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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 16 - Duas Vítimas... Um Só Sangue



     O filme começava a passar, e os três investigadores encaravam a tela na expectativa do que viria pela frente. Não demorou muito após o início do filme, para que todos tivessem a certeza de que João Salomão era realmente o chefe da quadrilha que fazia os assaltos na área leste da cidade.  O DVD tinha cerca de dez minutos de gravação, mas  eram claras o suficiente para fazer qualquer juiz expedir um mandado de prisão. Sabrina pegou o DVD, levou até Dr. Roberto, que após ver o que tinha na mídia, montou o processo e apresentou ao juiz que expediu o mandado de prisão contra João Salomão. Esse processo inteiro levou todo o restante do dia. Antes que desse o fim do expediente, João Salomão chegava na delegacia algemado e conduzido por dois investigadores responsáveis pelo caso dos assaltos. Quando ele passava por Sabrina, ele a encarou e então disse.
     _ Eu posso ter sido preso. Mas isso não tira de mim o direito de cobrar a prisão do assassino de minha filha. - Agora ele encarava Cristian e Mirella. - Soube que Miguel Matarazzo fugiu. Por favor, descubram onde ele está e prendam-no. Minha filha precisa ser vingada.
     Os investigadores levaram João para a cela, enquanto Sabrina, Cristian e Mirella iam embora para casa. Sabrina foi embora no carro dela, olhando o tempo todo pelo retrovisor do veículo para ter certeza que não estava sendo seguida. Enquanto Mirella ia embora com o Cristian, que acabava de parar na porta da casa dela. Antes que ela saísse, Cristian colocou a mão na coxa da novata; olhou no fundo dos olhos da investigadora; aproximou os lábios no ouvido dela, e com voz sexy ele disse.
     _ Posso entrar pra te fazer companhia?
     Mirella por sua vez colocou a mão por cima da mão de Cristian; olhou para ele de volta; aproximou os lábios do rosto dele; deu um beijo na face do garoto e então perto do ouvido ela disse.
     _ Não safadinho! De jeito nenhum. - Ela dizia retirando a mão do garoto da coxa dela. - Sei que você é apaixonado por Sabrina, e eu não quero fazer parte desse joguinho. - Ela concluiu saindo do carro e fechando a porta.
     De certa forma Cristian não ficou com raiva por ter tomado um fora. Então ele seguiu para casa pensando no que Mirella acabara de lhe falar.



     O celular de Cristian tocou na madrugada. Eram por volta das quatro e doze quando ele
conseguiu despertar do sono e finalmente atender a chamada.
     _ Cristian, por que demorou tanto para atender?
     _ O que foi Sabrina, por que me liga a uma hora dessas?
     _ Acorda garoto. Vou mandar um endereço via SMS para o seu celular, venha agora para ele.
     _ Por que eu faria isso?
     _ Porque o assassino fez uma nova vítima. Só por isso.
     _ Me aguarde aí. Já estou chegando.
     _ Não esqueça de passar na casa da Mirella para pegá-la.
     _ Tudo bem.
     Trinta e cinco minutos depois, Cristian e Mirella desciam do carro e iam ao encontro de Sabrina. A investigadora estava na garagem coberta de uma casa murada, em pé, ao lado de um carro com porta aberta, e um corpo todo ensanguentado de mulher jogado no chão. Sabrina fazia anotações em uma bloco de anotações, enquanto alguns peritos tiravam fotos e estudavam como poderia ter ocorrido a morte. Cristian se aproximou de Sabrina e foi logo perguntando.
     _ O que temos aqui?
     _ Laura Lima. Branca, olhos azuis, cabelos louros. Aproximadamente um metro e sessenta e cinco; tinha trinta anos; trabalhava no Banco Mundial e morava com os pais. Foi esfaqueada no coração; e como as demais; sangue escorreram de todos os orifícios do corpo dela. Foi morta na porta de casa por volta das duas e cinco conforme a opinião dos peritos.
     _ Onde estão os pais dela? - Mirella questionou.
     _ Estão dentro da casa em estado de choque.
     _ E onde eles estavam quando a filha foi assassinada dentro da garagem, no exato momento que ela saía do carro. - Foi o que Cristian disse avaliando a cena do crime. - Estavam dormindo. 
     _ Dormindo? - Cristian perguntou surpreso. - Eles não ouviram ela gritando não?
     _ Acho bom a gente  ir falar com eles. - Disse Sabrina abaixando-se e olhando o corpo da jovem de perto e depois seguindo com os parceiros.
     Cristian, Mirella e Sabrina entraram na casa e logo de cara viram um homem de aproximadamente cinquenta pra cinquenta e cinco anos consolando uma mulher de aproximadamente quarenta e cinco pra cinquenta. Eles se aproximaram calmamente e se apresentaram para o casal. A mulher não conseguia se mover, estava paralisada em completo estado de choque. Já o homem os saldou.
     _ Bom dia, qual o nome do senhor?
     _ Meu nome é Jorge Lima, e essa aqui é Maria Lima, minha esposa. Ela não consegue falar pelo fato de estar chocada com o que aconteceu.
     _ Sr. Jorge,queremos fazer algumas perguntas. - Disse Sabrina.
     _ Tudo bem policial.
     _ Onde vocês estavam quando isso aconteceu?
     _ Estávamos dormindo. - Ele olhava para a esposa. - Nós dois sofremos de insônia, por esse motivo tomamos um forte medicamento para dormirmos.
     _ Vocês não ouviram ou viram nada do que aconteceu aqui?
     _ Não! Devido aos remédios como eu disse.
     _ Qual foi o horário que vocês perceberam o crime?
     _ Foi algum de vocês que chamou a polícia? - Cristian perguntou interrompendo Sabrina.
     _ Foi algum vizinho que chamou. Nós fomos acordados por um policial.
     _ Entendo. - Disse Sabrina. - Vejo que esse remédio é mesmo forte. - Laura tinha algum namorado? O que ela fazia tão tarde na rua? Sabe onde ela estava?
     _ Ela não tinha namorado! - Ele enxugava os olhos. - Pelo menos até onde eu saiba. Laura tinha ido a uma festa com as amigas. - Ele ficou um pouco desnorteado enquanto falava. - Por que fizeram isso com minha filha? Quem fez isso a ela?
     _ O senhor conhece alguém que talvez possa ter feito isso a ela?
     _ Não policial. Não conheço ninguém!
     _ Vocês tem empregadas, ou alguém que tinha acesso livre à casa?
     _ Não temos empregadas. - Afirmou Jorge.
     _ Jardineiro. - Disse Maria subitamente. - Temos um jardineiro.
     _ É verdade, há dois meses contratamos um jardineiro para cuidar das plantas. Ele vem duas vezes no mês.
     _ Por acaso o nome dele não é Guilherme não né? - Sabrina perguntou ansiosa pela resposta.
     _ Não. o nome do jardineiro é Marcelo. - Ele fez uma expressão de alguém que tentava lembrar de alguma coisa. - Isso mesmo. Marcelo. 
     _ Vocês tem o endereço desse Marcelo? 
     _ Não. Nós fizemos um acordo de boca. - Dizia Jorge. - Ele vem, faz o serviço, pagamos ele, e então ele vai embora.
     _ Vocês não tem nem o número do celular dele? - Sabrina perguntou olhando para Jorge.
     _ Não. Não pedimos.
     Cristian se aproximou de Sabrina e falou algo no ouvido dela. Assim que o investigador acabara de falar com a parceira, ela pegou o próprio celular, selecionou uma foto e mostrou para Jorge.
     _ Sr. Jorge, por acaso este que é o Marcelo, seu jardineiro?
     O homem olhou para o celular e afastou bastante dos olhos. Olhou forçando a visão tentando enxergar a imagem que estava no celular, então ele disse.
     _ Não... - Após essa palavra, Sabrina desabou num desânimo inexplicável. - Não consigo enxergar sem meus óculos. - Disse Jorge completando a frase.
     _ Onde estão os óculos do senhor? - Sabrina perguntou voltando a ficar animada.
     _ Estão em cima da mesa aí na copa. Poderia pegá-lo pra mim por favor?
     _ Eu pego. - Disse Cristian indo até a mesa na copa, pegando o óculos, voltando para a sala e entregando para o velho. - Está aí.
     O velho pegou o óculos, colocou calmamente, e só então olhou novamente para o celular. De repente Jorge arregalou os olhos em um susto e disse rapidamente.
     _ Como você tem a foto de Marcelo no seu celular? - O velho perguntou surpreso.
     Sabrina olhou para os parceiros, deu um sorriso de satisfação e então continuou.
     _ É porque o conhecemos Sr. Jorge. - Ela colocou-se de pé. - Nos damos por satisfeito.
     _ Tudo bem. - Concluiu Jorge voltando a cuidar da esposa que ainda estava em estado de choque.
     Os três parceiros foram para fora da casa e começaram a discutir.
     _ Mais uma vez Guilherme mentiu o nome e está por dois meses envolvido com os parentes e com a própria vítima. - Disse Sabrina.
     _ Isso é mais que suficiente para que um juiz libere um mandado de prisão provisória contra ele. - Afirmou Cristian.
     _ Devemos levar o mais rápido possível essas evidências para Dr. Roberto.
     _ Concordo Mirella. Logo pela manhã afixarei esses dados na pasta e levaremos tudo para Dr. Roberto.
     _ Então vamos Mirella. - Dizia Cristian quando o celular de Sabrina toca.
     _ Oi? - Disse Sabrina atendendo o celular. - Como? - Ela pausou para ouvir. - Tudo bem. Estamos indo para aí.
     _ Aconteceu alguma coisa Sabrina? - Mirella perguntou aflita. - Aconteceu sim. A polícia militar foi chamada para atender a uma ocorrência de alguém que encontrou um corpo jogado debaixo de uma ponte. Segundo as características da morte; batem completamente com o estilo de homicídio do assassino em série.
     _ Então vamos lá. - Disse Cristian. - Duas mortes em uma noite. Isso já está ficando demais.



     Os investigadores estavam no outro local do crime, e seguiam em direção ao corpo. Aproximaram, e ambos tomaram um susto quando viram o corpo no chão. A vítima era exatamente igual a primeira vítima da noite. Pareciam irmãs gêmeas. Cristian abaixou e procurou por uma identidade na bolsa da garota, e então pode verificar os dados dela. De acordo que ele olhava o documento, ele ia falando.
     _ O nome dela é Lorena Mercedes. Tem trinta anos como Laura, além das características serem idênticas. Ela levou uma facada no coração semelhante a Laura, além do sangue também ter escapado por todos os orifícios do corpo.
     _ Pelo visto teremos que ir atrás dos pais dela para saber um pouco da vítima. - Dizia Mirella. - Pois segundo a polícia militar, a pessoa que ligou para eles não quis ficar e nem se identificar. - Ela concluiu pegando o celular e se conectando à internet por ele.
     _ Como alguém pode ser tão parecido com outra dessa maneira? - Perguntou Sabrina.
     Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, Mirella interrompeu a conversa.
     _ Gente, não tenho uma boa notícia
     _ O que foi Mirella?
     _ Cristian, pesquisei aqui sobre Lorena Mercedes e descobri que ela era adotada. O problema é que os pais adotivos estão mortos.
     Uma ideia veio até Sabrina como um estalo. E então ela começou a dizer.
     _ Se Lorena era adotada, ela pode ser irmã de Laura. - Vamos voltar até Jorge e perguntar se eles tiveram alguma outra filha e se a deram para adoção.
     _ Faz sentido. Vamos seguir essa pista.
     De volta à casa de Jorge, Cristian foi entrando e procurando por aquele senhor. Quando o viu assentado em uma cadeira na cozinha, Cristian chegou até ele e o saldou novamente.
     _ Perdoe-nos Sr. Jorge, mas precisamos saber de algo muito importante do senhor.
     _ O que foi policial?
     _ Gostaríamos de saber se o senhor teve mais alguma filha além de Laura? - Ele pausou. - Teve alguma filha cujo nome era Lorena?
     _ Não! - Ele começava a chorar quando lembrara da filha. - Laura era nossa única filha. Nós até pensamos em adotar outra garota, mas ela tomou todo o nosso tempo.
     _ Como? - Cristian perguntou surpreso. - A Laura era adotada?
     _ Sim! - Afirmou Jorge não entendendo a surpresa do garoto. - Por que? Nós a adotamos quando ela era um recém nascida ainda.
     _ O senhor tem conhecimento se ela tinha alguma irmã? Irmã gêmea pra ser mais preciso.
     _ Não. Quando adotamos Laura ela era a única. Se ela tivesse uma irmã gêmea, teríamos ficado com ela também.
     _ Esse nome, foram vocês que deram para ela? - Sabrina perguntou entrando no meio do interrogatório.
     _ Não. Laura já veio com esse nome. Nós gostamos, e então ficamos com ele.
     _ Obrigado mais uma vez Sr. Jorge. O senhor nos ajudou a esclarecer algo importante.
     _ Por nada policiais. - Disse ele. - Se precisarem, estarei por aqui.
     Sabrina e Cristian se afastaram da casa, se juntaram a Mirella que havia ficado do lado de fora da casa e começaram a comentar.
     _ Teremos que pesquisar para saber se elas eram irmãs. - Disse Sabrina.
     _ Devemos mesmo. - Afirmou Cristian.
     _ Gente... - Disse Mirella fazendo uma pausa prolongada e pensando, como se tivesse ligando fatos em sua mente. - Vocês perceberam que três das vítimas do assassino eram mulheres adotadas? - Ela pausou e depois continuou. - Larissa, Laura e Lorena. Todas três eram filhas adotivas.
     _ Não havíamos percebido isso! - Disse Cristian absorvendo aquela afirmação. - Nós ainda não sabemos, mas devemos perguntar para o Sr. João, se Eloíse também era adotada.
     Sabrina olhou para os parceiros, totalmente surpresa com o desenrolar daquele caso, e em seguida ela olhou para o relógio.
     _ Vamos agora para a delegacia. - Sabrina afirmou ansiosa. - Se Eloíse também for filha adotiva, acabamos de descobrir o elo entre as vítimas.
     _ Então vamos logo. - Disse Cristian encarando as parceiras. - Não podemos perder mais tempo.
***




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