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sábado, 29 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 8 - Um Rosto Conhecido




     A ligação de Sabrina completou, e logo alguém atendeu.
     _ CPD!
     _ Fred, sou eu. - Ela nem deu tempo e continuou. - Preciso que você mande para o meu celular uma foto e o endereço da residência e do trabalho de Guilherme.
     _ Quem é esse Guilherme? - Disse Fred digitando. - Guilherme de que?
     _ Não sei o sobrenome dele. - Afirmou Sabrina ansiosa. - Esse Guilherme é um segurança que trabalha na mesma empresa da primeira vítima do meu caso. - Ela respirava rapidamente. - Procure nos registros do caso e me envie agora, pois estarei aguardando. 
     _ Esse é o segurança que encontrou a vítima caída?
     _ Sim, ele mesmo! - Falou Sabrina guardando o celular. - Tire uma cópia dessa gravação e vamos voltar para a lanchonete.
     _ Já estou fazendo a cópia.
     Em questão de minutos Cristian já estava com a cópia na mão, e quando se preparavam para sair daquele cômodo pequeno e apertado, eles ouviram Melissa falando alto com alguém do lado de fora.
     _ Aqui não tem dinheiro nenhum. - Ela falava mais alto ainda. - Não faça nada comigo, por favor. Eu não quero morrer.
     Ao ouvir isso, Cristian e Sabrina olharam para o monitor que passavam as imagens da câmera interna da loja, e se assustaram quando viram um homem encapuzado com um revólver calibre trinta e oito apontado para a cara de Melissa, com aproximadamente dois a três metros de distância dela. Sabrina olhou para os monitores com imagens das câmeras externas procurando pelas viaturas que estavam do outro lado da rua minutos antes deles entrarem naquela loja, mas as viaturas tinham saído, pois provavelmente já havia concluído o trabalho naquele local. Ainda olhando para os monitores, Sabrina procurava algum veículo ligado e com motorista parado próximo da entrada da loja; pois poderia ser um ou mais ajudantes do bandido que estava no interior daquela loja, mas não havia veículo nenhum. Nesse momento o bandido gritou com Melissa.
     _ Cale sua boca sua vagabunda, se não eu vou te matar! - Ele falava alto e em bom tom que dava pra ser ouvido onde os investigadores estavam. - Eu não quero dinheiro nenhum. Eu vim aqui porque quero as gravações das câmeras lá de fora.
     Quando ele falou isso, Sabrina olhou para Cristian. O policial estava com a pistola em uma mão e a outra ele abria a porta. Imediatamente a investigadora também sacou a pistola ponto quarenta dela e ficou atrás de Cristian para dar a ele cobertura.
     _ Parado! - Disse Cristian com a arma apontada para o bandido. - Abaixe a sua arma.
     O bandido virou-se bruscamente e apontou o trinta e oito para Cristian. De repente aconteceu um disparo. Melissa se escondeu atrás da mesa, e Cristian se abaixou. O bandido saiu correndo em direção à saída, e Sabrina o perseguiu até a esquina e parou, pois o bandido já havia pulado um muro e sumido atrás dele. A investigadora voltou para a loja e viu Cristian acalmando Melissa que estava chorando desesperada.
     _ Vocês estão bem?
     _ Estamos sim! - Falou Cristian. - A Melissa só está um pouco abalada, mas vai ficar bem. - O investigador olhou para Sabrina e continuou. - Belo tiro. - Ele sorriu. - Me livrou de ser atingido novamente. - Ele continuava sorrindo e segurava na blusa. - Pelo jeito vou ter que jogar essa camisa fora, pois ela está me dando muito azar. - Ele andou na direção de Sabrina e deu um beijo no rosto dela. - Obrigado.
     Sabrina recebeu aquele beijo um pouco sem jeito, e para disfarçar a vergonha ela respondeu.
     _ O tiro não foi tão belo assim. - Ela guardava a pistola no coldre. - Eu errei! Porém aceito seu agradecimento, de certa forma te livrei de outro tiro. - Concluiu a policial sorrindo.
     Cristian andou até uma parede da loja e disse tranquilamente.
     _Você não errou nada. - Ele puxava com a tampa de uma caneta, o projétil que ficara preso na parede. - Dê uma olhada aqui. - Ele apontou para Sabrina verificar no projétil que acabava de cair no chão. - Veja a marca de sangue. - Ele sorriu. - Você acertou o desgraçado. - Sabrina abaixou-se e pegou o projétil do chão com um pedaço de sacola que ela encontrou na loja. - Seja quem for, uma hora dessas o desgraçado está com o braço sangrando. - Concluiu Cristian.
     _ Realmente o acertei. - Sabrina avaliava a mancha fresca de sangue no projétil. - Mas como você sabe que eu mirei no braço dele?
     _ Simples! - Disse Cristian sorrindo. - A altura em que a parede foi atingida, era aproximadamente a altura do braço do bandido. - Então deduzi que você acertou o braço dele.
     _ Muito bem garoto! - Disse Sabrina sorrindo. - Mas agora não adianta nada procurar por ele. Nesse exato momento temos outras prioridades.
     _ Tipo o que?
     _Tipo retornarmos até a lanchonete para fazer novas perguntas àqueles funcionários.
     _ Tudo bem. Vamos lá então. - Cristian olhou para Melissa, deu um leve beijo nas costas da mão dela e continuou. - Fique bem Mel, você estará segura. Já enviei uma mensagem para a delegacia solicitando que uma viatura viesse até aqui para que você possa registrar uma ocorrência. Eles cuidarão de você.
     _ Obrigada Cris. - Disse a moça anotando alguma coisa em um pedaço de papel e entregando ao garoto. - Me liga ta. Não esquece, pois vou ficar esperando. - Melissa concluiu dando uma piscada com o olho direito para o policial.


     Quando Sabrina e Cristian entraram na lanchonete, a garçonete olhou assustada. Ela realmente não entendia o que a investigadora fazia ali novamente.
     _ Olá novamente Diana. - Disse Sabrina para a garçonete. - Você pode chamar o Rodrigo? Temos novas perguntas para fazer para vocês.
     _ O Rodrigo não está. - Ela parou de falar e ficou encarando Cristian.
     _ Esse é o meu parceiro.
     _ Olá, me chamo Cristian.
     _ Olá Cristian, eu sou a Diana.
     _ Então. - Disse Sabrina interrompendo a conversa dos dois. Você sabe para onde o Rodrigo foi?
     _ Sei sim. - Afirmou Diana ainda encarando Cristian. - Ele foi dispensado para poder resolver as questões da papelada do enterro de Larissa.
     _ Você está sozinha? - Cristian perguntou olhando nos olhos de Diana.
     _ Eu estou solteira sim. Você está interessado? - Disse Diana dando um sorriso malicioso para Cristian.
     _ Não foi isso que eu perguntei. - Falou Cristian segurando um sorriso. - Perguntei se você está trabalhando sozinha aqui na lanchonete.
     _ Ah não! Não estou sozinha não, meu patrão veio cobrir a falta do Rodrigo. - Ela sorria sem graça quando falava. - Ele esta lá dentro. Querem falar com ele?
     _ Não! - Disse a investigadora interrompendo novamente. - Queremos falar com você mesma. - Sabrina concluiu quando sentiu seu celular vibrar.
     A investigadora olhou o celular e viu uma mensagem de Fred. Ela abriu, leu o conteúdo e voltou-se novamente para Diana.
     _ Bem, como só tem você, vou perguntar para você mesma. - Sabrina mostrou o celular para Diana e continuou. - Você conhece esse homem? - Ela mostrava a foto de Guilherme para a garçonete.
     _ O Paulo? - Disse Diana pegando o celular para olhar a foto direito. - O que tem o Paulo? Vocês estão suspeitando dele?
     _ Apenas nos responda. Você o conhece de onde e desde quando?
     _ Olha Sabrina, conheço o Paulo daqui mesmo. - Ela devolvia o celular enquanto falava. - Ele vem todos os dias até essa lanchonete. Isso já tem uns dois meses.
     _Você sabe o motivo dele vir todos os dias? 
     _ Eu acho que além dele morar aqui perto, é porque ele está afim de mim. - Ela sorriu. - Pelo menos foi o que Larissa me disse quando ele vinha conversar com ela.
     _ Então ele vinha todos os dias para conversar com a Larissa? - Perguntou Cristian.
     _ Sim! - Falou Diana sorrindo para Cristian. - Mas ele conversava com ela para perguntar coisas a meu respeito.
     _ Entendi! - Falou Cristian. Mas vocês chegaram a sair juntos; a ter um relacionamento?
     _ Não! Acho que ele é muito tímido, nunca teve coragem de chegar e me chamar para sair. - Ela deu um sorriso sem graça. - Na verdade nunca me chamou nem mesmo para uma conversa.
     _ Qual o horário que ele costuma frequentar essa lanchonete? - Perguntou Sabrina anotando tudo que Diana dizia.
     _ Ele costuma vir sempre entre dezessete às dezenove horas, nunca passa disso.
     _ Quanto tempo ele fica aqui?
     _ Olha Cristian. - Dizia Diana. - Ele sempre pede um café com um pão de queijo. O pedido é sempre o mesmo. Ele come em uns vinte minutos e vai embora.
     _ Ele nunca ficava mais tempo conversando com Larissa não?
     _ Não Sabrina. Ele terminava de comer e ia embora. - Dizia ela olhando para um cliente que acabava de entrar na lanchonete. - Acho que ele é muito ocupado. Agora me dêem licença que tenho que atender aquele senhor ali que acabou de entrar.
     _ Pode ir. Estamos satisfeitos. - Falou Sabrina olhando para Cristian que confirmou com a cabeça. - Obrigada novamente pela sua atenção.
     _ Por nada. Se precisarem novamente estarei por aqui - Disse Diana sorrindo e olhando para o investigador. - Tchau Cristian. Volte mais vezes.
     Sabrina revirou os olhos quando ouviu aquilo, e puxando Cristian pelo braço, ambos saíram da lanchonete.  Quando eles já estavam dentro da viatura, começaram a conversar.
     _ Você viu que o Guilherme mentiu a respeito do nome? - Perguntou Sabrina.
     _ Vi sim! E me diga, ele mora aqui por perto?
     _ Se os endereços que Fred me mandou são realmente da residência e do trabalho dele... - Sabrina fez um suspense e depois continuou. - Ele está atravessando a cidade só para tomar um café e comer um pão de queijo.
     _ Então tem coisa errada nessa história.
     _ Muito errada Cristian. - Disse Sabrina ligando o carro. - E é isso que vamos descobrir.
***




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