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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 20 - Não Acaba Quando Termina




     Com receio de deixar Sabrina sozinha no apartamento com a porta arrombada, Cristian levou a parceira para casa dele. E lá passaram juntos, uma noite quente de amor.
     Cristian e Sabrina chegaram um pouco além do horário na delegacia no dia seguinte. Ao entrar no local de trabalho, Dr. Roberto conversava com Mirella. Segundos depois ela se afastava do delegado chefe e andava na direção dos parceiros, quando os quatro homens de terno se aproximaram dela e a fez parar. Cristian e Sabrina parou atrás deles e esperou a conversa deles se findar.
     _ Dra. Mirella. - Dizia um dos homens. - Concluímos com a coleta de dados em relação ao policial corrupto.
     _ Tudo bem. Vocês podem voltar para minha delegacia. - Dizia Dra. Mirella. - Tenho que terminar um caso que comecei. Assim que eu fechá-lo por completo, partirei para o Departamento de Corregedoria.
     _ Então nós iremos imediatamente doutora. - Concluiu o homem de terno.
     Mirella mal terminou de conversar com seus subordinados, e foi abordada por Cristian e Sabrina.
     _ Chega ser estranho ouvir e te chamar de doutora. - Dizia Cristian. - Acho que não consigo te chamar de Dra. Mirella.
     _ Realmente soa estranho pra nós! - Sabrina completou.
     _ Imagino. - Disse Dra. Mirella. - Isso é devido o fato de vocês terem me conhecido e se acostumado a me chamar apenas de Mirella. - Ela sorriu. - Podem me chamar de Mirella mesmo. Não me importo. - Ela respirou calmamente e continuou. - Podemos fechar o caso do assassino em série?
     _ Podemos sim. - Disse Cristian. - Nós íamos justamente começar a oitiva com Fred.
     _ Então vamos. - Sabrina concluiu andando em direção à sala de oitivas.
     E assim que acusado e policiais estavam presentes na sala, o interrogatório começou. E como sempre, Sabrina dirigia.
     _ Frederico, você confessa ser o assassino de Eloíse, Larissa, Laura e Lorena?
     _ Não adianta. Não confessarei nada.
     _ Seria melhor você confessar! - Disse Dra. Mirella. - Temos uma gravação com sua confissão. Ela é suficiente para que você seja acusado. Mas se você mesmo confessar e assinar a sua confissão, você terá a sua pena reduzida.
     _ Tudo bem! - Disse Fred. - Eu confesso! Fui o assassino de todas essas garotas.
     _ O que te levou a assassinar tantas jovens?
     _ Sa. - Dizia Fred antes de ser interrompido.
     _ Não me chame assim. - Disse Sabrina interrompendo Frederico. - Me chame pelo meu nome.
     _ Tudo bem... Sabrina! - Ele disse com um certo tom de irritação. - Quando eu era mais novo, eu morava em um orfanato. No Orfanato Raio de Luz pra ser mais preciso. Naquele lugar eu sofri agressões físicas de algumas garotas. Isso me causava muita raiva. E eu não podia me vingar, porque eu era sozinho, contra várias delas.
     _ Você tinha um amigo que apanhava com você! - Disse Cristian. - Já sabemos disso. Sabemos que o Guilherme era esse amigo e que ele te ajudava com as vítimas. Não precisa esconder nada. Já sabemos de tudo. - Cristian pausou olhando no fundo dos olhos dele. - Só queremos saber a sua versão da história. E acho bom não esconder a participação do seu amigo, ou isso poderá te prejudicar muito.
     _ Pois bem. Como o Gui e eu éramos muito pequenos e fraquinhos, não conseguíamos vencê-las e nem interromper aquelas agressões.
     _ Por qual razão vocês não contaram para alguém? - Sabrina questionou para Fred.
     _ Porque todos iriam rir de nós dois reclamando que algumas garotas nos agrediam. Então preferimos ficar em silêncio. O tempo foi passando; nós fomos crescendo; algumas delas foram adotadas; mas as agressões não cessavam; tudo mudou no dia que fui adotado por um casal de médicos. Antes que eu fosse embora, fizemos um juramento de um ajudar o outro em qualquer situação. Independente de qual fosse ela. - Ele respirou fundo, pausou por alguns segundos, e só então continuou. - Duas semanas depois que fui adotado, voltei ao orfanato. Pois havia pedido aos meus pais adotivos que me levassem até lá para ver o Gui. Quando cheguei, ele estava em cima de uma cama, cheio de hematomas. As funcionárias do orfanato disseram para meus pais que o Gui havia caído; isso era o que ele havia dito para elas na verdade; mas eu sabia muito bem o que havia causado aquilo nele. Nesse dia combinamos algo que mudaria a vida do Gui pra sempre.
     _ E o que vocês combinaram? - Sabrina perguntou aflita.
     _ Combinamos a fuga dele, assim que ele melhorasse. - Fred deu um leve sorriso. - Uma semana depois, Gui fugiu e foi se esconder na casa aonde eu estava morando. Não durou muito e meus pais descobriram ele em casa, e antes que chamassem o conselho tutelar para levá-lo de volta para o orfanato; Guilherme fugiu. Por muito tempo ele morou debaixo de pontes, e viadutos. Nos encontrávamos constantemente, e eu o ajudava com roupas, comida e dinheiro. O tempo passou e então crescemos. Passei no concurso da polícia e o Gui fez cursos de segurança que paguei pra ele. Ele virou segurança de vários locais e começou a se dar bem. - Ele respirou fundo e bebeu um pouco de água que estava em um copo em cima da mesa. - Tudo estava tranquilo; nós nem lembrávamos do nosso sofrimento, quando a desgraçada que me batia todos os dias passou em minha frente. - Fred começou a suar frio. - Por um momento eu pensei em matá-la ali mesmo. Só não fiz isso, porque o Gui me ligou. Não sei como, mas ele sentiu que eu não estava bem.
     _ Por que você diz isso? - Dra. Mirella perguntou confusa.
     _ Porque ele me ligou, e antes que eu falasse qualquer coisa, ele me perguntou se eu estava bem. Então quando eu percebi, eu segurava o celular na mão esquerda e a pistola na mão direita. Depois que voltei a mim, a garota já havia sumido. Ela não se lembrou de mim, mas eu reconheceria aquele rosto até no inferno! - Ele ficara vermelho de raiva. - Após isso, uma sede incontrolável de vingança me tomou. Então combinei com Guilherme que eu me vingaria de qualquer garota que viveu naquele orfanato. Foi aí que invadi o sistema da polícia e comecei a hackear tudo. Descobri tudo que eu queria sobre as garotas que viveram lá. Descobri onde elas viviam, trabalhavam e o que costumavam fazer. - Ele sorriu. - Foi fácil. Muito fácil conseguir essas informações sendo da polícia. Depois disso combinei tudo com o Gui, e ele ficou responsável de se aproximar das garotas. Eu fiz contatos. Cobrei alguns favores e fiz com que ele conseguisse os empregos certos nos momentos certos. A última vítima era carente e abandonada como nós. Foi fácil do Guilherme se aproximar dando um pouco de carinho. 
     _ Certo! - Disse Cristian de forma rude e seca. - Agora nos diga em detalhes como você agiu em cada crime.
     _ A Eloíse, após estudá-la por dois meses, esperei o dia em que o Gui estaria de plantão. Como eu sabia que ela sempre saía tarde e seguia sozinha até o estacionamento, e de lá para a casa dela; e o Guilherme já havia me informado que as câmeras do estacionamento não funcionavam; então eu sabia onde deveria agir. Eu cheguei horas antes do fim do horário que ela costumava sair; usei uma chave mestra para abrir o carro dela, abri o capô e dei um jeito de estragar o veículo. Depois disso foi só esperar ela sair. Assim que ela saiu, eu comecei a segui-la. Mas antes que eu pudesse me aproximar, Guilherme saiu atrás dela. Imaginei que ele estivesse fazendo aquilo para me avisar que tinha alguma coisa errada.
     _ E tinha? - Sabrina perguntou interrompendo o assassino.
     _ Não! Guilherme foi até Eloíse para impedi-la de ter que voltar para o prédio antes que eu a pegasse. Mas eu não sabia disso e fiquei com receio de atacá-la assim que ele saiu. Esperei alguma tempo. Eu iria pegá-la dentro do carro, mas por ter esperado, ela percebeu que o carro não funcionava e decidiu voltar. Foi aí que me apressei para pegá-la. Ela teria conseguido escapar se a porta dos fundos do prédio estivesse aberta. Mas Guilherme havia trancado de propósito, caso ela tentasse escapar por ali. Com a porta fechada, ela teria que dar a volta, e foi aí que ela topou comigo. Nesse momento que eu ataquei a garota. Eu teria terminado o serviço, se ela não tivesse enfiado o dedo no meu olho. Perdi o rumo naquele momento. Enfiei a faca nela, procurei pela seringa para injetar a mistura hemorrágica, porém não encontrei. Ouvi passos vindo em nossa direção, e então decidi sair correndo.
     _ Você havia perdido a seringa? - Cristian interrogava o acusado. - Por que Guilherme veio socorrê-la se sabia que era você tentado assassinar sua primeira vítima?
     _ Eu perguntei isso a ele. E ele me disse que havia se arrependido quando ouviu o grito dela. Então foi ajudá-la para me impedir.  A seringa estava comigo o tempo todo. Eu só procurei no bolso errado, por estar desnorteado.
     _ O que tinha na seringa?
     _ Acredito que vocês já saibam disso Sabrina, mas vou dizer mesmo assim. - Ele respirou um pouco e continuou. - Usei uma quantidade elevada de anticoagulante misturado com antiinflamatório. Isso causa hemorragia. Como a dose era muito elevada, levava as vítimas a óbito; como eu planejara. A facada que eu dera antes, foi com a intenção de deixar um local para o sangue sair; eu só não imaginava que com a dose tão elevada, faria o sangue sair por tantos buracos do corpo.
     _ Então por que você continuou dando as facadas depois que descobriu que não precisava disso para ocorrer a hemorragia? - Cristian perguntou com uma voz firme. - Como você sabia que essa combinação dava esse resultado?
     _ Eu continuei dando as facadas, porque eu achei uma maneira de deixar a minha marca. - Ele sorriu antes de responder a segunda pergunta. - Eu sabia que essa combinação causaria hemorragia, porque meus pais são médicos. Um dia eles me disseram para nunca fazer a mistura desses medicamentos, pois poderiam causar hemorragia. Ai foi só aumentar a dose e descobrir o que aconteceria.
     _ Continue contando como você matou as garotas. - Disse Dra. Mirella olhando para Fred.
     _ Bem. Como Eloíse não havia morrido, e eu havia conseguido convencer o Gui de que deveríamos terminar o serviço, dei um jeito de descobrir para onde ela havia ido. Fui até o hospital, mostrei minha funcional para o porteiro; que me deixou entrar sem nem pegar meu nome, e isso não seria o problema com alguns policias no local; e entrei. Vesti uma roupa de enfermeiro que estava no vestiário do hospital e aguardei um momento certo. Quando o pai dela saiu do quarto do hospital, eu entrei, e apliquei a mistura da seringa, no soro que estava ligado a ela. Depois disso foi esperar o resultado. - Ele pausou, olhou para os policiais e continuou. - A Larissa, depois de dois meses de observação, aguardei o dia em que ela fecharia a lanchonete. Eu sabia que ela estaria sozinha. Então fiquei nos fundos da lanchonete escondido atrás da lixeira. Quando ela saiu para jogar o lixo fora, eu a agarrei, dei uma facada no pescoço dela, e apliquei a mistura. Foi fácil. Ela nem gritou. Caiu e ficou gemendo. - Os olhos dele brilhavam. - A Laura eu estudei por dois meses também, junto da irmã dela, a Lorena. Claro que uma não conhecia a outra. E tinham vidas completamente diferentes. A Laura eu aguardei voltar de uma festa, que por acaso o Gui ouviu ela dizer que iria. Então deduzi que ela voltaria tarde. Fiquei escondido na garagem, pois sabia que os pais dela tomavam remédios para dormir. Então quando ela chegou, dei uma facada no coração dela e apliquei o conteúdo da seringa. Saindo de lá fui atrás de Lorena. O Guilherme ligou para ela de um orelhão dizendo que havia sido roubado e estava jogado debaixo de uma ponte. Como ele ligou para o telefone fixo dela, e sabendo que ela não tinha identificador de chamadas para saber que a ligação não vinha do celular dele, mas de um orelhão bem distante do local onde ele dissera estar; ela acreditou, e foi para o endereço que ele forneceu. Assim que Lorena chegou, eu saí das sombras, a agarrei e dei uma facada no coração dela; assim como da irmã gêmea. Elas deveriam morrer da mesma forma. Depois apliquei a injeção e fui embora. Em todos os casos tomei cuidado para não deixar rastros. Mas eu não contava com...
     _ Não contava com nossa habilidade! - Disse Cristian interrompendo o acusado.
     _ Isso mesmo.
     _ E por qual razão você tentou me matar? - Sabrina perguntou para Frederico olhando no fundo dos olhos dele.
     _ Porque você... - Fred pausou quando viu Cristian atrás de Sabrina fazer um sinal de negativo com a cabeça, e também perceber Mirella arregalar os olhos assustada com o que ele iria dizer. - Porque você acabaria descobrindo tudo e eu não poderia permitir isso! Ai quando seus amigos apareceram, tive que tentar fazer o mesmo com eles. - Ele parou quando viu Cristian fazer um sinal de positivo com a cabeça, dando a entender que ele fizera a coisa certa.
     _ Muito bom! Estou satisfeita! - Disse Sabrina colocando-se de pé. - E vocês?
     _ Nós também estamos. - Afirmou Dra. Mirella.
     _ Agora precisamos apresentar essa pasta para o delegado para que ele possa encaminhar toda a investigação para o juiz.
     Antes que os policiais saíssem da sala de oitivas, o celular de Cristian tocou. Ele olhou para o visor, e mesmo não sabendo quem ligava, atendeu.
     _ Fala!
     _ É o investigador Cristian?
     _ Sim, é ele mesmo! Com quem falo?
     _ Meu nome é Manoel, sou responsável pela segurança do Aeroporto Del Cassimiro. - Ele fez uma pausa.
     _ Olá Manoel. Tem alguma informação para me dar?
     _ Sim! Lembra que você entrou em contato com a gente, pedindo que retornássemos se tivéssemos algumas informação sobre Miguel Matarazzo?
     _ Lembro sim! Sabem alguma coisa dele?
     _ Melhor que isso! - Ele pausou um pouco fazendo suspense, e continuou. - Conseguimos prendê-lo!
     _ Que ótimo!
     _ Ele tentou embarcar em um avião portando documentos falsos. Mas mesmo pintando o cabelo, usando óculos e estando barbudo, conseguimos identificá-lo através da foto que você nos deu.
     _ Bom saber disso! Estaremos indo agora mesmo buscá-lo!
     _ Tudo bem! Estamos aguardando.

     Cristian comunicou o fato para os colegas e para o delegado chefe. Seguiram em uma viatura até o aeroporto, e sorriam do azar e da burrice de Miguel. Chegando no aeroporto não houve resistência. Os três policiais sorriram da cara dele, e da aparência que ele estava. Colocaram o suspeito na viatura e o levaram de volta para a delegacia.


     A manhã havia passado muito rápido. Cristian e Sabrina voltavam de um delicioso almoço romântico e se sentiam o máximo após concluírem um caso tão trabalhoso. Seguiam pelos corredores da delegacia procurando por Mirella, e quando passavam em frente a sala de Dr. Roberto, viram a delegada saindo da sala dele, e ambos apertavam as mãos. Ela agradecia pela recepção e se despedia do delegado chefe. Mirella se aproximou dos colegas dando um sorriso iluminador; algo que a fazia muito mais bela do que ela já era.
     _ Olá meus parceiros.
     _ Ei Mirella. - Disse Cristian sorrindo. - Melhor dizendo... Dra. Mirella.
     _ Quero fazer uma proposta pra vocês!
     _ Nós também Mirella. - Disse Sabrina sorrindo.
     _ Então façam vocês primeiro. - Disse a delegada.
     _ Queremos convidá-la para jantar conosco hoje após o expediente. - Disse Cristian. - Antes que você vá embora para o Departamento de Corregedoria. 
     _ Infelizmente não posso mais ficar aqui! Já estou de partida. - Disse Mirella olhando para os parceiros. - Mas quero chamá-los para partir comigo.
     _ Como assim? - Sabrina perguntou curiosa.
     _ Estive pensando. Posso fazer algumas ligações e conseguir transferência para os dois. - Ela olhou para eles e sorriu mais abertamente. - Quero que vocês trabalhem comigo. Venham trabalhar no Departamento de Corregedoria. - Ela respirou um pouco e concluiu dizendo. - O que vocês me dizem?
     Cristian e Sabrina se olharam surpresos e assustados. Eles começaram a sorrir pensando na possibilidade de aceitarem a proposta da delegada. Eles estavam prestes a dizer sim, quando Dr. Roberto sai da sala dele com o celular no ouvido terminando uma conversa.
     _ Cristian, Sabrina! - Ele pausou e se despediu de quem estava do outro lado da ligação. - Preciso que vocês dois assumam um novo caso. Imediatamente.
     _ O que aconteceu? - Cristian perguntou preocupado com a expressão que Dr. Roberto fizera.
     _ O filho de seis anos do vice prefeito desapareceu!
     _ Isso tem quanto tempo? - Sabrina perguntou se interessando pelo provável caso.
     _ Isso faz meia hora! - Dr. Roberto respondeu começando se afastar. - Venham até a minha sala agora! Vou informá-los de tudo que precisam saber sobre esse desaparecimento.
     Cristian e Sabrina se olharam. Ambos entenderam o que um queria falar para o outro apenas com aquele gesto. E então o jovem policial virou-se para Mirella e começou a falar.
     _ Bem Dra. Mirella. - Ele sorriu. - Agradecemos pela proposta maravilhosa que nos fez. Iríamos aceitar... - Ele respirou fundo. - ... mas o nosso lugar é aqui, investigando as loucuras que ocorrem nessa cidade. - Ele a abraçou. - Foi bom trabalhar com você. Espero que tenhamos a oportunidade de nos reencontrar, nem que seja pra tomar um café.
     _ Eu que agradeço pela oportunidade de trabalhar com pessoas tão competentes. - Ela sorriu. - É mesmo uma pena não tê-los conosco. - Ela apertou a mão de Sabrina e continuou. - Vão logo ver o que Dr. Roberto está querendo. Resolva mais esse problema, porque sei que vocês são bons nisso.
     Cristian e Sabrina se afastaram de Dra. Mirella e se dirigiram até a sala de Dr. Roberto; eles abriram a porta e desaparecem quando ela se fechou.


Fim.



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domingo, 13 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 19 - Oculto Como Um Fantasma



     Cristian e Mirella correram até o estacionamento da delegacia e pegaram uma viatura! Cristian ligou a sirene e então eles saíram em disparada a caminho da casa de Sabrina. Os dois investigadores atravessavam os cruzamentos das ruas em alta velocidade; sem sequer reduzir um pouquinho só da velocidade; pois cofiavam na sirene que soava sem parar. Assim que a viatura parou em frente a portaria do prédio de Sabrina, e os investigadores desceram com as pistolas em punho, o porteiro abriu o portão imediatamente.
     _ Você tem a chave reserva dos apartamentos? - Cristian perguntou ansioso.
     _ Eu não tenho! - Afirmou o porteiro. - Mas a síndica tem.
     _ E onde está a síndica? - Mirella perguntou aflita!
     _ Ela está no apartamento dela. - Dizia o porteiro. - O problema é que ela é um pouco velha e quase surda.
     Cristian puxou Mirella pelo braço e saiu correndo em direção ao elevador. Apertaram o botão do andar do apartamento de Sabrina e aguardaram o elevador levá-los até o andar esperado. Assim que o elevador abriu a porta, os dois saíram correndo em direção ao apartamento de Sabrina, e antes mesmo de verificar se a porta estava destrancada, Cristian deu um chute. A porta abriu, mas travas de segurança impediram-na de abrir completamente. Cristian começou a gritar por Sabrina, enquanto vizinhos começavam a sair de seus apartamentos assustados com o barulho. Mirella avisava a todos que eles eram policias e que deveriam entrar para suas casas por questão de segurança. Cristian continuava gritando por Sabrina, e quando ele engatilhou a arma para efetuar um disparo nas travas de segurança, Sabrina aparece na sala só de toalhas portando a pistola em punho. Naquele momento uma sensação de paz caiu sobre Cristian, fazendo com que ele desse um leve sorriso de alívio. Mirella olhando para Cristian, correu para próximo da porta e avistou Sabrina, então ela entendeu que Cristian percebeu que tudo estava bem!
     _ Mais o que significa esse circo todo? - Disse Sabrina se aproximando da porta do apartamento e retirando as travas da porta. - Quem fez isso com minha porta vai ter que me dar uma fechadura nova.
     _ Sabrina, ainda bem que você está segura! - Cristian disse aliviado.
     _ E por que eu não estaria?
     _ Descobrimos que Fred é o assassino.
     _ Como vocês descobriram isso Cristian?
     _ A Mirella investigou sobre aqueles garotos, e descobriu que o parceiro de Guilherme no orfanato era Fred.
     _ Mas isso não explica vocês terem vindo aqui e terem feito esse circo todo.
     _ Explica sim, pois descobrimos que você...
     _ Cristian! - Mirella deu um grito interrompendo Cristian; impedindo que ele contasse para Sabrina que ela era adotada. - Fique calmo.
     _ Descobriram que eu o que? - Sabrina perguntou curiosa. - Digam logo.
     _ Descobrimos que você tem um caso com o Fred, e que então ele poderia estar aqui querendo te matar!
     _ E por que ele me mataria? - Sabrina perguntou surpresa. - Eu não me enquadro em umas das características do assassino.
     _ E qual característica é essa? - Mirella perguntou ansiosa pela resposta.
     _ Eu não sou adotada! - Sabrina afirmou convicta do que dizia. - Para que ele tentasse me matar, eu teria que ser adotada e ter morado no Orfanato Raio de Luz.
     Nesse momento Cristian e Mirella se olharam e tiveram a certeza de que os pais de Sabrina não haviam contado, que ela era filha adotiva. E não seria eles quem iriam contar! Sabrina seguiu até o quarto dela para vestir uma roupa, enquanto Cristian e Mirella se serviam de suco natural de laranja e se assentavam no sofá da sala. Eles riam e conversavam, quando ouviram um grito vindo do quarto de Sabrina. Nesse exato momento os dois investigadores sacaram suas pistolas dos coldres e correram em direção ao quarto da parceira deles. A porta do quarto de Sabrina estava aberta, e quando Cristian e Mirella entraram, se depararam com Fred apontando um arma para a cabeça de Sabrina. Ele a fazia de escudo humano para se proteger dos policiais.
     _ Não deem nem mais um passo! - Disse Fred nervoso. - Coloquem suas armas no chão e chutem para mim.
     _ Acalme-se. - Disse Cristian abaixando a pistola e colocando-a no chão. Logo em seguida Mirella fez o mesmo, e então o garoto chutou as duas pistolas para Fred. - Pronto! Estamos desarmados, você pode soltar a Sabrina agora.
     _ Não é tão simples assim! - Dizia Fred. - Quero que vocês sigam para a sala. - Ele dizia caminhando na direção dos policiais empurrando Sabrina em sua frente. - Quero que coloquem algo na frente dessa porta para fechá-la e sentem-se no sofá!
     Cristian e Mirella fizeram como ele mandara. Colocaram um obstáculo em frente a porta da sala e assentaram os três no sofá. Fred ficava de pé próximo da porta encarando os três investigadores.
     _ Por que você está fazendo isso Frederico? - Sabrina perguntou confusa.
     _ Não me chame assim! - Disse Fred também confuso com aquilo tudo. - Vocês não me deram outra alternativa.
     _ Você tem uma alternativa sim! - Disse Cristian. - Você pode ir embora e nos deixar aqui!
     _ Cale a boca seu idiota! Vocês acha mesmo que vou fazer isso? - Ele dizia furioso. - Assim que eu sair vocês vão pedir reforço e me caçar. Sem tempo para fugir, eu serei pego. - Ele começava a andar de um lado para o outro. - Eu vou matar todos vocês! Depois eu fujo. Quando descobrirem seus corpos, eu já estarei longe.
     _ Por que você está fazendo isso Fred? Não acredito que você é o assassino!
     _ Bem vindo à realidade Sa! Fui eu mesmo quem matou todas aqueles garotas - Enquanto ele dizia isso, Mirella colocava a mão no bolso de forma que ninguém percebeu.
     _ Você tem a cara de pau de confessar que foi você quem matou Eloíse, Larissa, Lorena e Laura? - Mirella perguntou olhando nos olhos dele.
     _ Sim! Confesso. Matei mesmo e vou continuar matando. - Ele sorriu. - E o melhor de tudo, que ninguém vai saber que fui eu, pois vou acabar com as únicas pessoas que sabem que o assassino sou eu. Depois vou sumir com a pasta do caso, destruir qualquer prova e então ficar livre.
     _ Mesmo que nos mate, você não sairá tão livre assim! - Dizia Cristian. - O Dr. Roberto sabe de tudo. Sem falar no escrivão. - Cristian sorriu. - Você terá que matar muita gente, e ainda assim não ficará impune.
     _ Cale a boca! Você será o primeiro! - Disse Fred apontando a arma para Cristian. - Então o jeito será matar vocês três e sumir!
     Nesse momento Mirella começou a tossir alto, forte e sem parar. Ele estava engasgando e ficando com o rosto vermelho.
     _ Preciso de água! - Dizia Mirella fingindo passar mal. - Preciso tomar um pouco de água!
     _ Vá e pegue sua água. - Disse Fred. - Não quero que morra aí assim. Eu quero ter o prazer de matar você.
     Mirella levantou-se e foi até a cozinha. Da porta Fred ficava de olho na movimentação dela e nos outros dois que estava na sala. De repente o celular de Mirella começa a tocar. Nesse momento Fred sai correndo em direção a cozinha para pegar o celular dela.
     _ Sua vagabunda, você está com um celular! - Dizia o Fred enquanto corria loucamente.
     O assassino chegou por trás de Mirella,  quando ele se preparava para colocar a arma na cabeça dela, Cristian o acertou com um vaso de porcelana. O assassino deu uma leve cambaleada, e quando ele se virou para Cristian, Mirella o acertou na cabeça com uma frigideira de ferro. Nesse momento Fred foi ao chão.


     Quando Fred abriu os olhos, suas mãos estavam algemadas para trás. Sabrina, Mirella e Cristian o encaravam com um sorriso de satisfação no rosto. Alguém bateu na porta, e então Sabrina foi atender. Assim que ela a abriu, cinco policias civis entraram, levantaram Fred do chão e o colocou em pé; quando iam saindo, Cristian pediu que eles esperassem.
     _ Frederico, você está preso em flagrante por cárcere privado e tentativa de tripo homicídio. Preso pelo assassinato de Eloíse, Larissa, Laura e Lorena.
     _ Você não pode provar que fui eu quem matou as garotas! - Disse Fred sorrindo.
     _ Na verdade podemos sim! - Mirella dizia retirando o celular do bolso e acionando um botão. Após isso o celular começou a reproduzir a voz de Fred confessando o assassinato das garotas. - Eu gravei você confessando os assassinatos. - Ela sorria. - Além das acusações que o Cristian te disse. - Ela dizia com calma. - Você também está sendo acusado de implantar sistemas corruptos na delegacia e ter cópias e acesso a áreas restritas a você! Resumindo. Você está sendo acusado de hackear o Departamento Central.
     _ Você não pode provar isso!
     _ Posso sim! - Ela continuava dizendo. - Na verdade já consegui as provas acessando seu computador! Fui eu quem deu pau no seu computador depois de fazer uma cópia de tudo que estava nele. - Mirella olhou para os policiais que seguravam Fred. - Podem levá-lo.
     Depois que Fred foi conduzido pelos policiais, Cristian e Sabrina encararam Mirella.
     _ Aqueles homens de terno que estavam hoje cedo na delegacia... - Dizia Cristian. - ...quem eram eles?
     _ Eles eram policias corregedores.
     _ Você fez uma denúncia para a corregedoria? - Sabrina perguntou encarando Mirella.
     _ Na verdade não! - Dizia Mirella sorrindo. - Eu cheguei para esse delegacia justamente para investigar sobre denúncias de policiais corruptos.
     _ Você faz parte da corregedoria? - Dizia Sabrina surpresa e interrompendo a parceira. - O Dr. Roberto sabia disso?
     _ Não. Ninguém sabia! Eu agi infiltrada para descobrir. Se eu chegasse anunciando quem eu era, dificultaria o meu trabalho. - Ela encarava Cristian e Sabrina. - Não tínhamos ideia de quem deveríamos suspeitar; então todos eram suspeitos. Por isso me infiltrei até descobrir.
     _ Então você é uma corregedora! - Cristian afirmou olhando para Mirella.
     _ Mais que isso garoto! - Disse Mirella olhando para Cristian com carinho fraterno.
     _ Mais que isso? - Disse Sabrina surpresa com aquelas palavras. - O que seria ser mais que uma corregedora infiltrada?
     _ Eu sou a corregedora chefe daqueles homens de terno que vocês viram hoje! - Ela sorriu. - Eu sou delegada!
***





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sábado, 12 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 18 - Um Nome... Amigo ou Inimigo?




     Procurando cumprir ao mandado de prisão, Sabrina, Cristian e Mirella seguiam até o estacionamento onde estava a viatura. Quando eles passavam em frente a intendência; local esse onde se guardam as armas da delegacia; Mirella parou.
     _ Vou pegar uma arma longa. - Dizia a investigadora aproximando do balcão da intendência. - Andar só com as pistolas pode não ser suficiente.
     Mirella acompanhou os parceiros carregando uma espingarda  calibre doze, municiada com  as duas primeiras munições de borracha e mais cinco letais. Quando todos estavam dentro do carro, partiram. Guilherme morava em uma casa, um pouco afastado da cidade; cerca de quarenta minutos de distância da delegacia. Assim que chegaram em frente a casa, os três investigadores desceram da viatura rapidamente. A residência tinha um muro alto e um portão pequeno. Sabrina tocou o interfone e aguardou por alguns minutos até que alguém falou pelo interfone.
     _ Quem é? - Guilherme perguntou do outro lado.
     _ Guilherme, aqui é a polícia. - Sabrina fez uma pausa rápida. - Abra o portão!
     Depois disso foi possível ouvir um som de Guilherme colocando o interfone no lugar. Os três aguardaram alguns segundos para ver se ele abriria, até terem a certeza de que ele não faria isso. Então Sabrina tocou novamente por mais uma cinco vezes, e como anteriormente, não houve resposta. Cristian retirou da carteira uma espécie de grampo e encaixou na fechadura do portão, mexendo de um lado para o outro, todos ouviram o barulho da trinca se movendo, e então tiveram a certeza de que o portão estava destrancado, quando Cristian girou a maçaneta e viu o portão se abrir. Os três entraram imediatamente, e assim que terminavam de cruzar o portão, um latido veio da parte lateral da casa. Como em um passe de mágicas, um cachorro enorme surgiu correndo para cima dos policiais. Quando Sabrina e Cristian se preparavam para correr para o lado de fora da casa, Mirella apontou a espingarda calibre doze para o cão e deu um disparo de munição de borracha. Um ruído de dor com susto veio da parte do cachorro, que recuou gritando e desaparecendo pelo mesmo lugar de onde havia saído.
     _ Acho que agora ele não se atreverá novamente! - Disse Mirella sorrindo. - Vamos pegar o dono dele.
     Cristian já correu para a janela e conseguiu ver Guilherme olhando meio escondido por uma outra janela, e viu Sabrina seguir para a porta da frente.
     _ Ele está aí! - Disse Cristian olhando para Sabrina que batia na porta chamando por Guilherme. - Ele não vai abrir.
     Sabrina sacou sua pistola e deu um disparo na fechadura. Quando ela percebeu que a porta estava desbloqueada, a investigadora deu um chute, liberando instantaneamente a passagem. Nesse momento Cristian veio correndo na direção das parceiras gritando.
     _ Ele está correndo na sua direção. - Cristian gritava para Sabrina.
     _ Se abaixe! - Disse Mirella para Sabrina quando viu Guilherme vindo correndo com muita violência para cima delas.
     Sabrina após o grito de Mirella, não pensou duas vezes e se abaixou. Então saiu um disparo da arma longa de Mirella. Um projétil de borracha seguiu o rumo ao qual fora traçado por Mirella, e acertou em cheio o peito de Guilherme, que fora lançado para trás com a força do impacto. Assim que Guilherme estava no chão, Mirella correu pra cima dele já puxando a telha da arma, deixado-a em ponto de disparo novamente. Aquele barulho característico que só a espingarda doze fazia, fez com que Guilherme estendesse os braços para longe do corpo sinalizando que ele se rendia. Então a investigadora olhando para ele falou.
     _ Se você mover um milímetro, eu te estraçalho. - Ela olhava com raiva. - Quero te informar que essa arma só estava carregada com duas munições de borracha. - Ela respirou rapidamente. - A primeira foi no seu cachorro e a segunda, foi agora em você! As próximas munições são carregadas de esferas de chumbo. 
     _ Não vou me mover! - Dizia Guilherme estático. - Qual a razão dessa invasão?
     Cristian se aproximou do suspeito, puxou ele pelo braço fazendo-o virar de costas. Então puxando um braço de cada vez, o investigador algemou Guilherme com as mãos para trás.
     _ Guilherme, você está preso como o principal suspeito dos assassinatos em série de Eloíse, Larissa, Laura e Lorena. - Ele concluía puxando o suspeito do chão com certa força e o conduzindo até a viatura.
     Os investigadores levaram Guilherme para a delegacia, trancaram-no em uma cela e foram almoçar. Enquanto almoçavam, Mirella recebeu uma chamada no celular. Ela olhou para a tela do aparelho, disfarçou, levantou-se e foi atender longe dos parceiros. Minutos depois ela retorna dizendo que teria que sair mais cedo, mas que eles se encontravam na delegacia em alguns minutos; depois disso ela saiu. Cerca de vinte a trinta minutos depois da saída de Mirella; os parceiros dela também foram embora.
     Quando Sabrina e Cristian entravam na delegacia, viram um grupo de quatro homens de terno conversando com Mirella na frente da sala de Dr. Roberto. Assim que os parceiros de Mirella se aproximavam, a investigadora disfarçou e seguiu ao encontro dos colegas de trabalho.
     _ Quem são eles? - Questionou Sabrina curiosa. - O que eles querem?
     _ Logo vocês saberão. - Disse Mirella. - Agora precisamos interrogar Guilherme.
     _ Tudo bem. - Disse Cristian. - Vamos logo. Não vejo a hora de encerrar esse caso.
     Os três aguardavam na sala de oitivas pela chegada de Guilherme. Minutos após a espera, o suspeito fora conduzido pelo escrivão. Todos se ajeitaram na sala. O suspeito em uma cadeira e Sabrina em uma outra de frente para ele; separados apenas por uma mesa. A investigadora após abrir a pasta em cima da mesa, começou seu interrogatório.
     _ Guilherme, nos diga em voz alta o seu nome completo.
     _ Guilherme Rodrigues Palmeira.
     _ Você confessa ser o assassino das quatro vítimas?
     _ Quais vítimas?
     _ Não se faça de desentendido. - Dizia Sabrina irritada. - Você esteve próximo das três primeiras vítimas que temos testemunhas que testificam esse fato. A quarta vítima não temos testemunha, mas seguindo as características das primeiras, você se enquadra como suspeito.
     _ Não sou assassino!
     _ Confessa logo vai! - Disse Cristian interrompendo e olhando com um olhar diferente para Sabrina, que no ato, entendeu que o parceiro começaria a blefar. - A nossa parceira Mirella fez umas pesquisar sobre as vítimas e descobrimos que todas elas eram adotadas; e não só isso; elas moraram em um orfanato chamado Orfanato Raio de Luz. - Cristian encarava Guilherme e percebeu que o suspeito ficou surpreso com o que ele acabara de falar. - Descobrimos que haviam dois meninos nesse orfanato que sofreram agressões de garotas com as mesmas características de nossas vítimas. Então quando Mirella fez uma pesquisa mais a fundo, ela conseguiu descobrir que você era um desses garotos.
     _ E quem era o outro? - Disse Guilherme interrompendo o policial. - Descobriram?
     _ Infelizmente não! - Disse Cristian olhando para as parceiras e sorrindo, pois o suspeito acabara de cair no blefe e confirmar que ele era um dos garotos. - Pois o nome do segundo fora apagado. - Cristian encarava o suspeito. - Mas como só você aparece nas investigações, temos quase certeza que você é o culpado. - Cristian se aproximava de Guilherme ainda o encarando. - Na verdade, com as testemunhas de que vocês rondava as vítimas; com a filmagem de que você estava na lanchonete no dia da morte de Larissa; com o cartão de ponto do seu trabalho que comprova que você estava no local, no dia da agressão de Eloíse; com o depoimento do Sr. Jorge de que você trabalhava na casa dele como jardineiro; será suficiente para que um júri te condene por assassinato.
     _ Aquele desgraçado me disse que tinha apagado os nossos nomes.
     _ Quem? - Sabrina perguntou quase gritando. - Quem disse que apagou os nomes?
     _ Ninguém! - Disse Guilherme tentando concertar o erro. - Ninguém não!
     _ Então você tem um cúmplice? - Disse Sabrina. - Alguém que te ajudava nos assassinatos?
     _ Eu não matei ninguém. Já disse! - Falou o suspeito gritando. - Eu não matei. - Guilherme começava a chorar de nervosismo.
     _ Se você continuar encobrindo o seu cúmplice, você será condenado sozinho por todos os crimes. - Dizia Cristian com cautela. - Mas se você entregá-lo, a promotoria poderá fazer um acordo com você para reduzir sua pena.
     _ Eu não matei ninguém! - Guilherme repetiu. - Eu apenas me aproximei das vítimas.
     _ Se aproximou para que então, se não foi com a intenção de matá-las?
     _ Sr. Cristian, eu me aproximava das garotas para saber a respeito delas e procurar um melhor momento para que o... - Ele pausou, pensou um pouco e continuou. - ... o verdadeiro assassino pudesse matá-las.
     _ Então você confessa que fez parte de todos os crimes. - Cristian era implacável nas perguntas e acusações. - Mesmo que não matando-as você mesmo.
     _ Confesso! - Ele respirava fundo com um olhar de decepção. - Eu preparava todo o ambiente para que ele pudesse matá-la!
     _ Ele quem? - Sabrina perguntava nervosa.
     _ Não vou dizer o nome dele. Mesmo que ele tenha me traído. - Guilherme ficara rubro de raiva. - Aquele desgraçado. - O suspeito respirou fundo. - Ele tinha me prometido que ninguém descobriria, que isso era praticamente impossível com as condições dele.
     _ O que seu parceiro faz para te garantir com tanta veemência algo desse tipo?
     _ A questão investigador. - Dizia Guilherme. - É que não vou pegar uma pena por assassinato, sendo que eu não matei ninguém.
     _ Mas você foi cúmplice. Será condenado do mesmo jeito! - Cristian assentava-se na quina da mesa ao lado de Sabrina. - Como nas investigações só aparece você; tenho quase certeza que você acabará sendo condenado como assassino. - Ele fixava o olhar no suspeito. - Mas você pode se livrar da acusação de assassinato, se entregar o seu parceiro ou comprovar que havia mais alguém com você!
     _ Eu não quero falar mais nada sem um advogado! - Disse Guilherme nervoso. - Só falo agora na presença de um advogado.
     _ Tudo bem, chamaremos um advogado para você! - Disse Sabrina.
     _ Quero o meu advogado. Preciso ligar para ele.
     _ Já entendemos. Afirmou Sabrina. - Deixaremos você ligar para ele.
     _ Só me responde uma coisa Guilherme. - Dizia Cristian. - Por que só agora vocês começaram a matar, depois de tanto tempo fora do orfanato?
     _ Porque uma das meninas que nos agredia apareceu. - Ele respirou fundo. - Assim do nada, meu amigo a viu andando na rua. A lembrança do que ela fazia com a gente, veio na mente dele, e então, ele resolveu descontar nas mulheres que um dia moraram no Raio de Luz.
     _ E você? - Cristian continuou perguntando. - O que te levou a fazer isso?
     _ Quando crianças fizemos um juramento de protegermos um ao outro. O que um precisasse, o outro teria que atender. - Ele olhou para Cristian. - Então eu o ajudei!
     _ Diga-nos. Quem é o verdadeiro assassino?
     _ Quero um advogado! Não falo mais nada sem um advogado!
     Os investigadores encerraram provisoriamente a oitiva e levaram Guilherme para a cela dele. Eles foram até a sala de Dr. Roberto e atualizaram-no de tudo.
     _ Amanhã permitiremos que ele ligue para o advogado. - Dizia Dr. Roberto. - Agora é hora de irmos embora. Vocês fizeram um bom trabalho gente. Estão de parabéns.
     Os três investigadores andaram até a porta que dava acesso ao estacionamento.
     _ Vamos jantar juntos. - Disse Sabrina.
     _ Infelizmente eu não posso. - Disse Cristian. - Já tenho um compromisso.
     _ Eu também não posso! - Falou Mirella. - Tenho que terminar um assunto aqui.
     _ Tudo bem então! - Disse Sabrina olhando para os dois e suspeitando que eles estariam indo sair juntos. - Vou embora. Até amanhã.
     Sabrina seguiu até o carro dela no estacionamento e foi embora. Quando Cristian ia indo para o carro dele, ele se virou e olhou para Mirella.
     _ Aqueles nomes. Você vai tentar descobrir agora?
     _ É justamente isso que vou fazer!
     _ Então vamos.
     Os dois seguiram até a sala do CPD; que estava vazia; e acessaram um dos dois computadores. Mirella começou a mexer com certa agilidade, e após vinte minutos, ela deu um sorriso que iluminou todo o rosto da policial, deixando-a ainda mais bela. De repente a investigadora virou-se para Cristian; segurou nas bochechas dele forçando-o a fazer um biquinho, e deu um selinho nele.
     _ Consegui garoto! - Ela sorria. - Consegui.
     _ Toda vez que você fica feliz... - Dizia Cristian sorrindo por causa do beijo roubado que levou. - ... você age assim?
     _ Deixa de ser safado Cristian. - Disse Mirella virado o monitor para o garoto. - Olhe os nomes aqui! - Ela concluiu apontando os nomes na tela do computador.
     Cristian olhou para a tela forçando um pouco as vistas e fez uma cara de surpresa, repetindo um dos nomes com certa dificuldade.
     _ Guilherme e Frederico! - Ele estava surpreso. - Fred. O assassino é o Fred!
     _ Isso não é tudo! - Disse Mirella olhando para Cristian com uma cara de preocupação. - Olhe o que eu também consegui descobrir.
     _ O que foi? - Cristian perguntou ficando assustado com a expressão de Mirella.
     _ No Orfanato Raio de Luz tinha uma órfã chamada Sabrina. Essa Sabrina fora adotada com três meses de vida por um casal chamado Pablo Salles Vieira e Maria Meireles Vieira. - Ela fez uma pausa e olhou para Cristian. - Sabe o que eu estou querendo te dizer?
     _ Sabrina... - Cristian fez uma cara de surpresa e susto. - Sabrina tem o sobrenome Meireles Vieira. - Ele colocou-se de pé e pegou o celular. - Sabrina é adotada? Por que ela não nos contou?
     _ Talvez porque nem ela mesma saiba. - Disse Mirella. - Não foi fácil descobrir isso. Essa informação foi a mais difícil de todas, e também fora excluída por um usuário chamado Fred-Erico.
     _ O Fred! - Disse o garoto assustado. - Fred sabia o tempo todo que Sabrina era adotada. - Cristian discava o número da parceira no celular. - E o pior de tudo. Ele é o assassino, e tem essa informação. - O investigador pausou e se concentrou no celular. - O celular de Sabrina está desligado. Algo me diz que ela corre perigo!
     Mirella retirou a pistola do coldre, engatilhou a arma e olhou para Cristian.
     _ Vamos atrás dela agora! - Ela saía da sala com a pistola em punho. - Espero sinceramente que a Sabrina esteja bem!
***






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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 17 - Residentes de Um Mesmo Lar




     Cristian, Mirella e Sabrina chegaram na delegacia apressados e com muita vontade de ter a resposta que esperavam do Sr. João. Eles foram direto até a cela onde o velho se encontrava e o acharam deitado em sua cama.
     _ Bom dia Sr. João! - Disse Sabrina se aproximando da grade da cela com cuidado. - Precisamos de uma resposta do senhor.
     _ O que vocês querem tão cedo aqui na delegacia? E ainda por cima vêm me incomodar.
     _ Precisamos saber algo a respeito de sua filha. - Afirmou Cristian olhando para o velho.
     _ O que vocês querem saber?
     _ Gostaríamos de saber se a Eloíse fora adotada. - Sabrina respirou fundo e continuou. - Ela era sua filha adotiva?
     _ Por que isso agora? Qual diferença isso faz?
     _ Faz toda a diferença. - Disse Cristian. - Pois ocorreram vários outros assassinatos, e todos seguiram um padrão. Precisamos que nos dê sua resposta para que possamos confirmar esse fato.
     _ Sim! Eloíse era adotada.
     _ Isso confirma nossa suspeita. - Disse Sabrina olhando para o velho. - Obrigada!
     _ De qual orfanato o senhor a tirou? - Mirella perguntou olhando para aquele homem.
     _ Ela era recém nascida quando eu fui buscá-la. Ela tinha sido cadastrada no Orfanato Raio de Luz.
     _ Obrigada. - Respondeu Mirella.
     Os três investigadores saíram das alas das celas e seguiram para a recepção da delegacia, e ali começaram a conversar.
     _ Precisamos ir novamente no legista para saber se ele concluiu o relatório. Quem sabe ele tem alguma novidade para nós.
     _ Vamos com você Sabrina. - Disse Cristian.
     _ Não! Vão vocês dois. Eu vou entregar as novas informações para Dr. Roberto, para que ele possa pedir ao juiz o mandado de prisão provisória de Guilherme, e também vou fazer umas pesquisas ali no computador. Acredito que temos algo muito importante para descobrir.
     Os investigadores se separaram e seguiram para onde eles pretendiam. Sabrina e Cristian abria a porta da sala do legista, e ele já estava lá examinando os corpos das vítimas idênticas. 
     _ Bom dia Dr. Samuel. Começou trabalhar cedo né? 
     _ Bom dia Cristian. Eu já estava de plantão, então não fez muita diferença.
     _ Você tem alguma coisa importante para nos dizer?
     _ Sim Sabrina. - Disse o legista. - Eu coletei amostras de DNA das vítimas e mandei para análise. Provavelmente o resultado já deve estar pronto. Acredito que essas vítimas seja irmãs gêmeas apesar de sobrenomes diferentes.
     _ Também achamos a mesma coisa. - Disse Sabrina. - O sobrenome diferente é porque elas eram órfãs e foram adotadas por pais diferentes, e registrada com o sobrenome deles.
     _ Então faz sentido o meu raciocínio. - Dizia o legista. - As duas vítimas foram esfaqueados pelo mesmo tipo de faca usada contra as primeiras vítimas. Essas duas levaram a facada no coração; diferente das outras que foram cada uma em um lugar diferente.
     _ O assassino deve ter julgado que por serem iguais na aparência, elas deveriam morrer da mesma forma.
     _ Pode ser Cristian. - Falou Samuel. - A questão é que como nas outras vítimas, o motivo da morte não foi a facada, e sim a hemorragia. 
     _ O que explica o motivo da facada então?
     _ Não sei Sabrina. Talvez para que seja registrado como a marca dele. - Disse Samuel.
     _ O que causou essa hemorragia?
     _ Eu coletei sangue das vítimas e mandei para análise no laboratório. Vocês podem passar lá e pegar o resultado. - Dizia o legista. - No mais, não tem novidades nenhuma, tudo como as outras.
     _ Obrigado. - Disse Cristian saindo da sala com Sabrina.
     Os investigadores passaram no laboratório e pegaram os resultados. Sabrina abriu o que era referente a análise dos sangues de todas as vítimas, e Cristian abriu o exame referente ao DNA das duas últimas. Eles liam com cuidado e atenção. Até que Cristian sorriu e disse em voz alta.
     _ Elas são irmãs. - O garoto continuava sorrindo. - São irmãs gêmeas. Provavelmente foram separadas no orfanato. Por isso o Sr. Jorge não sabia da existência da irmã da filha adotada. - O investigador encarava Sabrina. - Lorena Mercedes e Laura Lima são irmãs gêmeas. Por isso morreram da mesma forma.
     _ Segundo o resultado do exame de sangue das vítimas... - Sabrina falava enquanto lia. - ...todas tinham índices elevadíssimos de duas substâncias aqui. Só não sei o que é isso.
     _ Eu nem vou olhar porque não sei nada disso. - Disse Cristian entregando o exame de DNA para Sabrina afixar na pasta. - Acho melhor a gente voltar até o Dr. Samuel e perguntar para ele o que são essas substâncias.
     _ Isso! - Disse Sabrina indo na direção da sala do legista.
     _ Olá novamente. - Disse Sabrina para o legista. - Voltamos porque vimos duas coisas no resultado que não sabemos identificar o que são.
     _ Deixe-me dar uma olhada. - Disse o legista pegando o resultado das mãos de Sabrina e analisando. - Hum... interessante. Vejo que elas são irmãs gêmeas.
     _ Não é esse resultado não! - Disse Cristian impaciente. - É o outro.
     _ Calma. Vou analisar. Tenham calma, por favor. - Ele mudava de exame e continuava avaliando. - Muito bem! - Disse ele sorrindo. - Essas substâncias aqui são outros nomes referentes a anticoagulantes e antiinflamatórios. - O legista continuava lendo com calma. - Então está explicado o motivo das hemorragias.
     _ O que explica isso? - Sabrina perguntou curiosa.
     _ Não é recomendável o uso dessas duas substâncias juntas, pois unidas podem causar hemorragias. O grande problema, é que foi introduzido no corpo das vítimas, uma dose super cavalar das duas substâncias misturadas. E o resultado, foi o que vocês viram.
     _ O assassino tem livre acesso a essas substâncias. - Cristian falava revoltado. - São fáceis de conseguir na farmácia.
     _ Isso é um fato, e um grande problema para nós. - Disse Sabrina concordando com o Cristian e saindo com o garoto da sala carregando os dois relatórios. 
     Quando eles passavam em frente a sala de Dr. Roberto, o delegado chamou por eles.
     _ Bem, chamei vocês para dizer que o mandado de prisão acabou de ser expedido pelo juiz. - Ele pegava um papel em cima da mesa e entregava para Cristian. - Vão agora mesmo e prendam aquele sujeito.
     Os investigadores não disseram nada. Saíram da sala do delegado e seguiam em direção ao CPD; local onde Mirella estava fazendo umas pesquisas. Quando eles iam abrir a porta, Fred saiu da sala, esbarrou em Cristian e não disse nada. Os dois entraram e avistaram Mirella assentada em um dos dois computadores na entrada da sala, enquanto os outros dois parceiros de Fred a olhavam e viajavam na habilidade da investigadora.
     _ Mirella, precisamos cumprir um mandado de prisão. - Disse Sabrina olhando para a garota. - O que aconteceu com o Fred que ele saiu daqui com uma cara horrível?
     _ O computador dele deu problemas. - Disse um dos companheiros dele. - Parece que ele perdeu tudo que estava salvo na memória do computador.
     _ E aonde ele foi?
     _ Não sei Cristian. - Disse o outro. - Provavelmente ver se consegue solucionar esse problema.
     _ Cristian, Sabrina, cheguem aqui! - Disse Mirella. - Venham ver o que descobri.
     Os dois investigadores seguiram para atrás de Mirella e olharam para a tela do computador, enquanto ela mexia nele e começava a dizer.
     _ Olha só. - Ela dizia apontando para a tela. - Eu pesquisei nos arquivos do Orfanato Raio de Luz e descobri que todas as vítimas foram cadastradas lá. Elas foram adotadas em datas diferentes, mas a que menos morou lá, ficou um mês. - Ela falava calmamente. - O nosso assassino tem essa informação. Ele sabia que todas eram adotadas e que foram moradoras do Orfanato Raio de Luz. Então baseada nessas informações, procurei por qualquer tipo de ocorrência vinda daquele lugar. - Ela olhou os parceiros e sorriu. - E adivinhem só o que encontrei? - Ela pausou, voltou o olhar para o computador, digitou alguma coisa e uma tela abriu. - Constam algumas ocorrências de violência de garotas contras dois meninos. Eu olhei as características das garotas, e elas batem quase perfeitamente com as nossas vítimas. A data da ocorrência é muito anterior à presença das nossas vítimas, mas o assassino de alguma forma está se vingando das meninas que moraram naquele orfanato e que são parecidas com as prováveis agressoras dele. 
     _ Isso foi uma descoberta incrível. - Disse Cristian olhando para Mirella e sorrindo.
     _ Qual é o nome dos garotos? - Sabrina perguntou curiosa.
     _ Aí que está o problema. - Disse Mirella mexendo no computador. - Os nomes deles foram apagados do sistema.
     _ E como vamos descobrir isso agora?
     _ Calma Sabrina. Eu consigo recuperar esses dados. - Ela olhou tranquilamente para a parceira. - Só preciso de um pouco mais de tempo.
     _ Então isso vai ter que ficar para mais tarde. - Disse Sabrina retirando o mandado de prisão da pasta. - Temos que ir agora mesmo prender Guilherme.
     _ Então vamos. - Disse Mirella. - Descubro esses nomes mais tarde.
***




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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 16 - Duas Vítimas... Um Só Sangue



     O filme começava a passar, e os três investigadores encaravam a tela na expectativa do que viria pela frente. Não demorou muito após o início do filme, para que todos tivessem a certeza de que João Salomão era realmente o chefe da quadrilha que fazia os assaltos na área leste da cidade.  O DVD tinha cerca de dez minutos de gravação, mas  eram claras o suficiente para fazer qualquer juiz expedir um mandado de prisão. Sabrina pegou o DVD, levou até Dr. Roberto, que após ver o que tinha na mídia, montou o processo e apresentou ao juiz que expediu o mandado de prisão contra João Salomão. Esse processo inteiro levou todo o restante do dia. Antes que desse o fim do expediente, João Salomão chegava na delegacia algemado e conduzido por dois investigadores responsáveis pelo caso dos assaltos. Quando ele passava por Sabrina, ele a encarou e então disse.
     _ Eu posso ter sido preso. Mas isso não tira de mim o direito de cobrar a prisão do assassino de minha filha. - Agora ele encarava Cristian e Mirella. - Soube que Miguel Matarazzo fugiu. Por favor, descubram onde ele está e prendam-no. Minha filha precisa ser vingada.
     Os investigadores levaram João para a cela, enquanto Sabrina, Cristian e Mirella iam embora para casa. Sabrina foi embora no carro dela, olhando o tempo todo pelo retrovisor do veículo para ter certeza que não estava sendo seguida. Enquanto Mirella ia embora com o Cristian, que acabava de parar na porta da casa dela. Antes que ela saísse, Cristian colocou a mão na coxa da novata; olhou no fundo dos olhos da investigadora; aproximou os lábios no ouvido dela, e com voz sexy ele disse.
     _ Posso entrar pra te fazer companhia?
     Mirella por sua vez colocou a mão por cima da mão de Cristian; olhou para ele de volta; aproximou os lábios do rosto dele; deu um beijo na face do garoto e então perto do ouvido ela disse.
     _ Não safadinho! De jeito nenhum. - Ela dizia retirando a mão do garoto da coxa dela. - Sei que você é apaixonado por Sabrina, e eu não quero fazer parte desse joguinho. - Ela concluiu saindo do carro e fechando a porta.
     De certa forma Cristian não ficou com raiva por ter tomado um fora. Então ele seguiu para casa pensando no que Mirella acabara de lhe falar.



     O celular de Cristian tocou na madrugada. Eram por volta das quatro e doze quando ele
conseguiu despertar do sono e finalmente atender a chamada.
     _ Cristian, por que demorou tanto para atender?
     _ O que foi Sabrina, por que me liga a uma hora dessas?
     _ Acorda garoto. Vou mandar um endereço via SMS para o seu celular, venha agora para ele.
     _ Por que eu faria isso?
     _ Porque o assassino fez uma nova vítima. Só por isso.
     _ Me aguarde aí. Já estou chegando.
     _ Não esqueça de passar na casa da Mirella para pegá-la.
     _ Tudo bem.
     Trinta e cinco minutos depois, Cristian e Mirella desciam do carro e iam ao encontro de Sabrina. A investigadora estava na garagem coberta de uma casa murada, em pé, ao lado de um carro com porta aberta, e um corpo todo ensanguentado de mulher jogado no chão. Sabrina fazia anotações em uma bloco de anotações, enquanto alguns peritos tiravam fotos e estudavam como poderia ter ocorrido a morte. Cristian se aproximou de Sabrina e foi logo perguntando.
     _ O que temos aqui?
     _ Laura Lima. Branca, olhos azuis, cabelos louros. Aproximadamente um metro e sessenta e cinco; tinha trinta anos; trabalhava no Banco Mundial e morava com os pais. Foi esfaqueada no coração; e como as demais; sangue escorreram de todos os orifícios do corpo dela. Foi morta na porta de casa por volta das duas e cinco conforme a opinião dos peritos.
     _ Onde estão os pais dela? - Mirella questionou.
     _ Estão dentro da casa em estado de choque.
     _ E onde eles estavam quando a filha foi assassinada dentro da garagem, no exato momento que ela saía do carro. - Foi o que Cristian disse avaliando a cena do crime. - Estavam dormindo. 
     _ Dormindo? - Cristian perguntou surpreso. - Eles não ouviram ela gritando não?
     _ Acho bom a gente  ir falar com eles. - Disse Sabrina abaixando-se e olhando o corpo da jovem de perto e depois seguindo com os parceiros.
     Cristian, Mirella e Sabrina entraram na casa e logo de cara viram um homem de aproximadamente cinquenta pra cinquenta e cinco anos consolando uma mulher de aproximadamente quarenta e cinco pra cinquenta. Eles se aproximaram calmamente e se apresentaram para o casal. A mulher não conseguia se mover, estava paralisada em completo estado de choque. Já o homem os saldou.
     _ Bom dia, qual o nome do senhor?
     _ Meu nome é Jorge Lima, e essa aqui é Maria Lima, minha esposa. Ela não consegue falar pelo fato de estar chocada com o que aconteceu.
     _ Sr. Jorge,queremos fazer algumas perguntas. - Disse Sabrina.
     _ Tudo bem policial.
     _ Onde vocês estavam quando isso aconteceu?
     _ Estávamos dormindo. - Ele olhava para a esposa. - Nós dois sofremos de insônia, por esse motivo tomamos um forte medicamento para dormirmos.
     _ Vocês não ouviram ou viram nada do que aconteceu aqui?
     _ Não! Devido aos remédios como eu disse.
     _ Qual foi o horário que vocês perceberam o crime?
     _ Foi algum de vocês que chamou a polícia? - Cristian perguntou interrompendo Sabrina.
     _ Foi algum vizinho que chamou. Nós fomos acordados por um policial.
     _ Entendo. - Disse Sabrina. - Vejo que esse remédio é mesmo forte. - Laura tinha algum namorado? O que ela fazia tão tarde na rua? Sabe onde ela estava?
     _ Ela não tinha namorado! - Ele enxugava os olhos. - Pelo menos até onde eu saiba. Laura tinha ido a uma festa com as amigas. - Ele ficou um pouco desnorteado enquanto falava. - Por que fizeram isso com minha filha? Quem fez isso a ela?
     _ O senhor conhece alguém que talvez possa ter feito isso a ela?
     _ Não policial. Não conheço ninguém!
     _ Vocês tem empregadas, ou alguém que tinha acesso livre à casa?
     _ Não temos empregadas. - Afirmou Jorge.
     _ Jardineiro. - Disse Maria subitamente. - Temos um jardineiro.
     _ É verdade, há dois meses contratamos um jardineiro para cuidar das plantas. Ele vem duas vezes no mês.
     _ Por acaso o nome dele não é Guilherme não né? - Sabrina perguntou ansiosa pela resposta.
     _ Não. o nome do jardineiro é Marcelo. - Ele fez uma expressão de alguém que tentava lembrar de alguma coisa. - Isso mesmo. Marcelo. 
     _ Vocês tem o endereço desse Marcelo? 
     _ Não. Nós fizemos um acordo de boca. - Dizia Jorge. - Ele vem, faz o serviço, pagamos ele, e então ele vai embora.
     _ Vocês não tem nem o número do celular dele? - Sabrina perguntou olhando para Jorge.
     _ Não. Não pedimos.
     Cristian se aproximou de Sabrina e falou algo no ouvido dela. Assim que o investigador acabara de falar com a parceira, ela pegou o próprio celular, selecionou uma foto e mostrou para Jorge.
     _ Sr. Jorge, por acaso este que é o Marcelo, seu jardineiro?
     O homem olhou para o celular e afastou bastante dos olhos. Olhou forçando a visão tentando enxergar a imagem que estava no celular, então ele disse.
     _ Não... - Após essa palavra, Sabrina desabou num desânimo inexplicável. - Não consigo enxergar sem meus óculos. - Disse Jorge completando a frase.
     _ Onde estão os óculos do senhor? - Sabrina perguntou voltando a ficar animada.
     _ Estão em cima da mesa aí na copa. Poderia pegá-lo pra mim por favor?
     _ Eu pego. - Disse Cristian indo até a mesa na copa, pegando o óculos, voltando para a sala e entregando para o velho. - Está aí.
     O velho pegou o óculos, colocou calmamente, e só então olhou novamente para o celular. De repente Jorge arregalou os olhos em um susto e disse rapidamente.
     _ Como você tem a foto de Marcelo no seu celular? - O velho perguntou surpreso.
     Sabrina olhou para os parceiros, deu um sorriso de satisfação e então continuou.
     _ É porque o conhecemos Sr. Jorge. - Ela colocou-se de pé. - Nos damos por satisfeito.
     _ Tudo bem. - Concluiu Jorge voltando a cuidar da esposa que ainda estava em estado de choque.
     Os três parceiros foram para fora da casa e começaram a discutir.
     _ Mais uma vez Guilherme mentiu o nome e está por dois meses envolvido com os parentes e com a própria vítima. - Disse Sabrina.
     _ Isso é mais que suficiente para que um juiz libere um mandado de prisão provisória contra ele. - Afirmou Cristian.
     _ Devemos levar o mais rápido possível essas evidências para Dr. Roberto.
     _ Concordo Mirella. Logo pela manhã afixarei esses dados na pasta e levaremos tudo para Dr. Roberto.
     _ Então vamos Mirella. - Dizia Cristian quando o celular de Sabrina toca.
     _ Oi? - Disse Sabrina atendendo o celular. - Como? - Ela pausou para ouvir. - Tudo bem. Estamos indo para aí.
     _ Aconteceu alguma coisa Sabrina? - Mirella perguntou aflita. - Aconteceu sim. A polícia militar foi chamada para atender a uma ocorrência de alguém que encontrou um corpo jogado debaixo de uma ponte. Segundo as características da morte; batem completamente com o estilo de homicídio do assassino em série.
     _ Então vamos lá. - Disse Cristian. - Duas mortes em uma noite. Isso já está ficando demais.



     Os investigadores estavam no outro local do crime, e seguiam em direção ao corpo. Aproximaram, e ambos tomaram um susto quando viram o corpo no chão. A vítima era exatamente igual a primeira vítima da noite. Pareciam irmãs gêmeas. Cristian abaixou e procurou por uma identidade na bolsa da garota, e então pode verificar os dados dela. De acordo que ele olhava o documento, ele ia falando.
     _ O nome dela é Lorena Mercedes. Tem trinta anos como Laura, além das características serem idênticas. Ela levou uma facada no coração semelhante a Laura, além do sangue também ter escapado por todos os orifícios do corpo.
     _ Pelo visto teremos que ir atrás dos pais dela para saber um pouco da vítima. - Dizia Mirella. - Pois segundo a polícia militar, a pessoa que ligou para eles não quis ficar e nem se identificar. - Ela concluiu pegando o celular e se conectando à internet por ele.
     _ Como alguém pode ser tão parecido com outra dessa maneira? - Perguntou Sabrina.
     Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, Mirella interrompeu a conversa.
     _ Gente, não tenho uma boa notícia
     _ O que foi Mirella?
     _ Cristian, pesquisei aqui sobre Lorena Mercedes e descobri que ela era adotada. O problema é que os pais adotivos estão mortos.
     Uma ideia veio até Sabrina como um estalo. E então ela começou a dizer.
     _ Se Lorena era adotada, ela pode ser irmã de Laura. - Vamos voltar até Jorge e perguntar se eles tiveram alguma outra filha e se a deram para adoção.
     _ Faz sentido. Vamos seguir essa pista.
     De volta à casa de Jorge, Cristian foi entrando e procurando por aquele senhor. Quando o viu assentado em uma cadeira na cozinha, Cristian chegou até ele e o saldou novamente.
     _ Perdoe-nos Sr. Jorge, mas precisamos saber de algo muito importante do senhor.
     _ O que foi policial?
     _ Gostaríamos de saber se o senhor teve mais alguma filha além de Laura? - Ele pausou. - Teve alguma filha cujo nome era Lorena?
     _ Não! - Ele começava a chorar quando lembrara da filha. - Laura era nossa única filha. Nós até pensamos em adotar outra garota, mas ela tomou todo o nosso tempo.
     _ Como? - Cristian perguntou surpreso. - A Laura era adotada?
     _ Sim! - Afirmou Jorge não entendendo a surpresa do garoto. - Por que? Nós a adotamos quando ela era um recém nascida ainda.
     _ O senhor tem conhecimento se ela tinha alguma irmã? Irmã gêmea pra ser mais preciso.
     _ Não. Quando adotamos Laura ela era a única. Se ela tivesse uma irmã gêmea, teríamos ficado com ela também.
     _ Esse nome, foram vocês que deram para ela? - Sabrina perguntou entrando no meio do interrogatório.
     _ Não. Laura já veio com esse nome. Nós gostamos, e então ficamos com ele.
     _ Obrigado mais uma vez Sr. Jorge. O senhor nos ajudou a esclarecer algo importante.
     _ Por nada policiais. - Disse ele. - Se precisarem, estarei por aqui.
     Sabrina e Cristian se afastaram da casa, se juntaram a Mirella que havia ficado do lado de fora da casa e começaram a comentar.
     _ Teremos que pesquisar para saber se elas eram irmãs. - Disse Sabrina.
     _ Devemos mesmo. - Afirmou Cristian.
     _ Gente... - Disse Mirella fazendo uma pausa prolongada e pensando, como se tivesse ligando fatos em sua mente. - Vocês perceberam que três das vítimas do assassino eram mulheres adotadas? - Ela pausou e depois continuou. - Larissa, Laura e Lorena. Todas três eram filhas adotivas.
     _ Não havíamos percebido isso! - Disse Cristian absorvendo aquela afirmação. - Nós ainda não sabemos, mas devemos perguntar para o Sr. João, se Eloíse também era adotada.
     Sabrina olhou para os parceiros, totalmente surpresa com o desenrolar daquele caso, e em seguida ela olhou para o relógio.
     _ Vamos agora para a delegacia. - Sabrina afirmou ansiosa. - Se Eloíse também for filha adotiva, acabamos de descobrir o elo entre as vítimas.
     _ Então vamos logo. - Disse Cristian encarando as parceiras. - Não podemos perder mais tempo.
***




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