em um balde e colocou a blusa de Cristian dentro.
     _ Pronto! - Disse ela voltando para a sala. - Agora temos que esperar alguns minutos. - Ela seguia até o quarto dela, quando ela pára na porta e olha para ele.
     _ Você deseja alguma coisa? - Ela pausou. - Comer? Beber?
     Cristian sabia que aquela pergunta tinha segundas intenções, mas preferiu continuar com o jogo de sedução que ele começara. - Desejo! - Ele parou de falar e viu os olhos dela brilharem na espera da resposta! - Desejo tomar um pouco de café! Porém percebo que você está indo para o banho.
     _ Estou sim! Por que? - Ela perguntava esperando que ele falasse algo que ela queria ouvir.
     _ Posso fazer eu mesmo esse café! Assim eu não fico sendo tão abusado com você!
     _ Ah sim! - Disse ela com uma expressão de decepção. - O material está todo no armário da cozinha. Pode ficar à vontade. Não será difícil achar. Pode procurar lá. - Ela concluiu indo para o chuveiro.
     Enquanto Sabrina tomava banho de água gelada para diminui o calor que estava sentindo, Cristian estava na cozinha colocando a água para ferver. O garoto sabia que esse jogo de sedução era uma via de mão dupla; pois do mesmo jeito que ele estava jogando, Sabrina também jogava. Ele tinha a intenção de deixá-la louca de vontade e ir embora sem fazer nada; mas ele não esperava que ela também usasse todas as armas que ela tinha.
     A garota saiu do quarto vestindo uma blusa que mostrava a barriguinha sarada dela, e o volume de seus seios fartos. A investigadora seguiu até a cozinha, colocou um pouco do café, veio para a sala e parou em pé na frente de Cristian; que fitava seus olhos nos olhos dela, para que nada nele viesse a dar sinal de vida. Eles conversaram um pouco, e em seguida Cristian seguiu até a cozinha para lavar a xícara e as vasilhas do café. Quando ele começava a lavar as vasilhas, Sabrina passa por ele; pega a camisa dentro do balde e joga no tanque. Até então tudo estava tranquilo, mas a coisa ficou séria quando ela debruçou sobre o tanque. Nesse momento Cristian olhou para o short que ela vestia. Ele era curto e apertado o suficiente para mostrar o começo das dobras da bunda dela e desenhar as curvas que seguiam por aquele pedaço enorme de carne. Foi nesse momento que Cristian sentiu tudo nele ficar acordado, e ele mesmo se rendeu ao jogo dela. O investigador foi até Sabrina e, passando os braços pela barriga dela, a puxou contra o corpo dele; comprimindo-a, fazendo com que ela sentisse tudo o que ele tinha a oferecer a ela. Então ele começou a beijar as costas dela e foi subindo, dando leves beijos, e mordidas suaves, até que ele chegou à nuca dela, foi quando ela deu um suspiro e encolheu o pescoço. Já no ouvido da garota, depois de dar umas mordidas, ele falou com voz sensual.
     _ Não aguento mais! - Ele a cutucou com sua ferramenta. -  Você venceu.


     Ela se virou para Cristian. Passou os braços pelo pescoço dele como se fosse pendurar no parceiro, e então falou quase gemendo.
     _ Se eu venci, me da o meu prêmio!
     Eles começaram a se beijar e se agarrar. Aquela cozinha ficou pequena para os dois, pois eles esbarravam em tudo enquanto arrancavam as roupas um do outro. Depois de passar pela sala e acabar no quarto, ambos estavam sem roupa nenhuma. Cristian assentou-se na ponta da cama e fez sinal para que Sabrina viesse até ele. A investigadora de frente para ele, mas um pouco afastada, olhou para o rosto do policial e foi descendo até o instrumento dele que estava em pé e esperando por ela. Quando ela o avistou, ela não resistiu e comentou.
     _ Nossa! - Ela dizia com os olhos brilhando. - Não imaginava que o meu prêmio seria tão grande assim.
     _ Cale a boca e vem receber o que tenho para você. - Disse Cristian exibindo o material.
     Sabrina aproximou-se devagar e com charme, assentou-se sobre o colo do garoto, e com as próprias mãos ajeitou tudo no lugar. Quando ambos estavam encaixados, Sabrina soltou um leve gemido. Então Cristian com um sorrido no rosto, aproximou os lábios do ouvido dela e perguntou.
     _ Está bom para você?
     E Sabrina  cheia de fogo e desejo, deu um beijo caloroso no investigador e disse. - Está ótimo, mas é só o começo. - Ela concluiu se jogando contra ele e forçando ambos caírem completamente deitados sobre a cama.
***







Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!
     

     

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 8 - Um Rosto Conhecido




     A ligação de Sabrina completou, e logo alguém atendeu.
     _ CPD!
     _ Fred, sou eu. - Ela nem deu tempo e continuou. - Preciso que você mande para o meu celular uma foto e o endereço da residência e do trabalho de Guilherme.
     _ Quem é esse Guilherme? - Disse Fred digitando. - Guilherme de que?
     _ Não sei o sobrenome dele. - Afirmou Sabrina ansiosa. - Esse Guilherme é um segurança que trabalha na mesma empresa da primeira vítima do meu caso. - Ela respirava rapidamente. - Procure nos registros do caso e me envie agora, pois estarei aguardando. 
     _ Esse é o segurança que encontrou a vítima caída?
     _ Sim, ele mesmo! - Falou Sabrina guardando o celular. - Tire uma cópia dessa gravação e vamos voltar para a lanchonete.
     _ Já estou fazendo a cópia.
     Em questão de minutos Cristian já estava com a cópia na mão, e quando se preparavam para sair daquele cômodo pequeno e apertado, eles ouviram Melissa falando alto com alguém do lado de fora.
     _ Aqui não tem dinheiro nenhum. - Ela falava mais alto ainda. - Não faça nada comigo, por favor. Eu não quero morrer.
     Ao ouvir isso, Cristian e Sabrina olharam para o monitor que passavam as imagens da câmera interna da loja, e se assustaram quando viram um homem encapuzado com um revólver calibre trinta e oito apontado para a cara de Melissa, com aproximadamente dois a três metros de distância dela. Sabrina olhou para os monitores com imagens das câmeras externas procurando pelas viaturas que estavam do outro lado da rua minutos antes deles entrarem naquela loja, mas as viaturas tinham saído, pois provavelmente já havia concluído o trabalho naquele local. Ainda olhando para os monitores, Sabrina procurava algum veículo ligado e com motorista parado próximo da entrada da loja; pois poderia ser um ou mais ajudantes do bandido que estava no interior daquela loja, mas não havia veículo nenhum. Nesse momento o bandido gritou com Melissa.
     _ Cale sua boca sua vagabunda, se não eu vou te matar! - Ele falava alto e em bom tom que dava pra ser ouvido onde os investigadores estavam. - Eu não quero dinheiro nenhum. Eu vim aqui porque quero as gravações das câmeras lá de fora.
     Quando ele falou isso, Sabrina olhou para Cristian. O policial estava com a pistola em uma mão e a outra ele abria a porta. Imediatamente a investigadora também sacou a pistola ponto quarenta dela e ficou atrás de Cristian para dar a ele cobertura.
     _ Parado! - Disse Cristian com a arma apontada para o bandido. - Abaixe a sua arma.
     O bandido virou-se bruscamente e apontou o trinta e oito para Cristian. De repente aconteceu um disparo. Melissa se escondeu atrás da mesa, e Cristian se abaixou. O bandido saiu correndo em direção à saída, e Sabrina o perseguiu até a esquina e parou, pois o bandido já havia pulado um muro e sumido atrás dele. A investigadora voltou para a loja e viu Cristian acalmando Melissa que estava chorando desesperada.
     _ Vocês estão bem?
     _ Estamos sim! - Falou Cristian. - A Melissa só está um pouco abalada, mas vai ficar bem. - O investigador olhou para Sabrina e continuou. - Belo tiro. - Ele sorriu. - Me livrou de ser atingido novamente. - Ele continuava sorrindo e segurava na blusa. - Pelo jeito vou ter que jogar essa camisa fora, pois ela está me dando muito azar. - Ele andou na direção de Sabrina e deu um beijo no rosto dela. - Obrigado.
     Sabrina recebeu aquele beijo um pouco sem jeito, e para disfarçar a vergonha ela respondeu.
     _ O tiro não foi tão belo assim. - Ela guardava a pistola no coldre. - Eu errei! Porém aceito seu agradecimento, de certa forma te livrei de outro tiro. - Concluiu a policial sorrindo.
     Cristian andou até uma parede da loja e disse tranquilamente.
     _Você não errou nada. - Ele puxava com a tampa de uma caneta, o projétil que ficara preso na parede. - Dê uma olhada aqui. - Ele apontou para Sabrina verificar no projétil que acabava de cair no chão. - Veja a marca de sangue. - Ele sorriu. - Você acertou o desgraçado. - Sabrina abaixou-se e pegou o projétil do chão com um pedaço de sacola que ela encontrou na loja. - Seja quem for, uma hora dessas o desgraçado está com o braço sangrando. - Concluiu Cristian.
     _ Realmente o acertei. - Sabrina avaliava a mancha fresca de sangue no projétil. - Mas como você sabe que eu mirei no braço dele?
     _ Simples! - Disse Cristian sorrindo. - A altura em que a parede foi atingida, era aproximadamente a altura do braço do bandido. - Então deduzi que você acertou o braço dele.
     _ Muito bem garoto! - Disse Sabrina sorrindo. - Mas agora não adianta nada procurar por ele. Nesse exato momento temos outras prioridades.
     _ Tipo o que?
     _Tipo retornarmos até a lanchonete para fazer novas perguntas àqueles funcionários.
     _ Tudo bem. Vamos lá então. - Cristian olhou para Melissa, deu um leve beijo nas costas da mão dela e continuou. - Fique bem Mel, você estará segura. Já enviei uma mensagem para a delegacia solicitando que uma viatura viesse até aqui para que você possa registrar uma ocorrência. Eles cuidarão de você.
     _ Obrigada Cris. - Disse a moça anotando alguma coisa em um pedaço de papel e entregando ao garoto. - Me liga ta. Não esquece, pois vou ficar esperando. - Melissa concluiu dando uma piscada com o olho direito para o policial.


     Quando Sabrina e Cristian entraram na lanchonete, a garçonete olhou assustada. Ela realmente não entendia o que a investigadora fazia ali novamente.
     _ Olá novamente Diana. - Disse Sabrina para a garçonete. - Você pode chamar o Rodrigo? Temos novas perguntas para fazer para vocês.
     _ O Rodrigo não está. - Ela parou de falar e ficou encarando Cristian.
     _ Esse é o meu parceiro.
     _ Olá, me chamo Cristian.
     _ Olá Cristian, eu sou a Diana.
     _ Então. - Disse Sabrina interrompendo a conversa dos dois. Você sabe para onde o Rodrigo foi?
     _ Sei sim. - Afirmou Diana ainda encarando Cristian. - Ele foi dispensado para poder resolver as questões da papelada do enterro de Larissa.
     _ Você está sozinha? - Cristian perguntou olhando nos olhos de Diana.
     _ Eu estou solteira sim. Você está interessado? - Disse Diana dando um sorriso malicioso para Cristian.
     _ Não foi isso que eu perguntei. - Falou Cristian segurando um sorriso. - Perguntei se você está trabalhando sozinha aqui na lanchonete.
     _ Ah não! Não estou sozinha não, meu patrão veio cobrir a falta do Rodrigo. - Ela sorria sem graça quando falava. - Ele esta lá dentro. Querem falar com ele?
     _ Não! - Disse a investigadora interrompendo novamente. - Queremos falar com você mesma. - Sabrina concluiu quando sentiu seu celular vibrar.
     A investigadora olhou o celular e viu uma mensagem de Fred. Ela abriu, leu o conteúdo e voltou-se novamente para Diana.
     _ Bem, como só tem você, vou perguntar para você mesma. - Sabrina mostrou o celular para Diana e continuou. - Você conhece esse homem? - Ela mostrava a foto de Guilherme para a garçonete.
     _ O Paulo? - Disse Diana pegando o celular para olhar a foto direito. - O que tem o Paulo? Vocês estão suspeitando dele?
     _ Apenas nos responda. Você o conhece de onde e desde quando?
     _ Olha Sabrina, conheço o Paulo daqui mesmo. - Ela devolvia o celular enquanto falava. - Ele vem todos os dias até essa lanchonete. Isso já tem uns dois meses.
     _Você sabe o motivo dele vir todos os dias? 
     _ Eu acho que além dele morar aqui perto, é porque ele está afim de mim. - Ela sorriu. - Pelo menos foi o que Larissa me disse quando ele vinha conversar com ela.
     _ Então ele vinha todos os dias para conversar com a Larissa? - Perguntou Cristian.
     _ Sim! - Falou Diana sorrindo para Cristian. - Mas ele conversava com ela para perguntar coisas a meu respeito.
     _ Entendi! - Falou Cristian. Mas vocês chegaram a sair juntos; a ter um relacionamento?
     _ Não! Acho que ele é muito tímido, nunca teve coragem de chegar e me chamar para sair. - Ela deu um sorriso sem graça. - Na verdade nunca me chamou nem mesmo para uma conversa.
     _ Qual o horário que ele costuma frequentar essa lanchonete? - Perguntou Sabrina anotando tudo que Diana dizia.
     _ Ele costuma vir sempre entre dezessete às dezenove horas, nunca passa disso.
     _ Quanto tempo ele fica aqui?
     _ Olha Cristian. - Dizia Diana. - Ele sempre pede um café com um pão de queijo. O pedido é sempre o mesmo. Ele come em uns vinte minutos e vai embora.
     _ Ele nunca ficava mais tempo conversando com Larissa não?
     _ Não Sabrina. Ele terminava de comer e ia embora. - Dizia ela olhando para um cliente que acabava de entrar na lanchonete. - Acho que ele é muito ocupado. Agora me dêem licença que tenho que atender aquele senhor ali que acabou de entrar.
     _ Pode ir. Estamos satisfeitos. - Falou Sabrina olhando para Cristian que confirmou com a cabeça. - Obrigada novamente pela sua atenção.
     _ Por nada. Se precisarem novamente estarei por aqui - Disse Diana sorrindo e olhando para o investigador. - Tchau Cristian. Volte mais vezes.
     Sabrina revirou os olhos quando ouviu aquilo, e puxando Cristian pelo braço, ambos saíram da lanchonete.  Quando eles já estavam dentro da viatura, começaram a conversar.
     _ Você viu que o Guilherme mentiu a respeito do nome? - Perguntou Sabrina.
     _ Vi sim! E me diga, ele mora aqui por perto?
     _ Se os endereços que Fred me mandou são realmente da residência e do trabalho dele... - Sabrina fez um suspense e depois continuou. - Ele está atravessando a cidade só para tomar um café e comer um pão de queijo.
     _ Então tem coisa errada nessa história.
     _ Muito errada Cristian. - Disse Sabrina ligando o carro. - E é isso que vamos descobrir.
***




Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!



sexta-feira, 28 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 7 - Primeiro o Trabalho... Depois a Diversão



      Sabrina e Cristian atravessavam a rua conversando. A investigadora ainda trazia à tona o assunto sobre o tiro que seu parceiro havia tomado.
     _ Cristian, quando você tomou o tiro, eu pensei que você iria morrer!
     _ Por que você pensou isso?
     _ Depois que eu vi que você apagou e que estava sangrando, eu não quis chegar perto de você. Eu tive medo de confirmar que você estava morto. - Ela pausou para respirar. - E o pior de tudo foi quando te levaram de ambulância.
     _ Por que a pior parte foi a da ambulância? - Perguntou Cristian curioso.
     _ Porque eu não vi quando eles te levaram. Ai fui pedir informações a respeito do seu estado para um policial que estava na hora. Então ele me disse que achava que o caso era sério, porque quando colocaram você dentro da ambulância, um dos enfermeiros fez uma cara feia.   
     _ Sério que te disseram isso? - Disse o garoto dando gargalhadas.
     _ Você esta rindo de que?
     _ De você! - Afirmou ele ainda sorrindo muito. - Primeiro que eu apaguei pelo susto de ter tomado um tiro. Foi só por isso. - Ele continuava sorrindo. - Segundo que quando estavam me colocando na ambulância eu acordei. - Ele começava a parar a risada. - Foi ai que ouvi um enfermeiro fazendo cara feia e dizendo para o outro ir soltar gazes no banheiro e não perto dele. - Nesse momento ambos caíam na gargalhada. - Então o outro rebateu dizendo que o pum tinha escapado devido à forca que ele havia feito para colocar a maca na ambulância. - Os dois policiais gargalhavam da história que Cristian estava contando. - Esse policial que te deu essa informação, julgou a situação pelos olhos dele. Uma informação muito imprecisa por sinal.
     Nesse momento os dois seguravam o sorriso para poder entrar na loja de empréstimos. Ambos fizeram cara de policiais sérios e adentraram na loja indo direto a atendente.
     _ Bom dia. - Disse Cristian com um sorriso. - Meu nome é Cristian e essa é minha parceira Sabrina. Somos policiais civis e precisamos de algo que vocês possam ter.
     _ Bom dia investigador. - Respondeu a atendente. - Em que a nossa loja pode ajudar a polícia?
     _ Vimos que esse comércio têm duas câmeras na fachada. Queremos dar uma olhada nas gravações. - Disse Cristian educadamente. - Isso seria possível?
     _ Se não for possível, pediremos uma ordem judicial. Em todo caso veremos as gravações.
     _ E se as câmeras não tiverem gravações? - Disse a atendente irritada com a maneira que Sabrina falara com ela. - E se elas só filmarem a entrada da loja e seu interior?
     Sabrina ia retrucar a atendente, quando Cristian colocou o braço na frente dela e fez sinal para que ela ficasse quieta.
     _ Desculpe o jeito de minha parceira. - Disse Cristian depois de perceber o estado de irritação que a atendente ficara. - Qual é o seu nome?
     _ Meu nome é Melissa.
     _ Que nome bonito. - Afirmou o policial olhando a moça nos olhos. - Bonito igual à dona dele. Mas enfim, poderíamos dar uma olhada nas gravações?
     _ Obrigada Cris! - Disse Melissa sorrindo acanhada com o elogio do garoto. - Você é muito educado e gentil.
     _ Só trato bem quem merece Mel.
     Sabrina já irritada com tanta melação começa a andar de um lado para o outro. Impaciente com o que ouvia, sentiu seu celular vibrar no bolso da calça antes de tocar, e assim que o celular tocou, ela atendeu.
     _ Fala Fred!
     _ Sa. - Disse Fred com carinho. - Dr. Roberto pediu para você deixar as informações levantadas sobre o caso na delegacia, e depois disso você pode ir embora.
     _ Vou embora assim que avisar os pais da nova vítima sobre a morte dela e depois de fazer algumas perguntas.
     _ Não precisa avisar não! - Falou Fred rapidamente. - A delegacia já informou os familiares do ocorrido. E quanto às perguntas, você vai poder fazer na oitiva que foi marcada para amanhã. Todas as testemunhas e suspeitos foram intimados. - Ele digitava algo. - Amanhã vocês terão o dia só para fazer perguntas.
     _ Sendo assim, vou terminar aqui e ir embora.
     _ Muito bem. - Fred deu um sorriso do outro lado da linha, que até Sabrina ouviu. - Hoje à noite vou aparecer no seu apartamento.
     _Tudo bem. - Respondeu ela olhando para Cristian que a encarava aguardando o fim da ligação. - Farei algo gostoso para a gente comer. - Concluiu ela dizendo muito mais baixo que o normal.
     _ Certo. Tchau! - Disse Fred finalizando a ligação.
     _ Podemos ir? - Perguntou Cristian.
     _ Claro que sim Cris. - Disse Sabrina sendo sarcástica por causa do apelido que a atendente tinha o chamado. - E quando concluirmos aqui estaremos dispensados.
     _ Ótimo saber disso. - E olhando para a atendente, o policial continuou. - Podemos ir Mel!
     Melissa levou os policiais a um pequeno cômodo onde ficavam três monitores e um aparelho para gravação. Ela arrastou uma cadeira que estava encostada atrás da porta, e ajeitou para que Cristian assentasse nela.
     _ Está aí Cris. - Disse Melissa sorrindo. - Fique o tempo que precisar. Vou voltar para frente da loja, pois a recepção não deve ficar sozinha.
     _ Tudo bem, obrigado!
     A atendente voltara para a recepção enquanto Cristian começava a passar as gravações do dia anterior. O investigador estava certo, pois a posição de uma das câmeras captava uma parte da entrada da lanchonete, e foi justamente nas gravações dessa câmera que eles focaram. Os investigadores procuravam por rostos suspeitos, e tentando não ficar o dia inteiro ali, eles colocaram a gravação para passar em uma velocidade razoável o suficiente para ser rápido e não perderem nada do que procuravam. Quando a gravação chegava às dezoito e quinze, Sabrina manda Cristian parar e voltar um pouco, e o investigador obedeceu prontamente.
     _ O que foi que você viu?
     _ Ele! - Disse Sabrina apontando para o monitor. - Foi ele quem eu vi!    
     _ Quem é ele? - Disse Cristian curioso.
     _ Aguarde um minuto que você já vai saber. - Disse Sabrina pegando o celular e ligando para a delegacia.
***




Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!