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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Reino de Álfheim

A Descoberta de Um Novo Mundo

Parte 1


     Raios de sol atravessavam partes da janela que não estavam cobertas pela cortina, e batiam diretamente no rosto de Eliel. O garoto tinha dezessete anos e dormia tranquilamente quando seu pai abre a porta do quarto e chama por ele.
     _ Eliel, está na hora. - Disse o pai do garoto aguardando ele dar o sinal de que havia acordado. - Vamos Eliel, hora de acordar para ir para escola!
     _ Quantas horas agora pai? - Disse o jovem puxando o lençol que cobria a cabeça.
     _ Agora são seis horas da manhã! - Ele concluiu fechando a porta do quarto.
     Eliel acabou de descobrir o restante do corpo e se levantou ainda sonolento. O garoto pegou uma toalha pendurada atrás da porta, saiu do quarto e foi para o banheiro. Depois de meia hora o jovem acabava de vestir a blusa do seu uniforme e se preparava para calçar os tênis.
     Lucas estava em pé na sala de estar, arrumando sua maleta. O pai do garoto se preparava para sair, quado o filho passa por ele indo direto para a cozinha.
     _ Bom dia pai.
    _ Bom dia! - Falou Lucas fechando a maleta. - O café está pronto em cima da mesa, e os ingredientes para o sanduíche estão na geladeira. - Ele seguia em direção à porta. - Cuidado para não perder a hora.
     _ Não vou me atrasar pai. - Disse Eliel pegando uma maça na fruteira. - Vou comendo essa maçã pelo caminho.
     Pai e filho saíram de casa juntos, mas cada um seguiu destinos diferentes. Lucas montou em uma moto velha e saiu apressado, enquanto Eliel seguia tranquilamente caminhando, pois a escola era próximo de sua residência.
     Eliel se aproximava da escola, quando de repente ele fica tonto e escora no corrimão da escada. O jovem seguiu diretamente para a sala de aula e assentou-se em sua carteira. Tudo transcorria tranquilamente na aula; a professora ensinava matéria nova quando uma canção estranha, em um dialeto completamente desconhecido, era transmitido pelas caixas de som instalados em todo o ambiente escolar; fez toda a turma; com exceção de Eliel; ficar paralisada; como se fossem estátuas. O garoto demorou alguns segundos para perceber que ninguém se movia, e quando ele preparava para se levantar, a porta da sala foi arrancada do lugar por um ser completamente estranho. A única reação de Eliel foi ficar parado como os demais e ficar observando o que aquele ser iria fazer. O garoto começou a reparar nos detalhes daquele estranho, e observou que ele tinha uma pele seca e áspera; os olhos e roupas eram negras como piche; o cabelo tinha a mesma cor dos olhos, mas eram muito longos e lisos, ele descia pelas costas até a cintura do indivíduo; e o mais estranho de tudo eram as orelhas pontiagudas, pareciam com as de duendes que ele vira na televisão. Aquele ser olhava por toda a sala, e começava a entrar quando outro ser; semelhante ao primeiro; se aproximou dele, e falando um dialeto semelhante ao da música que fora tocada minutos antes, fez o primeiro recuar e acompanhá-lo. O jovem ia sair do lugar para tentar descobrir o que estava acontecendo, quando ele escuta novamente o dialeto.
     _ Lorem herba.
     Um dos seres estranhos passou pela porta em uma velocidade muito grande, deixando um rastro azul brilhante por onde passara. Eliel começou a ouvir ruídos de luta, e imediatamente correu até a porta e espiou discretamente, pois tinha o receio de ser descoberto. O jovem avistou alguém de costa para ele encarando o outro ser estranho que ele vira anteriormente. O homem que lutava segurava algo semelhante um bastão de madeira com um cristal azul na ponta. Como não fora descoberto, Eliel continuava olhando, e foi nesse momento que ele viu o homem repetir as palavras que ele ouvira antes.
     _ Lorem herba.
     Uma rajada de energia azul saiu do cristal no bastão e acertou o ser estranho, arremessando-o contra a parede, e por onde a energia passava, deixava um rastro azul. Foi ai que Eliel entendeu que o primeiro ser estranho também fora atacado por aquele homem. Antes que o agressor dos seres se virasse, Eliel correu novamente para dentro da sala de aula e se escondeu atrás da porta. O homem entrou na sala procurando pelo garoto; caminhou para próximo da janela, e antes que se virasse para sair, uma rastro de energia negra o acertou nas costas jogando-o para fora do prédio pela janela. Segundos depois um terceiro ser estranho adentrou na sala, caminhou até a janela quebrada, olhou para fora e saltou. O garoto não ouviu nada, apenas avistou outro rastro de energia azul lançando aquele ser negro para cima. O homem pulara pela janela novamente para dentro da sala de aula, e assustado, Eliel saiu correndo sem olhar para trás. Ele só ouviu as palavras:
     _ Vis magna.
     Eliel bateu em um espécie de escudo de energia azul bloqueando a porta, e caiu sentado. O jovem levantou-se rapidamente, pegou uma mesa e ia jogar contra aquele homem, quando ele pára no último segundo.
     _ Sr. Fernando? - Disse o garoto abaixando a mesa. - É o senhor mesmo?
     _ Não tenha medo Eliel. Sou eu mesmo!
     _ Como o senhor consegue fazer essas paradas legais? - Disse Eliel colocando a mesa no chão. - O que são essas coisas que o senhor atacou?
     _ Eles se intitulam os "Korbocs". São Elfos Negros. Servos leais de Korboc, rei do Reino Negro. 
     _ O que? - Eliel falou sorrindo. - Isso não é hora de brincadeiras Sr. Fernando. Estou falando sério. - Ele sorriu coçando a cabeça. - Diz aí, quem são eles?
     _ Estou te falando a mais pura verdade.- Disse Fernando se aproximando de Eliel.
     _ Se você diz a verdade, quem realmente é o senhor e o que eles querem?
     _ Eu na verdade sou um Elfo da Luz, especificamente um Elfo Sacerdote. - Fernando parou de frente para Eliel e continuou. - Me disfarcei de professor de química para poder ficar por perto e cuidar de você.
     _ Cuidar de mim? Por que?
     Minha missão nesse mundo, era manter você seguro. Os Korbocs demoraram bastante tempo, mas acabaram descobrindo onde você estava. - Fernando fez uma pausa breve e só então continuou. - Eles querem capturar você e levar para o rei deles.
     _ Por que eu? Por que o senhor não se parece com eles já que diz ser um elfo.
     _ Eu estou disfarçado, e eles querem te capturar porque você... - Fernando se calou quando viu um elfo negro pulando a janela e preparando um ataque.
     O professor segurou Eliel pelo braço, desfez a barreira na porta e sair arrastando o garoto e dizendo:
     _ Não da para explicar nada agora! - Ele continuava arrastando o garoto. - Precisamos ir para um lugar seguro.
     Eles correram até o estacionamento da escola, entraram no carro do professor e saíram em alta velocidade pelas ruas da cidade. Eliel permanecia calado; mas volta e meia ele olhava para trás pelo vidro traseiro do carro para ver se não eram seguidos. Mil coisas se passavam na cabeça daquele jovem de dezessete anos, e ele ainda parecia não acreditar no que estava acontecendo.
     Poucos minutos; cerca de quarenta para ser mais exato; Fernando entrou com o carro por uma estrada de terra, dentro de uma floresta preservada por ambientalistas. Ele continuou adentrando apressadamente pela floresta em alta velocidade, e só parou quando não havia mais espaço para o carro passar. Ambos desceram do carro e continuaram andando.
     Em certo ponto da floresta, as árvores se enfileiravam de lado e de frente uma para outra, formando um túnel de árvores gigantescas. Logo na entrada desse túnel, Fernando estendeu a mão direita para frente, e em movimentos circulares no sentido horário, ele disse:
     _ Ut patet in porta. - Então na frente deles uma luz azul brilhou forte e intensa, e no fundo do túnel, formou-se um portal.
     _ O que significa essas palavras que você disse? - Eliel perguntou para o protetor.
     _ Eu disse. - Ele fez uma expressão que sempre fazia quando ia explicar uma matéria difícil de química. - Que o portal se abra.
     _ Entendi. Que língua é essa?
     _ Esse é o Dialeto Élfico. - Eles começavam a entrar no túnel de árvores. - Toda a classe de elfos falam esse dialeto.
     _ E o que vem depois desse portal? - O jovem perguntou um pouco apreensivo.
     _ Você descobrirá um novo mundo!
     _ Ele é muito perigoso?
     _ Não se preocupe! - Começavam a atravessar o portal. - Estaremos juntos, e eu protegerei você!
     Os dois atravessaram o portal, e do outro lado também era uma floresta; porém era evidente que as árvores haviam mudado. Eliel sabia que eles não estavam no mesmo lugar. A floresta parecia ter vida própria, e o jovem tinha a leve sensação de que eram observados pelas próprias árvores. Algumas delas eram retorcidas, e seus galhos se entranhavam umas às outras, formando um paredão.
     Eliel se assustou quando olhou para Fernando, e viu um ser parecido aos que procuravam por ele na escola. Porém o protetor dele tinha os olhos e os cabelos longos na cor de mel. Sua pele era bem cuidada e sua face tinha uma expressão suave e calma. Agora as roupas daquele elfo estavam diferentes. Ele vestia uma túnica azul turquesa, com detalhes na cor de mel. Ele havia crescido cerca de trinta centímetros e tinha uma postura firme e ereta. Eliel ficou surpreso com a mudança do protetor.
     _ Sr. Fernando, o senhor ficou muito diferente! - Falou o jovem sorrindo.
     _ Meu nome não é Fernando jovem elfo. - Disse o sacerdote. - Me chamo Fhólyn.
     _ Nossa, que nome estranho!
     _ Esse nome é muito comum aqui. Você vai se surpreender quando ouvir os outros nomes élficos desse mundo. - Ele segurou no braço de Eliel e continuou. - Vamos nos apressar, não podemos ficar expostos por muito tempo, já que você é procurado pelos Korbocs.
     Bem rápidos eles saíram da floresta, e assim que se afastaram um pouco dela, o jovem elfo pôde avistar o palácio para onde estavam indo.
     _ Que lugar magnífico! - Disse ele encantado com o que via.
     _ Isso é só o começo. - Falou Fhólyn. - Agora podemos andar mais tranquilos, pois daqui em diante, já estamos no território amigo. Entramos no Reino de Álfheim.
     _ Quem é esse Álfheim?
     _ Álfheim foi o último rei dos Elfos da Luz. - Ele abaixou a cabeça com uma expressão triste. - Mas cerca de doze a quinze dias atrás ele morreu. - O elfo levantou a cabeça e encarou Eliel. - A filha dele; a princesa Lórhyen; assumiria o trono, mas um dia antes da cerimônia de coroação, ela fora sequestrada por alguns Elfos Negros sob a ordem de Korboc. - Ele respirou fundo e continuou. - E como suspeitávamos, o Rei Negro mandou os servos dele para te capturar, pois o desejo dele sempre foi assentar no trono do Palácio da Luz e dominar todo esse mundo.
     _ E o que eu tenho a ver com essa história toda? O que um ser humano tem a ver com essa guerra entre elfos da luz e elfos negros? - Perguntou Eliel confuso.
     _ Os humanos não têm nada com isso!
    _ E por que então eles estão atrás de mim? - Ele sorriu. - Não sei se eles olharam direito, mas eu sou humano!
     _ Você não é humano! - Fhólyn disse olhando Eliel nos olhos. - Você é um Elfo da Luz!
     Antes que Eliel pudesse esboçar qualquer ração, dois elfos se aproximaram deles. O jovem garoto observou que eles o encaravam admirados, e fizeram uma saudação discreta para o sacerdote.
     _ Olá sacerdote Fhólyn. - Disse um dos elfos. - Não é muito comum os Elfos de Alto Grau andarem fora do palácio. Como conseguiu esse grande feito?
     _ Ele ainda não sabe que é um. - O sacerdote virou de costas para Eliel e falou bem baixo para os outros dois. - Esse é o elfo que eu protegia no outro mundo.
     _ Então ele é o...
     _ Isso mesmo. - Disse Fhólyn interrompendo o elfo. - Tenho que levá-lo para o palácio e explicá-lo toda a história.
     _ Então daremos licença e deixaremos que sigam para seus destinos.
     Os dois elfos olharam para Eliel fazendo uma reverência longa. O jovem não entendeu bem o motivo deles terem feito aquilo, mas preferiu não dizer nada. O sacerdote o puxou pelo braço e continuaram andando.
     
     Fhólyn acabara de entrar no Palácio da Luz com Eliel e seguia para a sala do trono. O sacerdote já havia mandado um recado por um mensageiro, para que os Elfos de Alto Grau os aguardassem chegar. Eliel ficara admirado com a grande beleza do palácio. As paredes eram todas trabalhadas e adornadas. Várias janelas permitiam que a luz do sol entrasse, iluminando assim todo o ambiente. Quando os dois atravessaram a porta que protegia a sala do trono, quatro Elfos de Alto Grau estavam assentados na mesa de banquetes que ficava antes do trono. Todos eles tinham a mesma cor dos olhos, cabelos e tipo de pele, e quando avistaram Eliel e Fhólyn, os quatro elfos se levantaram admirados.
     _ Isso não é possível. - Disse um deles. - Não fazia ideia de que ele seria um de nós.
     _ Eu também não sabia, só descobri quando passamos para esse mundo, e sua verdadeira forma se revelou.
     _ Teremos que treiná-lo antes de troná-lo o próximo rei. - Falou outro dos quatro elfos.
     Um terceiro elfo começou a andar na direção de Eliel e disse:
     _ Seja bem vindo Príncipe Élfhaim.
     Eliel virou-se para Fhólyn e perguntou discretamente.
     _ Eles estão falando o que, e de quem?
     _ Eles falam de você! - Disse o sacerdote observado a cara de assustado do jovem.
    _ De mim? Que nome é esse que eles me chamaram? O que eles quiseram dizer quando falaram que não imaginava que eu fosse um deles e que minha forma se revelou depois que eu atravessei o portal?
     _ Eles te chamaram pelo seu nome verdadeiro. Chamaram você de Élfhaim, o nome que sua mãe te deu quando você nasceu. - O sacerdote continuou sem fazer pausa. - Depois que você entrou nesse mundo, sua forma de elfo se revelou. - Fhólyn sorriu. - Você não tem mais aquela face de garoto humano; agora você se parece com um elfo. É claro que ainda está com vestes humanas, mas logo trocaremos. - O sacerdote conduziu o garoto até um espelho e continuou. - Eles falaram que não imaginavam que você seria um deles, porque você é um Elfo de Alto Grau!
     _ E isso é bom ou ruim? - Perguntou o jovem elfo sem entender nada.
     _ Isso é ótimo. Nesse mundo só existem ou pelo menos existiam quatro Elfos de Alto Grau. - Ele colocou Élfhaim de frente para o espelho. - Agora, existem cinco. - Com expressão serena ele continuou. - Um Elfo de Alto Grau tem poderes desconhecidos e de níveis inimagináveis. Agora se olhe no espelho, e veja como você é de verdade.
     O jovem se olhou no espelho e viu uma imagem parecida com a do sacerdote. Porém seus olhos eram cinzas. Seus cabelos longos e brancos. Seu rosto tinha uma expressão forte e imponente e sua postura era majestosa, como deveria ser  a postura de um verdadeiro príncipe.
     Élfhaim não reconhecia a própria face, mas havia gostado do que ele acabara de olhar. Agora na sua cabeça passavam mil perguntas, porém ele teria que selecionar as melhores para fazer. Quando ele ia começar a perguntar alguma coisa, o quarto elfo que até então estivera calado esse tempo todo se pronunciou.
     _ Olá Príncipe Élfhaim. Meu nome é Myradar. Um dos meus dons é ler pensamentos, e antes de você fazer a primeira pergunta, nós devemos te contar a sua história. - Ele puxou uma cadeira e olhou para o jovem. - Assente-se aqui. Vamos te contar tudo agora. - Concluiu o elfo assetando-se à mesa com os outros.









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3 comentários:

  1. Adorei a história. Estou ansiosa esperando o restante.

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  2. Uma história intrigante ! O que fazia ele junto aos humanos?

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    1. Na segunda parte da história, há a explicação da sua pergunta! Obrigado por estar acompanhando! Fique à vontade!

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