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quarta-feira, 26 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 04 - Concluindo o Serviço



     Assim que receberam a noticia do assassinato de Eloíse, os investigadores seguiram a
às pressas para o hospital a qual a vítima estava internada. Chegando lá, várias viaturas isolavam o local para preservar a cena do crime intacta. João; o pai de Eloíse; chorava escorado em uma parede próxima da recepção, e era consolado por uma mulher um pouco mais jovem do que ele, mas que também estava com marcas no rosto de uma pessoa
que recentemente havia chorado muito. Os investigadores passaram direto para a cena do crime, e ao entrar se depararam com um corpo em cima da cama todo ensanguentado. Havia saído sangue por todos os orifícios do corpo daquela jovem, e seus olhos estavam abertos. Vários peritos examinavam o locam enquanto outros tiravam fotos. Cristian aproximou-se da vitima e encarou os olhos arregalados dela. Então um dos peritos se aproximou de Cristian e começou a conversar com ele.
     _ Morte terrível essa dela.
     _ De varias coisas estranhas nessa cena de crime, uma me chamou mais atenção. - Disse Cristian ainda encarando Eloíse.
     _ O que é mais estranho para você?
     _ Se a vitima estava em coma, como ela morreu de olhos abertos?
     _ Ela havia acordado minutos antes de morrer.
     _ É muito azar alguém acordar de um coma e acabar sendo brutalmente assassinada. - Falou Cristian indo para o outro lado da cama.
     _ O coma dela era induzido! - Afirmou o perito. - Você não sabia?
     Cristian escondeu sua expressão de surpresa e se afastou sem falar mais nada, enquanto o perito voltava a coletar prováveis pistas do crime. Sabrina se aproximou de Cristian, que informou para a investigadora essa nova informação.
     _ Por qual motivo o pai de Eloíse nos escondeu isso? - Disse Sabrina coçando a cabeça. - E outra coisa estranha. Por que ele não me ligou para pedir socorro? - Ela andava em direção à porta do quarto e continuava dizendo. - Vou perguntar para João isso agora mesmo.
     Sabrina foi para a entrada; local este onde João se encontrava quando ela chegou; mas ele não estava mais lá. Então se aproximando da recepcionista que estava atrás do balcão, ela questionou:
     _ Você saberia me informar onde se encontra o senhor que estava aqui chorando há alguns minutos?
     _ O senhor João? - Perguntou a recepcionista. - O pai da jovem assassinada?
     _ Isso! É ele mesmo. - Afirmou Sabrina ansiosa pela resposta. - Você sabe onde ele está?
     _ Ele acabou de sair com a esposa. - Disse a recepcionista com muita tranqüilidade. - Se vocês correrem, talvez ainda consigam alcançá-los no estacionamento.
     _ Obrigada! - Disse Sabrina para a recepcionista. Olhando para Cristian, ela continuou falando. - Temos que nos apressar.
     _ Vai você. - Disse o investigador apontando a direção da saída com a mão. - Vou investigar outro local.
    _ Como quiser.
     Cristian foi para um lado e Sabrina seguiu para a área do estacionamento onde o carro de João estava estacionado. A investigadora viu uma mulher acabando de entrar em um carro, e antes que ela não conseguisse alcançar aquele veículo, a jovem policial saiu correndo e ficou na frente do casal, impedindo a saída. Abrindo a porta do carro, João saiu com o tom de voz alterado.
     _ Mais o que você acha que está fazendo? Por que você não foi atrás do assassino da minha filha?
     _ Nós fomos atrás do suspeito, mas não o encontramos.
     _ Claro que não o encontraram. Ele esteve aqui no hospital.
     _ Se ele esteve aqui, por qual razão você não me ligou imediatamente? - Sabrina olhava fixamente nos olhos de João. - Por que o senhor não nos disse que o estado de coma de sua filha era induzido?
     _ Não bastasse minha filha ter sido submetida a um procedimento daquele, vocês ainda queriam perturbá-la com perguntas?
     _ Sabemos que é um incômodo, mas é o nosso trabalho. - Ela respirou fundo e segurou a emoção ao ver as lágrimas descerem do rosto do pai de Eloíse quando ele falava dela. - Por que não me ligou?
     _ Quando eu vi Miguel Matarazzo nesse hospital, a única coisa que veio em minha cabeça foi chamar a segurança daqui. Esse foi o meu erro. Minha filha ficou sozinha nesse pequeno espaço de tempo, mas foi o suficiente para que ele pudesse matá-la.
     _ Quanto tempo ela ficou sozinha? O senhor o viu entrando no quarto dela?
     _ Ela ficou sozinha dez minutos no máximo. - Ele soluçava enquanto falava. - Eu não o vi dentro do quarto, mas ele estava no hospital, isso pra mim já foi o suficiente.
     _ Muito obrigada pelas informações. Vamos atrás dele novamente agora mesmo!
     Sabrina voltava para a recepção do hospital quando viu Cristian falando ao telefone.
     _ Está falando com quem?
     A investigadora se calou quando o garoto esticou a mão para que ela parasse de falar. Ele conversou mais um pouco e então desligou o celular.
     _ Miguel esteve aqui! - Disseram os dois simultaneamente.
     _ Temos que ir atrás dele.
     _ Eu falava com o delegado. Adiantei as informações para que ele pudesse requisitar um mandado de prisão com o juiz.
     _ Não temos provas que farão o juiz expedir um mandado de prisão. - Falou Sabrina com ar de superioridade e convicção do que dizia.  
     _ Pelo contrário. - Disse Cristian sorrindo. - Eu peguei uma cópia das gravações das câmeras de segurança daqui do hospital, e elas colocam Miguel Matarazzo na cena do crime.
     _ Muito bem garoto! - Ela sorriu e deu um soco leve no braço dele. - Então vamos prendê-lo agora mesmo, pois o mandado de prisão e só uma questão de tempo.
     Os dois andaram rapidamente até a viatura, e de lá seguiram para a casa de Miguel Matarazzo. Os investigadores chegaram bem rápido na residência do suspeito, mas como da primeira vez, ele não estava lá.
     _ Acredito que ele fugiu! - Afirmou Cristian. - Ou deve estar escondido em algum lugar.
   
 _ Vou esconder a viatura, e vamos ficar aqui de campana. - Ela saiu com o veículo e parou em um local mais afastado, mas que dava para ver toda a movimentação das entradas da casa de Miguel. - Se nas próximas horas nada acontecer, temos que mudar de estratégia.
     Cristian pegou o celular e discou para a delegacia. E em alguns segundos, alguém atendeu.
     _ Central!
     _ Aqui é o investigador Cristian Fernandes, estou informando que estamos de campana no endereço residencial de Miguel Matarazzo; suspeito de ser o assassino no caso de homicídio de Eloíse. - Ele respirou um pouco e depois continuou. - A qualquer momento poderemos solicitar reforços.
     _ Entendido Cristian. Já estou repassando a informação para o delegado responsável por este caso. - Ele digitava alguma coisa, pois era possível ouvir o barulho de teclas sendo acionadas. - Deseja mais alguma coisa?
     _ Não. Obrigado!
     Os investigadores permaneceram ali parados observando por muito tempo. Quando já era de madrugada, eles revezaram no carro um período de cochilo, para que não dormisse os dois ao mesmo tempo e perdesse uma oportunidade de prisão. Por volta das quatro e vinte da madrugada, Cristian; o responsável pela vigília da hora; notou alguém entrando pela porta dos fundos da residência do suspeito. Imediatamente ele acordou Sabrina, que mandou que ele esperasse para ver o que aquele homem iria fazer. Cerca de vinte minutos depois, o homem que havia entrado na casa, saía com uma mochila nas costas.
     _ Vamos prendê-lo? - Perguntou Cristian.
     _ Não! - Falou Sabrina. - Vamos segui-lo. Acredito que ele nos levará até o nosso suspeito.
     Os investigadores seguiam silenciosamente o alvo, e muitos metros distante da casa de Miguel, aquele homem monta em uma moto e sai rapidamente do local. Sabrina acelerou o veículo e começou uma perseguição de forma discreta, e cinco quarteirões depois de onde estavam, a moto pára e o perseguido desce. Ele olha ao redor e entra em uma casa sem muros.
     _ Vou descer e observar. Vou tentar ver se o Miguel está na casa.
     _ Você acha que conseguirá reconhecê-lo? - Questionou Sabrina.
     _ Vou sim. Tenho uma memória fotográfica. - Disse Cristian sacando a arma do seu coldre. - Depois que o vi na gravação da câmera do hospital, não há mais como esquecer daquela fisionomia. - Concluiu o garoto descendo do carro com a arma em punho.
     Sabrina permanecia no carro, mas também segurava sua pistola em ponto de disparo rápido. O investigador chegou com calma e agachado; ele olhou com cuidado pela janela da frente, mas não conseguiu ver nada. Então se movendo com cuidado para uma segunda janela na lateral da casa, ele pôde avistar o homem que eles perseguiram entregando a mochila para Miguel Matarazzo. Ele permaneceu observado, e o suspeito abriu a mochila, e dela retirou várias roupas e uma pistola cromada. Isso foi o suficiente para que Cristian retornasse para a viatura descaracterizada com mais cuidados do que havia entrado nos cercos da propriedade. Quando Cristian se aproximava de Sabrina, ele já estava com o celular no ouvido e esperava uma ligação ser completada.
     _ Central! - Disse alguém quando atendeu a chamada de Cristian. 
     _ Aqui é o investigador Cristian Fernandes. Em um minuto enviarei por SMS o endereço da residência onde Miguel Matarazzo está escondido. Precisamos de reforços urgente, pois ele está armado e com aliado. - Ele fez uma pausa, pensou se tinha mais alguma coisa mais pra falar e continuou. - Sabe me informar se o mandado de prisão dele foi expedido?
     _ Sim! Estamos com o mandado aqui na delegacia. - Fez-se silêncio, e mais uma vez som de teclas. - Acabo de repassar seu pedido de reforço. Três viatura nossas estão a caminho. - Silêncio novamente. - Uma viatura da polícia militar está próximo de vocês e também já está a caminho. Mais alguma coisa?
     _ Não! Estamos aguardando no local. Quando vocês chegarem já serão mais de seis horas da manhã, e com isso poderemos invadir a casa imediatamente.
     Não durou cinco minutos e a viatura da polícia militar chegou com as sirenes e giroflex desligados, e parou ao lado dos investigadores. Cerca de dez minutos depois da chegada da PM, as viaturas da civil chegaram. Rapidamente combinaram a invasão e começaram a dar prosseguimento no plano.
*** 


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