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sábado, 24 de janeiro de 2015

O Trono de Diamante - II

Dias Pré Torneio




     Assim que Fharelyn chegara no meio de sua tribo, o alvoroço estava armado. Após o soar da trombeta, os integrantes se reuniram no centro da tribo à espera do pronunciamento do líder que ainda se mantinha quieto dentro do seu alojamento. Três rapazes portando espadas em suas bainhas se gabavam dizendo que eles seriam indicados, até que uma senhora aparentando ter uns sessenta e sete anos, fazer uma observação que os calaram.
     _ Vocês dizem que serão indicados, mas segundo a lei, não é o melhor guerreiro da tribo que é indicado?! - Ela deu um sorriso sereno e continuou. - Com isso eu entendo que somente um de vocês será indicado.
     A conversa paralela criou um barulho no meio deles, que acabou incomodando o líder, que apareceu vestindo uma roupa diferenciada; roupa esta que ele usava para fazer anúncios importantes. Assim que avistado, os integrantes da tribo fizeram silêncio, esperando que o líder iniciasse o pronunciamento.
     _ Caros companheiros, como vocês devem ter ouvido o soar da trombeta, vocês já sabem que o rei está morto! - Ele encarava o povo, que continuava em silêncio. - Em poucas horas eu me reunirei com os líderes das Tribos da Mina e Gelo no Palácio de Cristal, para anunciar quem será o guerreiro que irá nos representar.
     _ E quem é o guerreiro que irá nos representar? - Alguém perguntou no meio da multidão. - Vai anunciar para nós em qual momento?
     _ Falarei agora mesmo! - Disse o líder encarando um dos três jovens que discutiam minutos mais cedo! - Eu escolho Jordarian, ele é o melhor guerreiro da tribo.
     Antes que o líder terminasse de falar, alguém gritou do meio da multidão.
     _ Isso não é justo! Eu luto muito melhor que ele!
     Fez-se um silêncio abrupto, e todos olharam na direção da pessoa que reivindicava. Mas ela não se intimidou e prosseguiu! 
     _ Quem deveria ser indicada para O Torneio Diamantyne sou eu! - Disse Fharelyn com muita veemência. - Ou você acha que não devo participar do torneio pelo fato de eu ser mulher?
     Os integrantes que estavam ali, começaram a se olhar devido o silêncio do líder. E essa atitude só se encerrou, quando o líder da tribo se pronunciou novamente.
     _ Já está escolhido! - Ele falou irritado. - Sou eu quem escolhe o guerreiro e pronto! - O líder a encarou. - Não adianta você reclamar.
     _ Não é necessariamente você quem escolhe! É você quem indica na reunião antes do torneio.
     _ A lei diz que eu tenho que escolher um guerreiro e indicá-lo para participar do torneio.
     _ A lei diz que o líder deve indicar o melhor guerreiro e não escolher o que você julga ser o melhor!
     _ Então está indicado! Jordarian é o melhor guerreiro dessa tribo. - Disse o líder já convicto de que havia encerrado a discussão.
     _ Então eu, Fharelyn, integrante da Tribo da Árvore, desafio Jordarian para um duelo. - Ela pausou, encarou o líder e continuou. - Se caso ele me vencer, dou-me por satisfeita pela escolha do líder! - Ela sorriu. - Mas caso ele seja derrotado por mim, fica provado que sou melhor que ele, e devo ocupar seu lugar no torneio.
     _ O que ele vai ganhar quando vencê-la? - Perguntou o líder tentando dissuadi-la.
     _ Eu trabalharei para ele por um mês inteiro.
     _ Não adianta, eu já me decidi.
     Os outros integrantes que acompanhavam toda a discussão, começaram a gritar dizendo que o duelo deveria ser aceito, pois provaria quem realmente era o melhor. E o movimento foi ficando mais forte, até que o líder resolveu aceitar a proposta.
     _ Tudo bem! - Disse o líder. - Vou escolher a prova que vocês terão que fazer. O ganhador será o meu indicado para o torneio.
     _ Estou de acordo! - Disse Fharelyn. - Então, o que teremos que fazer para provar quem é o melhor?
     _ Vocês terão que se enfrentar em uma prova de corpo a corpo. - O líder sorriu descaradamente deixando a entender que a jovem estaria prejudicada. - Vocês lutarão! Aquele que desistir ou não tiver mais em condições de continuar com a disputa, será considerado derrotado.


     Fharelyn e Jordarian estavam posicionados um de frente para o outro na arena de luta improvisada pelo líder. Tudo já estava pronto, um integrante da tribo seria o juiz e tomaria conta da luta. Quando autorizados a lutar, Jordarian partiu correndo com muita velocidade e força para cima de Fharelyn, que não teve tempo de desviar; quando ela percebeu, estava deitada no chão, olhando para um cara que se jogava em cima dela, espremendo-a com muita força. O lutador pegou o braço da garota e começou a torcer, fazendo-a sentir muitas dores. De fora, os observadores já começavam a gritar que ela era perdedora, e que sabiam desde o início que ela não teria a menor chance. Jordarian apertou um pouco mais e forçou o braço; mas de alguma forma, Fharelyn puxou seu braço e empurrou o garoto. Em um movimento rápido, a jovem já estava de pé novamente. Jordarian tomou distância, a observou e então partiu mais uma vez em disparada para cima dela. Quando ele se aproximava convicto de que a jogaria novamente no chão, Fharelyn esquivou-se levemente para o lado e deixou a perna na frente dele; o garoto se espatifou de cara no chão, e antes que pudesse se virar para levantar, ele sentiu um peso nas costas e algo se enrolar nos seus dois braços. A jovem estava assentada em cima de Jordarian, e havia amarrado os dois braços dele para trás com um pedaço de lenço. O garoto não conseguia sair daquela situação, mas não desistia, e ainda sentada em cima do guerreiro, a garota envolveu seus braços ao redor do pescoço dele e apertou, fazendo com que a respiração do jovem ficasse difícil. Ela gritava para ele desistir, mas a cada vez que ele falava que não, ela apertava ainda mais. Essa cena se repetiu por alguns minutos, até que Fharelyn apertou com muito mais força, deixando Jordarian inconsciente. Quando a cabeça do garoto bateu no chão, o líder aproximou-se, retirou-a de cima dele e a empurrou para longe. Era evidente que ninguém acreditava no que tinham visto; uma garota havia vencido a luta, e agora ela seria a guerreira que iria representar a Tribo da Árvore no Torneio Diamantyne.

     Já em casa, Fharelyn não conseguia acreditar que algo grande poderia estar à sua espera; era oficial; ela lutaria em busca do Trono de Diamante. Uma alegria incomum começava a tomar conta dela, quando alguém bate na porta da sua moradia. Andando como se estivesse nas nuvens, a vencedora olhou pela janela antes de abrir a porta, mas sem conseguir ver direto quem a chamava, ela deu um grito.
     _ Quem é?
      _ Sou eu, Salladriel.
     Fharelyn abriu a porta, e avistou quem a chamava. Ele era um rapaz bem apessoado, e que vivia de conversas com ela. 
     _ Entre Driel, fique à vontade.
     O jovem passou pela porta e esperou que a garota a fechasse, e quando ela se virou para ele, mais que depressa, ele a abraçou forte e por alguns longos segundos.
     _ Qual a razão desse abraço? - Perguntou ela surpresa.
     _ Não gostou?
     _ Não é isso! - A jovem sorriu sem jeito. - Eu só não esperava.
     _ Eu vim aqui... - Salladriel fez uma pausa e olhou no fundo dos olhos de Fharelyn. - te dar os parabéns por ser a campeã da disputa hoje a tarde e ser a guerreira que vai nos representar no Torneio Diamantyne. - Ele aproximou-se dela e tocou em sua face com carinho. - Torço para que você consiga vencer!
     _ Obrigada! - A jovem se afastou do toque toda sem graça e virou-se de costas para Driel.
     O garoto tinha cerca de vinte anos, e ainda a observando de costas, ele aproximou-se, a abraçou por trás e beijou a nunca dela. Por um momento ele pensou em largá-la, mas resolveu esperar a reação dela; que foi simplesmente se virar para ele e dar-lhe um beijo na boca. Após a surpresa de ter ganho um beijo dela, o jovem a encarara sem jeito, e então pergunta.
     _ Quando que você parte para o Palácio de Cristal?
     _ Eu acho que amanhã pela manhã virá uma carruagem e me levará até o palácio. - Ela deu um sorriso doce para ele. - Não tenho muita certeza de nada. Só sei bem, que eu irei representar a nossa tribo.
     _ Já pensou em seu primeiro decreto se você se tornar a nova Sra. Diamantyne?
     _ Prefiro não pensar nisso ainda! Quero me concentrar primeiro nas provas que eu tenho que enfrentar.
     _ Está certo. - Ele a beijou na testa. - Vou indo, você deve descansar para estar em plenas condições amanhã.
     _ Obrigada! - Ela o acompanhou até a porta. - Te vejo amanhã antes de partir?
     _ Pode apostar que sim! - Disse Salladriel antes de ir embora.
     Fharelyn acompanhou Driel com os olhos até vê-lo desaparecer na escuridão da noite; depois seguiu para seu quarto e pegou logo no sono. 
     Por volta das quatro e vinte da madrugada uma carruagem parou na porta da moradia da guerreira; neste momento ela ainda dormia, e uma leve batida na porta da rua, fez com que ela despertasse. Com cuidado a jovem chegou até à porta.
     _ Driel, é você?
     _ Gostaria de falar com a Srta. Fharelyn.
     _ Sou eu! Quem quer falar comigo?
     _ Fui enviado pelos organizadores do Torneio Diamantyne para levá-la até o Palácio de Cristal.
     _ Por qual razão você veio a esta hora?
     _ Os guerreiros devem estar no palácio pela manhã, para começar os preparos. - Ele falava rápido e sem pausas. - É uma exigência dos organizadores, se a senhorita não estiver lá pela manhã, será considerada desistente. - Por fim ele fez uma leve pausa e continuou. - Então, o que me diz?
     _ Aguarde só um minuto, vou trocar de roupa e já parto com você!
     _ Como a senhorita preferir. Só peço que não demore.
     _ Não vou me demorar. - A guerreira se afastava dizendo. - Não vou me demorar.
     Alguns minutos depois, Fharelyn voltou e acompanhou aquele homem, que a conduziu até a carruagem e seguiram o caminho. No meio da escuridão da madrugada, a jovem olhava pela janela da carruagem e observava as moradias todas com as luzes apagadas, e uma em especial segurou sua atenção por mais tempo; era a casa de Salladriel, que neste momento dormia e não sabia que ela partia sem poder se despedir! A carruagem seguia em um ritmo acelerado, e ela via a Tribo da Árvore ficando para trás.
    

      O trajeto não era muito longo, e quando a carruagem de Fharelyn alcançou os portões do palácio, as outras duas acabavam de adentrar; por fim; as três carruagens pararam na entrada principal praticamente ao mesmo tempo. A garota se mantinha em segredo e segura no seu veículo de condução, enquanto observava dois rapazes descerem de suas respectivas carruagens. Um deles era baixo, um pouco gordo e com cabelos longos e alaranjados; os olhos eram largos na cor púrpura e saltavam um pouco de sua cavidade ocular; ele trajava uma armadura fosca e cobreada, carregando como acessório um machado com lâmina também fosca. - Esse deve ser o guerreiro da Tribo da Mina. - Disse Fharelyn em pensamento. O outro vinha em seguida; tinha uma pele bastante branca, como se houvesse anos que não saía ao sol; era alto e corpulento, cabelo negro bem aparado, simetricamente alinhado e penteado; tinha belos traços faciais e olhos que ela não conseguira identificar a cor só com as luzes locais; ele trajava vestes ajustadas ao corpo e que valorizava seu peitoral avantajado. Sem perceber, Fharelyn se sentiu fisicamente atraída pelo representante que ela julgava ser da Tribo do Gelo.
     Assim que os dois guerreiros adentraram ao Palácio de Cristal, Fharelyn desceu de sua carruagem e seguiu o mesmo trajeto, e no momento que atravessou a porta principal, ela se deparou com um salão esplêndido e grandioso; com uma imensa escadaria logo de frente, toda feita em pedras preciosas de diversas variedades; lustres de cristais branco pendiam do teto do segundo andar, pois no primeiro era um vão que permitia ver as passarelas e corrimãos que protegiam a sacada do segundo andar. Alguém chegou até a jovem e a despertou de sua admiração pelo local.
     _ Olá, você deve ser da Tribo da Árvore não é?
     _ Olá. - Disse Fharelyn meio sem jeito, descobrindo que o jovem que não identificara a cor dos olhos, carregava em seu belo rosto, olhos azuis como um céu limpo de verão. - Sou sim!
     _ Não esperava que o melhor guerreiro de sua tribo fosse uma mulher. - Ele deu um sorriso largo para ela. - Estou extremamente surpreso.
     _ Você tem algo contra?
     _ De forma alguma. - Ele estendeu a mão para saudá-la. Meu nome é Clérium e o seu?
     _ O meu é Fharelyn!
     _ Prazer Fharelyn, e que vença o melhor!
     Antes que a jovem pudesse responder, uma mulher apareceu no topo da escadaria e começou a falar.
     _ Sejam bem vindos guerreiros! Meu nome é Cristália, sou a atual administradora por toda a manutenção do palácio e a principal responsável pelo Torneio Diamantyne. - Ela encarou os três jovens e continuou. - Sigam-me, irei levá-los até os seus respectivos aposentos. - Cristália esperou que os guerreiros subissem as escadas e a acompanhasse. - Amanhã pela manhã vocês participarão de um café da manhã, e logo após iniciaremos a cerimônia de abertura do torneio. - Ela apontou três portas diferentes para eles, e indicou o quarto de cada um. - Se alojem e fiquem à vontade. - A anfitriã deu um sorriso sem graça e olhou nos olhos de cada um. - boa sorte para cada um e até mais tarde.
     Fharelyn entrou para seu quarto, trancou a porta, colocou suas coisas pessoais em uma mesa do lado de uma janela e deitou em uma cama grande e confortável. Ela começou a apreciar os detalhes da parede, quando de repente, adormeceu.






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sábado, 17 de janeiro de 2015

O Trono de Diamante - I

         A História



     Ainda na Era Antiga, o mundo de Shadow era dividido em Três Tribos; Tribo da Árvore, Tribo da Mina e Tribo do Gelo. Cada tribo tinha seu líder, que por sua vez deviam obediência ao Rei do Trono de Diamante; esse trono ficava no Palácio de Cristal na encosta de um despenhadeiro. O Sr. Diamantyne; assim chamado o Rei do Trono de Diamante; era o Senhor de todo o Mundo de Shadow; seus desejos eram ordens e suas decisões soberanas. O Sr. Diamantyne nunca era desafiado, e devia a todo custo ser protegido por todos. A sucessão ao trono era consanguínea; passando do atual rei para o seu primogênito masculino. Por séculos o trono era assumido pelo primogênito real, levando a tradição para frente a cada legado; mas um acidente tirou a vida de toda a Família Real, restando apenas o Diamantyne vivo em seu palácio. Os dias trouxeram a solidão, e a solidão trouxe o desapego à vida; alguns anos solitário e se recusando a casar-se novamente, o Sr. Diamantyne morreu, deixando O Trono de Diamante vazio e sem herdeiros.
     No intuito de evitar que o caos se instalasse em Shadow, os líderes de cada tribo se reuniram para decidir quem assumiria O Trono de Diamante. Primeiro eles tentaram convencer um ao outro, que um deles deveria ser o novo rei, só não chegaram ao consenso de qual deles se tronaria o novo Sr. Diamantyne; por falta de um eleito, os líderes decidiram criar um torneio de guerreiros; cada tribo enviaria o seu melhor guerreiro; que por sua vez disputariam entre si através de diversas provas, e o que mais vencesse as provas, se tornaria o Sr. Diamantyne; consequentemente a tribo campeã representada por ele, teria diversas regalias em Shadow, além de receber tributos das outras duas. O vencedor do torneio reinaria como o Sr. Diamantyne até o fim de sua vida, mas a sucessão ao trono deixaria de ser  consanguínea, e passaria a ser por conquista; sendo assim, ficou acordado entre os líderes das tribos que a cada morte de um Sr. Diamantyne, um novo torneio deveria ser criado. Fizeram esse acordo se tornar lei, e registraram para que todas as tribos soubessem da criação do Torneio Diamantyne; nome dado por eles. Após o acordo registrado, ninguém poderia alterá-lo; nem o próprio Sr. Diamantyne; então em seguida deu-se início ao torneio; cada líder indicou um integrante de sua tribo para que se tornasse o novo governante de Shadow. Naquela época, o vencedor do torneio foi um homem, e ele representava a Tribo da Mina. Logo após a morte do primeiro Sr. Diamantyne vencedor do torneio, o sucessor era da Tribo do Gelo. Logo que assumiu o Trono de Diamante, o vencedor nascido na Tribo do Gelo, criou em sua tribo de origem, um centro de treinamento para preparar todos os integrantes, dando a eles vantagem na disputa no torneio. A atitude dele não foi questionada, mas não agradou os integrantes das outras duas tribos. Passaram-se cinco sucessões ao Trono de Diamante, e todos eles foram ocupados por um integrante da Tribo do Gelo; a criação do centro de treinamento deixava os integrantes do gelo, praticamente invencíveis, e com o pagamento de tributo pelas outras tribos por tantos anos, fez com que tal tribo se tornasse a tribo mais rica do mundo de Shadow. Além das três tribos, existia espalhado por Shadow, alguns grupos de pessoas isoladas, excluídas de sua tribo por ter infringido a lei e condenados pelo Sr. Diamantyne. Esse grupo era proibido de participar do torneio, de entrar em qualquer tribo ou se quer se aproximar de qualquer pessoa que não fosse excluída como eles. Esse grupo era deixado à própria sorte. Mas no meio deles existiam também aqueles que se apaixonaram por um integrante de outra tribo e resolveram ficar juntos. Era expressamente proibido integrantes de uma tribo se envolver com a outra, cada um casava com alguém de sua própria tribo, infringir essa regra, era exclusão imediata! Os condenados à exclusão, recebiam uma marca nas costas da mão direita, feita por ferro aquecido na brasa; era um sinal para que todos soubessem que aqueles que tivessem a marca, era um excluído. Os não excluídos eram proibidos de se aproximar de um excluído, se alguém assim o fizesse, e fosse comprovado que a aproximação partiu do não excluído, ele era imediatamente julgado, e se não conseguisse justificar suas razões para tal feito, essa pessoa era imediatamente excluída. As crianças nascidas no meio dos excluídos recebiam a oportunidade de ir para a tribo do pai dela, mas se caso os pais negassem se separar da criança, ela recebia imediatamente um pequeno corte nas costas da mão esquerda, para que quando fosse mais velha, essa criança receberia a marca dos excluídos nas costas da mão direita; consequentemente essa criança carregaria para sempre duas marcas em suas mãos. Se no meio dos excluídos alguém insistisse em infringir a lei, o infrator era condenado à morte, perdendo a cabeça no pátio do Palácio de Cristal, na frente de todos os integrantes das Três Tribos, e depois o corpo era levado e jogado no meio do acampamento dos excluídos, servindo de lição para os demais. Ninguém questionava o Sr. Diamantyne, pois assim que ele assumia o Trono de Diamante, ele se tornava soberano.    


     Anos após a sucessão ao Trono de Diamante, uma lebre comia tranquilamente folhas verdes no meio da floresta existente na região da Tribo da Árvore; foi quando uma flecha atravessa seu pescoço, fazendo-a cair agonizando até perder totalmente seu fôlego de vida; saindo preguiçosamente de trás de uma árvore; Fharelyn; uma jovem de dezessete anos; andava em direção ao animal morto com um sorriso de satisfação no rosto; e em sua mão direita ela segurava com empenho uma Besta de madeira bem tratada; arma tal que usara para matar a pequena lebre com grande pontaria e maestria. Assim que ela tirara o animal morto do solo segurando-o pelas duas patas traseiras; a jovem ouviu um som estridente vindo de um trombeta localizada no Palácio de Cristal. Fharelyn parou por um instante o que fazia e ouviu até o fim o soar da trombeta, e logo em seguida saiu em disparada para o meio de sua tribo; ela sabia que uma grande oportunidade poderia surgir em sua vida, pois um novo Torneio Diamantyne iria começar; aquele som representava apenas uma coisa; o atual Sr. Diamantyne, agora estava morto.







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