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quinta-feira, 27 de março de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 6 - Cumprindo Com o Dever

     

     Antes que Sabrina resolvesse para onde deveria ir, ela pegou o celular e ligou de volta para a delegacia em um ramal específico!
     _ CPD. - Disse a pessoa do outro lado da linha.
     _ Fred, sou eu!
     _ O que você deseja Sa?
     _ O novato foi atingido hoje. Ele foi levado para um hospital, mas não sei para qual. - Ela respirou fundo e tentou esconder a culpa que sentia. - Entre em contato com o SAMU e pergunte a eles para qual hospital levaram o Cristian.
     _ Sério? - Disse Fred dando uma gargalhada do outro lado da linha enquanto digitava alguma coisa. - Que garoto sortudo! Logo no primeiro caso, ele toma um tiro!
     _ Deixa de besteira Frederico. - Falou Sabrina irritada. - Procura o hospital que ele foi levado e me liga de volta aqui.
     _ Calma, só estou brincando. - Ele continuava digitando. - Qual é o nome dele?
     _ Acho que é Cristian Fernandes. Se tiver mais algum nome eu não sei dizer. - Ela pausou. - Procura ai, você trabalha em um centro de dados. Vai ser fácil. - Ela concluiu desligando o celular.
     Antes que ela guardasse o celular no bolso, o aparelho toca novamente. Ela leva diretamente ao ouvido sem mesmo olhar quem ligava.
     _ Fala Fred!
     _ Quem? - Falou a pessoa do outro lado. - Não é o Fred não. Aqui é o Dr. Roberto.
     _ Ah desculpe doutor. Eu estou esperando uma ligação do Frederico.
     _ Tudo bem. - Ele fez silêncio por alguns segundos e depois continuou. - Sabrina, preciso de vocês aqui agora! Há uma nova vítima relacionada ao caso em que estamos responsáveis.
     _ Dr. Roberto, o Cristian foi atingido na nossa invasão à casa onde Miguel Matarazzo estava escondido.
     _ Nossa, que pena! Ele está bem? Para qual hospital ele foi levado?
     _ Era essa a informação que eu estava esperando de Frederico.
     _ Você não sabe para onde ele foi levado?
     _ Não! - Ela segurou a raiva na garganta. - Quando ele foi atendido pelo SAMU, eu estava investigando um dinheiro que estava enterrado no quintal da casa. - Ela respirou tentando se acalmar. - Não sei se já avisaram o senhor, mas estamos suspeitando que Miguel Matarazzo está envolvido nos assaltos na região leste da cidade.
     _ Ele foi conduzido até à delegacia?
     _ Foi sim. Eu estava pensando em ir interrogá-lo.
     _ Não, deixe a oitiva para depois. - Falou Roberto com voz firme. - Preciso de você aqui agora.
     _ Tudo bem doutor, já estou à caminho!
     Ela acabava de desligar o celular, e o aparelho toca novamente.
     _ Fala Fred!
     _ Encontrei o seu parceiro. Ele foi levado para o mesmo hospital que a vítima do seu caso estava internada.
     _ Valeu Fred! - Ela falou sorrindo. - Fico te devendo mais essa.
     _ Falar em ficar devendo, quero saber que hora podemos nos encontrar!
     _ Não sei mesmo. - Ela revirava os olhos enquanto falava. - Estou ocupada nesse novo caso. Nem dormi ainda, estou desde ontem focada nesse homicídio. - Ela respirou para descansar a fala. - E pra piorar, agora apareceu mais uma vítima.
     _ E você vai embora que horas?
     _ Vou atender ao chamado de Dr. Roberto agora, e depois vou para casa dormir um pouco.
     _ Tudo bem então. Nos falamos depois.

     
     Cerca de quarenta minutos depois, Sabrina chega à nova cena do crime. A primeira pessoa que ela viu foi o delegado que a aguardava. A investigadora foi direto ao local onde o corpo foi encontrado, mas ele já havia sido removido.
     _ Onde está o corpo doutor?
     _ Está dentro do veículo de remoção. Você quer dar uma olhada nele?
     _ Sim! - Ela sorriu. - Não sou legista, mas queria tirar as minhas próprias conclusões.
     _ Tudo bem. Siga-me.
     Sabrina andou até o veículo de remoção, puxou o corpo que estava embalado em um saco preto, e abriu o zíper. Ela encarou a nova vítima procurando por alguma coisa em comum que ligasse ela à primeira vítima. Aquela mulher tinha um corte profundo no pescoço por onde havia saído muito sangue, e nos ouvidos, olhos, boca e narinas havia manchas de sangue. A investigadora correu os olhos pelo resto do corpo da vítima, e não viu nada que chamasse a atenção dela. Então dando por satisfeita, ela volta-se para delegado.
     _ Doutor, qual era o nome dela? Onde está a pasta com as informações sobre essa vítima?
     _ O nome dela era Larissa. Tinha trinta e quatro anos e trabalhava nessa lanchonete. - Ele olhava para Sabrina enquanto falava. - O restante das informações precisam ser levantadas.
     _ E quem levantará essas informações?
     _ Quem você acha? - Disse o delegado sorrindo. - Certamente será você. Pois você pediu para estar nesse caso, agora você tem que terminar o que começou.
     _ Mas doutor, eu não durmo desde ontem. Preciso descansar um pouco!
     _ Conclua a coleta de informações aqui, e pode ir para casa.
     Sabrina preferiu não questionar, apenas aceitou fazendo um sinal com a cabeça. Ela pegou um bloco de anotações e uma caneta, saiu em direção à lanchonete e entrou olhando para os funcionários que estavam assustados em um canto atrás do balcão. Havia um homem e uma mulher que conversavam entre si, mas se calaram quando Sabrina se aproximou.
     _ Bom dia! - Falou a investigadora para os funcionários. - Meu nome é Sabrina e eu sou a
investigadora responsável por esse caso. Gostaria de fazer algumas perguntas. - Ela abriu o bloco de anotações e destampou a caneta. - Tudo bem para vocês?
     _ Sim! Disse o homem olhando para a outra garçonete.
     _ Tinha muito tempo que Larissa trabalhava aqui?
     _ Sim.
     _ Sabem me informar o nome completo dela? Onde e ou com quem ela morava? Se tinha namorado ou algum inimigo.
     _ Ela se chamava Larissa Boaventura. - Falou o garçom. - Ela era minha namorada e morava comigo! Acredito que ela não tinha inimigos, pois ela era muito querida por todos.
     _ Interessante. - Falou Sabrina. - Qual é o seu nome?
     _ Meu nome é Rafael. Rafael Lima.
     _ Rafael, vocês viram alguém com atitudes suspeitas aqui ontem?
     _ Ontem eu estava de folga! Estranhei que deu o horário da Larissa chegar, mas ela não chegava. Esperei mais algum tempo, até que liguei para Diana. Então ela me falou que Larissa tinha ficado aqui para fechar a lanchonete. Sendo assim eu vim para procurar por ela. Quando cheguei, a lanchonete estava com a porta da frente fechada, então vim direto para os fundos, pois os funcionários entram e saem por aqui, e quando aproximei da porta, vi uma mancha de sangue na tampa da caçamba de lixo. - Ele pausou e respirou fundo para segurar a emoção. - Então quando eu aproximei da lixeira, eu vi... - Ele engasgou com o choro. - Eu a vi lá dentro toda ensanguentada. Depois disso chamei a polícia.
     _ Isso foi por volta de que horas?
     _ A hora que ela morreu?
     _ Não. Até porque você não saberia informar a hora da morte dela. - Disse a policial. - Quero saber a hora que você a encontrou na caçamba de lixo.
     _ Eram por volta de uma da madrugada.
     _ Qual o horário que essa lanchonete costuma fechar?
     _ A lanchonete fecha às vinte e três horas. Ela costumava chegar em casa por volta das vinte e três e trinta para meia noite.
     _ Certo. - Disse a investigadora enquanto escrevia. - Você comentou o nome de uma Diana. Quem é essa Diana?
     _ Diana sou eu. - Falou a garçonete que estava do lado de Rafael.
     _ Quando você saiu, viu alguém suspeito ou com atitudes suspeitas aqui na lanchonete?
     _ Não! Tudo estava como todos os dias. Não vi nada demais que viesse chamar a minha atenção.
     _ Só mais algumas perguntas! - Disse Sabrina olhando para Rafael. - Você já informou para os pais dela? Sabe onde eles moram?
     _ Não tive coragem de informá-los. - Ele disse de cabeça baixa tentando esconder a vergonha que sentia. - E sei sim onde eles moram.
     _ Você poderia anotar para mim o endereço da residência deles?
     _ Posso sim! - Disse Rafael pegando um pedaço de guardanapo, retirando uma caneta do bolso do uniforme, e anotando o endereço para Sabrina. - Pronto! Está aqui.
     _ Obrigada! - Disse Sabrina entregando para cada um deles um cartão com o número do celular dela. - Qualquer coisa que lembrarem ou achar que devem me contar, liguem para esse número!
     _ Pode deixar. - Completou o garçom se afastando em direção ao banheiro.
     Sabrina saiu da lanchonete guardando o endereço no bolso calça. Ela olhou ao redor procurando por alguma coisa que viesse a ajudá-la em mais alguma coisa, e dando por satisfeita, ela seguiu em direção à viatura descaracterizada que ela costumava andar. Ela destravou o alarme do carro, abriu a porta, e quando ia entrar, ela ouve alguém falando com ela.
     _ Já vai?
     Sabrina estremeceu dos pés à cabeça quando reconheceu aquela voz que vinha de trás dela. A investigadora se virou rapidamente e sorriu ao encarar seu parceiro, que estava de pé em sua frente, encarando-a e sorrindo de volta.
     _ Mas como...?
     _ Como eu estou aqui de pé e bem? - Cristian disse interrompendo a parceira. - Por pura sorte. - Ele sorriu. - Muita sorte mesmo. 
     _ O que aconteceu? Me diga!
     _ O projétil que saiu da arma do Miguel, atingiu o celular que estava no bolso da minha camisa. - Ele pegava no peito enquanto falava. - O celular parou quase por completo a trajetória do projétil.
     _ Mas eu vi você ensanguentado! - Falou Sabrina parecendo não acreditar naquela história.
     _ Uma pequena ponta do projétil rasgou a superfície da minha pele. Por isso saiu sangue. - Ele abriu a camisa ainda ensanguentada e mostrou um curativo que fora feito no hospital. - Já fui medicado e recebi um excelente tratamento. Estou pronto para continuar com nosso caso. - Ele agora fechava a camisa.
     _ Você precisa descansar. - Ela calou-se e esperou ele falar algo, mas Cristian não disse nada. - Na verdade precisamos descansar.
     _ Iremos, mas primeiro precisamos coletar algumas informações que ainda faltam.
     _ Era justamente isso que eu ia fazer! - Disse Sabrina retirando do bolso da calça o guardanapo com o endereço dos pais de Larissa. - Eu ia nesse endereço informar aos pais da vítima a morte da filha, e fazer algumas perguntas.
     _ Certo. Iremos lá também. Mas antes precisamos coletar algo aqui mesmo!
     _ Aqui? - Questionou a investigadora confusa. - Aqui onde?
     _ Ali! - Disse Cristian apontando para uma loja de empréstimos do outro lado da rua.
     Depois que Cristian disse isso, foi que Sabrina avistou duas câmeras posicionadas na faxada da loja.
     _ Você acha que elas filmaram alguma coisa desse lado?
     _ Pela posição em que elas estão. - Dizia Cristian. - Acredito que tenham gravado alguma coisa na frente da lanchonete.
     _ Então não vamos perder mais tempo! - Disse Sabrina guardando o guardanapo novamente. - Vamos olhar aquelas gravações.
     _ Então vamos. - Concluiu o investigador atravessando a rua com a parceira.
***


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