Capítulo
04 - Concluindo o Serviço
Assim que receberam a noticia do
assassinato de Eloíse, os investigadores seguiram a
às pressas para o hospital a
qual a vítima estava internada. Chegando lá, várias viaturas isolavam o local
para preservar a cena do crime intacta. João; o pai de Eloíse; chorava escorado
em uma parede próxima da recepção, e era consolado por uma mulher um pouco mais
jovem do que ele, mas que também estava com marcas no rosto de uma pessoa
que recentemente havia chorado muito. Os investigadores passaram direto para a cena
do crime, e ao entrar se depararam com um corpo em cima da cama todo ensanguentado.
Havia saído sangue por todos os orifícios do corpo daquela jovem, e seus olhos
estavam abertos. Vários peritos examinavam o locam enquanto outros tiravam
fotos. Cristian aproximou-se da vitima e encarou os olhos arregalados dela. Então
um dos peritos se aproximou de Cristian e começou a conversar com ele.
_ Morte terrível essa dela.
_ De varias coisas estranhas nessa cena de
crime, uma me chamou mais atenção. - Disse Cristian ainda encarando Eloíse.
_ O que é mais estranho para você?
_ Se a vitima estava em coma, como ela
morreu de olhos abertos?
_ Ela havia acordado minutos antes de
morrer.
_ É muito azar alguém acordar de um coma e
acabar sendo brutalmente assassinada. - Falou Cristian indo para o outro lado
da cama.
_ O coma dela era induzido! - Afirmou o
perito. - Você não sabia?
Cristian escondeu sua expressão de surpresa e se
afastou sem falar mais nada, enquanto o perito voltava a coletar prováveis
pistas do crime. Sabrina se aproximou de Cristian, que informou para a
investigadora essa nova informação.
_ Por qual motivo o pai de Eloíse nos escondeu
isso? - Disse Sabrina coçando a cabeça. - E outra coisa estranha. Por que ele não
me ligou para pedir socorro? - Ela andava em direção à porta do quarto e
continuava dizendo. - Vou perguntar para João isso agora mesmo.
Sabrina foi para a entrada; local este
onde João se encontrava quando ela chegou; mas ele não estava mais lá. Então se
aproximando da recepcionista que estava atrás do balcão, ela questionou:
_ Você saberia me informar onde se encontra
o senhor que estava aqui chorando há alguns minutos?
_ O senhor João? - Perguntou a recepcionista. - O pai da jovem assassinada?
_ Isso! É ele mesmo. - Afirmou Sabrina
ansiosa pela resposta. - Você sabe onde ele está?
_ Ele acabou de sair com a esposa. - Disse
a recepcionista com muita tranqüilidade. - Se vocês correrem, talvez ainda consigam alcançá-los no estacionamento.
_ Obrigada! - Disse Sabrina para a
recepcionista. Olhando para Cristian, ela continuou falando. - Temos que nos
apressar.
_ Vai você. - Disse o investigador
apontando a direção da saída com a mão. - Vou investigar outro local.
_ Como quiser.
Cristian foi para um lado e Sabrina seguiu
para a área do estacionamento onde o carro de João estava estacionado. A investigadora
viu uma mulher acabando de entrar em um carro, e antes que ela não conseguisse alcançar
aquele veículo, a jovem policial saiu correndo e ficou na frente do casal, impedindo
a saída. Abrindo a porta do carro, João saiu com o tom de voz alterado.
_ Mais o que você acha que está fazendo? Por
que você não foi atrás do assassino da minha filha?
_ Nós fomos atrás do suspeito, mas não o
encontramos.
_ Claro que não o encontraram. Ele esteve
aqui no hospital.
_ Se ele esteve aqui, por qual razão você não
me ligou imediatamente? - Sabrina olhava fixamente nos olhos de João. - Por que
o senhor não nos disse que o estado de coma de sua filha era induzido?
_ Não bastasse minha filha ter sido
submetida a um procedimento daquele, vocês ainda queriam perturbá-la com
perguntas?
_ Sabemos que é um incômodo, mas é o nosso
trabalho. - Ela respirou fundo e segurou a emoção ao ver as lágrimas descerem
do rosto do pai de Eloíse quando ele falava dela. - Por que não me ligou?
_ Quando eu vi Miguel Matarazzo nesse
hospital, a única coisa que veio em minha cabeça foi chamar a segurança daqui. Esse
foi o meu erro. Minha filha ficou sozinha nesse pequeno espaço de tempo, mas
foi o suficiente para que ele pudesse matá-la.
_ Quanto tempo ela ficou sozinha? O senhor o viu entrando no quarto dela?
_ Ela ficou sozinha dez minutos no máximo.
- Ele soluçava enquanto falava. - Eu não o vi dentro do quarto, mas ele estava
no hospital, isso pra mim já foi o suficiente.
_ Muito obrigada pelas informações. Vamos atrás
dele novamente agora mesmo!
Sabrina voltava para a recepção do
hospital quando viu Cristian falando ao telefone.
_ Está falando com quem?
A investigadora se calou quando o garoto
esticou a mão para que ela parasse de falar. Ele conversou mais um pouco e então
desligou o celular.
_ Miguel esteve aqui! - Disseram os dois
simultaneamente.
_ Temos que ir atrás dele.
_ Eu falava com o delegado. Adiantei as informações
para que ele pudesse requisitar um mandado de prisão com o juiz.
_ Não temos provas que farão o juiz expedir
um mandado de prisão. - Falou Sabrina com ar de superioridade e convicção do
que dizia.
_ Pelo contrário. - Disse Cristian
sorrindo. - Eu peguei uma cópia das gravações das câmeras de segurança daqui do
hospital, e elas colocam Miguel Matarazzo na cena do crime.
_ Muito bem garoto! - Ela sorriu e deu um
soco leve no braço dele. - Então vamos prendê-lo agora mesmo, pois o mandado de
prisão e só uma questão de tempo.
Os dois andaram rapidamente até a viatura, e de lá seguiram para a casa de Miguel Matarazzo. Os investigadores chegaram bem rápido na residência do suspeito, mas como da primeira vez, ele não estava lá.
_ Acredito que ele fugiu! - Afirmou Cristian. - Ou deve estar escondido em algum lugar.
Cristian pegou o celular e discou para a delegacia. E em alguns segundos, alguém atendeu.
_ Central!
_ Aqui é o investigador Cristian Fernandes, estou informando que estamos de campana no endereço residencial de Miguel Matarazzo; suspeito de ser o assassino no caso de homicídio de Eloíse. - Ele respirou um pouco e depois continuou. - A qualquer momento poderemos solicitar reforços.
_ Entendido Cristian. Já estou repassando a informação para o delegado responsável por este caso. - Ele digitava alguma coisa, pois era possível ouvir o barulho de teclas sendo acionadas. - Deseja mais alguma coisa?
_ Não. Obrigado!
Os investigadores permaneceram ali parados observando por muito tempo. Quando já era de madrugada, eles revezaram no carro um período de cochilo, para que não dormisse os dois ao mesmo tempo e perdesse uma oportunidade de prisão. Por volta das quatro e vinte da madrugada, Cristian; o responsável pela vigília da hora; notou alguém entrando pela porta dos fundos da residência do suspeito. Imediatamente ele acordou Sabrina, que mandou que ele esperasse para ver o que aquele homem iria fazer. Cerca de vinte minutos depois, o homem que havia entrado na casa, saía com uma mochila nas costas.
_ Vamos prendê-lo? - Perguntou Cristian.
_ Não! - Falou Sabrina. - Vamos segui-lo. Acredito que ele nos levará até o nosso suspeito.
Os investigadores seguiam silenciosamente o alvo, e muitos metros distante da casa de Miguel, aquele homem monta em uma moto e sai rapidamente do local. Sabrina acelerou o veículo e começou uma perseguição de forma discreta, e cinco quarteirões depois de onde estavam, a moto pára e o perseguido desce. Ele olha ao redor e entra em uma casa sem muros.
_ Vou descer e observar. Vou tentar ver se o Miguel está na casa.
_ Você acha que conseguirá reconhecê-lo? - Questionou Sabrina.
_ Vou sim. Tenho uma memória fotográfica. - Disse Cristian sacando a arma do seu coldre. - Depois que o vi na gravação da câmera do hospital, não há mais como esquecer daquela fisionomia. - Concluiu o garoto descendo do carro com a arma em punho.
Sabrina permanecia no carro, mas também segurava sua pistola em ponto de disparo rápido. O investigador chegou com calma e agachado; ele olhou com cuidado pela janela da frente, mas não conseguiu ver nada. Então se movendo com cuidado para uma segunda janela na lateral da casa, ele pôde avistar o homem que eles perseguiram entregando a mochila para Miguel Matarazzo. Ele permaneceu observado, e o suspeito abriu a mochila, e dela retirou várias roupas e uma pistola cromada. Isso foi o suficiente para que Cristian retornasse para a viatura descaracterizada com mais cuidados do que havia entrado nos cercos da propriedade. Quando Cristian se aproximava de Sabrina, ele já estava com o celular no ouvido e esperava uma ligação ser completada.
_ Central! - Disse alguém quando atendeu a chamada de Cristian.
_ Aqui é o investigador Cristian Fernandes. Em um minuto enviarei por SMS o endereço da residência onde Miguel Matarazzo está escondido. Precisamos de reforços urgente, pois ele está armado e com aliado. - Ele fez uma pausa, pensou se tinha mais alguma coisa mais pra falar e continuou. - Sabe me informar se o mandado de prisão dele foi expedido?
_ Sim! Estamos com o mandado aqui na delegacia. - Fez-se silêncio, e mais uma vez som de teclas. - Acabo de repassar seu pedido de reforço. Três viatura nossas estão a caminho. - Silêncio novamente. - Uma viatura da polícia militar está próximo de vocês e também já está a caminho. Mais alguma coisa?
_ Não! Estamos aguardando no local. Quando vocês chegarem já serão mais de seis horas da manhã, e com isso poderemos invadir a casa imediatamente.
Não durou cinco minutos e a viatura da polícia militar chegou com as sirenes e giroflex desligados, e parou ao lado dos investigadores. Cerca de dez minutos depois da chegada da PM, as viaturas da civil chegaram. Rapidamente combinaram a invasão e começaram a dar prosseguimento no plano.
***
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