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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O Trono de Diamante - III

Momentos de Luta





     Algumas horas mais tarde, Fharelyn despertara com alguém batendo na porta.
_ Quem é?
_ Cristália. - Disse a anfitriã do Palácio de Cristal. - Estaremos reunindo os indicados ao torneio em meia hora no salão central para o café da manhã. - Ela fez um breve silêncio. - Não se atrase.
_ Tudo bem, estarei lá!
     A jovem levantou-se da cama, tomou um banho rápido, vestiu um vestido que estava no guarda roupas justamente separado para a ocasião, e seguiu em direção ao salão central. Assim que ela adentrou, os outros dois indicados a observaram, e o guerreiro da Tribo do Gelo, admirou por um pouco mais de tempo, até que ela se assentasse e se ajeitasse em uma cadeira separada para ela. Depois de todos reunidos, Cristália adentra ao salão, vai até a cabeceira da mesa, e começa a falar:
_ Meus caros guerreiros, à partir de agora, declaro aberta a cerimônia do Torneio Diamantyne. - Assim que ela falou isso, vários integrantes da Tribo do Gelo adentraram ao recinto e se assentaram à mesa junto dos guerreiros. - Que iniciem o banquete.
     Todos se fartaram; comeram até não aguentarem mais. Logo após o café da manhã, Cristália levou os guerreiros para dar uma volta pelo pátio da palácio, para que todos os presentes pudessem conhecer aqueles que disputariam o torneio representando cada tribo. Assim que eles passavam perto dos ali presentes, eles eram saudados e incentivados. Tudo corria tranquilamente e como esperado; cumprindo à risca o costume daquele torneio. Algumas horas mais tarde, os três guerreiros deveriam almoçar com os três líderes das tribos, para que houvesse uma última integração entre eles. Assim que o almoço era encerrado, cada guerreiro ficava a sós com o seu respectivo líder, de forma que eles pudessem conversar e traçar as últimas estratégias para a vitória. Agora Fharelyn estava com seu líder, que apesar de ter a indicado, não estava contente por ser ela!
_Você poderia ao menos fingir que está contente por eu estar aqui? - Disse Fharelyn encarando seu líder com um pouco de decepção.
_ Você sabe que eu não queria indicar você! - O líder falou de forma rude e seca. - Mas já que você está aqui, você tem por obrigação vencer!
_ Sei que você acredita que eu não vou conseguir, mas você já parou para pensar o que vai acontecer com você se eu me tornar a nova Diamantyne?
_ Como assim acontecer comigo? - O líder perguntou assustado!
_ Se eu virar a nova Diamantyne, posso muito bem querer me vingar de seu desprezo e perseguição.
_ Esquece isso! - O líder falou desconversando. - Preste atenção nos seus adversários, procure um ponto fraco e os derrote.
_ Tudo bem. Vou procurar fazer isso!
     Após o período de tempo com seus líderes, cada guerreiro ia para o seu respectivo aposento e ficava ali trancado o restante do dia. Fharelyn abriu a porta do quarto de forma suave, e quando foi fechá-la, notou uma folha de planta caída no chão. Ela pegou essa folha e levou até o nariz, dando uma inspirada profunda.
_ Eu conheço esse tipo de folha, e esse cheiro me confirma tudo. - Disse a jovem preocupada. - Essa folha pertence à planta Dama do Sono! - Ela correu até a vasilha com água em uma mesinha próximo à sua cama; primeiro cheirou o líquido e depois deu uma bebericada. - Não parece, mas será que eles dissolveram o sumo dessa planta em minha água? - Ela permanecia preocupada. - Se essa água estiver misturada ao sumo da Dama do Sono, e eu a ingerir, vou acabar tento tonteiras e possíveis desmaios. - Ela ficou um tempo pensativa e olhou pela janela. - Eles não sabem que conheço de todo tipo de erva. Se alguém está tentando me tirar do torneio, vão se dar mal. Fharelyn abriu a janela de seu aposento, olhou para baixo e avistou uma árvore a alguns metros abaixo. Então ela foi até o banheiro, abriu a ducha, trancou a porta por fora e guardou a chave com ela; depois a jovem retornou até a janela, se pendurou nela e começou a escalar a parede, descendo com cuidado, até alcançar um galho da árvore. Fharelyn honrava sua tribo, pois sabia muito bem caminhar entre os galhos das árvores com muita facilidade. Ela andou de forma discreta e sem ser notada, até alcançar uma horta nos fundos do palácio. O local estava bastante movimentado; então ela deitou em um galho largo e esperou até que ficasse escuro e não houvesse mais ninguém. Uma hora e meia mais tarde, a horta estava livre de moradores do palácio; neste momento Fharelyn desceu de onde estava e começou a procurar algumas ervas. A jovem se abaixava próximo das ervas, arrancava algumas com cuidado e cheirava, quando ela percebia não ser a que ela queria, ela jogava fora e continuava a busca; quinze minutos após o início da procura, a guerreira encontrou o que procurava, então ela arrancou uma pequena quantidade e refez o caminho de volta ao seu aposento. Assim que entrou no quarto, Fharelyn esfregou as ervas na mão e espremeu o sumo dentro da água e em seguida sacudiu o jarro para que o sumo se dissolvesse por completo.
_ Pronto! - Ela disse observando o líquido que voltara a ficar incolor. - Se a água estivesse batizada, agora não terá mais o efeito que eles esperavam. Essa erva que acabo de misturar aqui, anula por completo o efeito da Dama do Sono. - Ela sorriu satisfeita. - Agora posso beber a água sem problemas.
     A jovem deu um pequeno gole na água e foi para o banheiro tomar um banho. Enquanto Fharelyn tomava banho; uma integrante da Tribo do Gelo que trabalhava no palácio; saiu do guarda roupas no quarto de Fharelyn, e ela segurava um jarro com água, semelhante ao que estava na mesa do aposento da jovem guerreira da Tribo da Árvore assim que ela entrara no quarto. Silenciosamente a serviçal trocou os jarros de água e saiu do quarto sem fazer barulho. Após o banho, a guerreira seguiu até sua cama, e antes de dormir para descansar para o início do torneio no dia seguinte, ela bebeu um copo cheio de água.
     Na manhã seguinte quando Cristália fora chamar a guerreira para se apresentar para o início do torneio, Fharelyn já estava em pé e pronta. Ela vestia uma roupa justa ao corpo, mas que dava a ela bastante mobilidade; permitindo-a não perder a agilidade necessária para vencer as provas. Antes de sair, a jovem encheu um copo com água e tomou, depois disso, seguiu para o local que ocorria o torneio. Quando Fharelyn chegou ao local do torneio, só o guerreiro da Tribo do Gelo havia chegado, e assim que ele a avistou, fez uma expressão de surpresa.
_ Qual o problema Jordarian? - A jovem perguntou para o guerreiro. - Surpreso em me ver aqui?
_ Não, de forma alguma. - Ele respondeu sem jeito. - Estou admirado com sua roupa de batalha.
_ E aonde está o guerreiro da mina?
_ Não sei! - Disse Jordarian. - Talvez ficou com medo e desistiu!
     Ele terminava de falar quando o guerreiro que faltava apareceu ajeitando sua armadura.
_ Agora que todos os concorrentes estão presentes. - Disse Cristália. - Vamos começar o Torneio Diamantyne. - Ela se calou esperando o povo fazer silêncio após os gritos de comemoração pelo inicio do torneio. - Cada um de vocês poderá usar suas armas, e levarão também uma corda e um canivete. - A anfitriã fez uma pausa esperando a manifestação de alguma dúvida, e como não houve, ela prosseguiu. - O torneio será dividido em três provas; essas provas ocorrerão em arenas com o elemento da Árvore, da Mina e do Gelo; em cada uma delas haverá uma bandeira, cada bandeira valerá dez pontos. Vocês também portarão amarrados em seus braços direito, uma fita representando a sua tribo, cada fita roubada de um adversário vale cinco pontos. Se na somatória final acontecer de haver um empate, então o torneio será desempatado com um combate corpo a corpo, até que o adversário desista ou não possa mais lutar. - Ela encarou os três e prosseguiu. - Alguma dúvida? - Cristália esperou até ter certeza que ninguém se manifestaria. - Então se não há dúvidas, cada um pegue seu material e siga até a primeira arena, que será a Arena da Árvore.
     Fharelyn pegou uma corda, um canivete e então seguiu apressada até a arena. Assim que ela avistou as diversas árvores que existiam no lugar, a jovem procurou escalar em uma delas, e foi passando de uma para outra até não deixar mais nenhum rastro. De forma rápida a guerreira correu por entre as árvores até achar vários bambus, então ela desceu das árvores e com o canivete começou a cortá-los. Depois de alguns minutos ela havia feito uma zarabatana e várias agulhas pontiagudas. A alguns metros dali, Fharelyn encontrara algumas ervas soníferas, ao qual ela havia amassado e extraído o sumo, para passar nas pontas das agulhas. A guerreira mal havia terminado de passar o sumo da erva nas agulhas, quando ela ouve um barulho vindo em sua direção. Rapidamente ela escalou uma grande árvore frondosa e ficou praticamente invisível no meio dela; depois de alguns minutos o guerreiro da mina surge carregando a bandeira da árvore e seguindo em direção ao local que ele deveria apresentá-la, mas antes que ele sumisse das vistas, Fharelyn inseriu uma agulha na zarabatana e assoprou forte, e com um tiro certeiro, o guerreiro foi atingido no pescoço. Ele arrancou a agulha e continuou correndo; cerca de cem passos adiante, o guerreiro caiu desmaiado. A jovem se apressou e desceu da árvore, correu até o adversário desacordado e pegou a bandeira dele, e no momento que ela preparava para arrancar a faixa do braço do jovem, um canivete passou próximo a ela zunindo em alta velocidade. Era o guerreiro do gelo vindo na direção deles para poder tomar dela o que ela acabara de conseguir; então bem apressada, Fharelyn insere uma nova agulha na zarabatana e a lança contra seu novo agressor, e sem verificar se ela tinha tido sucesso, correu deixando a faixa para trás. E assim que tomara uma pequena distância, a jovem subiu em uma árvore e se camuflou. Minutos depois Jordarian passava logo abaixo com a faixa de braço do guerreiro da mina e procurava pela guerreira da árvore. Fharelyn permanecera quieta até que o adversário desaparecesse por completo. Ela já tinha a bandeira da prova, não valia a pena correr o risco. Então ela foi caminhado por entre as copas das árvores até chegar no ponto de entrega da prova, e quando se aproximava, percebeu que Jordarian já havia chegado, mas que ao avistá-la, partira ferozmente pra cima dela. Em uma ação rápida, a jovem preparara uma nova agulha e lançara contra o adversário; dessa vez ela avistou que ele fora acertado bem no braço, mas que continuava vindo em sua direção, sem o menor sinal de que o sonífero na agulha começara a fazer efeito; então para não perder aquilo que ela conquistara, Fharelyn se viu obrigada a sacar sua Besta das costas, ajeitar uma flecha e apontar contra o seu adversário. A guerreira começara a sentir uma pequena tonteira, que estava deixando a sua visão um pouco turva, mas ainda assim permanecia firme apontando a arma na direção de seu adversário. Jordarian reduziu sua velocidade rapidamente até parar quando se deparou com uma flecha mortal apontada para ele. A guerreira da Tribo da Árvore passava por ele com sua arma principal apontada para seu rosto, e prosseguiu dessa forma até conseguir entregar a bandeira, sendo ela a vencedora daquela prova com dez pontos. O guerreio da Tribo do Gelo alcançara cinco pontos com a braçadeira do adversário da mina que não conseguira ponto algum. Todos aguardavam pelo integrante da Tribo da Mina que não aparecia; então ordenados por Cristália, uma equipe de rastreio foi atrás dele; e não demorou muito até vir a notícia de que o adversário desaparecido estava fora da prova, sendo desclassificado do Torneio Diamantyne. Os dois guerreiros que ainda restavam na disputa foram dispensados para seus aposentos, até que a comissão organizadora do torneio decidisse o que fariam com esse imprevisto da saída de um concorrente.





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