Translate / Tradutor

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 14 - Filho da Puta



     Quando Sabrina terminou de contar para Cristian o que aconteceu, ele ficou assustado com o rumo que as coisas estavam tomando. Alguém estava investindo pesado para sumir com as provas e descobertas sobre o caso; que meio sem querer, acabou desvendando o caso dos assaltos da área leste da cidade; e estavam conseguindo ótimas pistas sobre os homicídios. Quem estaria por trás dessa tentativa de assalto? Seriam bandidos dos mafiosos dos assaltos ou seriam bandidos envolvidos com o assassino em série? Sabrina parou para recapitular quem poderia estar por trás desse ataque a ela, e teve que parar imediatamente quando um calafrio subiu pela sua espinha. - "Não quero nem pensar nisso! Espero mesmo que não seja você!" - Pensava a investigadora. Então ela ligou seu carro e seguiu para casa, observando o tempo todo nos retrovisores para ter a certeza que ninguém a seguia.


     Quando Cristian e Mirella chegaram à delegacia, havia alguns investigadores tentando entrar na sala de arquivos. Eles digitavam insistentemente suas senhas para ver se dava certo, mas nada resolvia. Sabrina acabava de sair da sala de Dr. Roberto, pois ela fora informá-lo do ocorrido com ela. Assim que Sabrina viu Mirella, foi logo perguntando.
     _ Trouxe a pasta? - Ela se aproximava da porta da sala de arquivos, onde Cristian e Mirella tentava avisar aos outros colegas que havia dado um problema. - Ela está aí com você?
     _ Está sim! - Afirmou Mirella entregando a pasta para Sabrina.
     _ Ainda bem que estava com vocês. - Ela sorriu e olhou aquele povo reclamando da porta travada. - Onde está o Fred para consertar essa porta?
     _ Ele não chegou ainda. - Disse um dos investigadores. - O pior que preciso pegar informações de um caso que estou cuidando que estão aí dentro. - Ele olhou para Sabrina. - O de nós todos na verdade. Hoje não vai ter como trabalhar.
     Dr. Roberto se aproximava do tumulto já perguntando o que estava acontecendo. E os policiais informaram. Ele perguntou por Fred e teve a mesma resposta que Sabrina teve. O delegado ia ligar para Fred, quando Mirella o interrompe.
     _ Dr. Roberto, eu posso tentar resolver esse problema?
     _ Você sabe mexer com essas tecnologias Mirella?
     _ Sim doutor! Sou especialista em informática. - Ela sorriu. - Sou uma espécie de hacker. No bom sentido é claro.
     _ Então pode ver o que consegue fazer. - Ele olhou para a novata. - Você quer ir até a sala do CPD?
     _ Não doutor! - Ela pegou o próprio celular, olhou na bolsa e tirou um cabo. - Eu tenho meu próprio material. - Completou a moça se aproximando do painel digital; abrindo-o; conectando um lado do cabo no painel e o outro no celular; olhando para o celular ela começa a mexer no aparelho.
     A novata olhava para o celular e mexia de uma forma bem concentrada. Enquanto ela fazia isso, Cristian viajava na sensualidade da garota. Ele a olhava com desejo, e ficava pensando mil e uma maneiras de como dar uns tratos nela. Ele voltou do pensamento quando Mirella começou a falar.
     _ Isso não foi um problema qualquer. - Ela parou de falar quando lembrou que não estava sozinha com os parceiros. - Está pronto gente. Desbloqueei a porta. Podem digitar a senha de vocês. - Ela desconectou os cabos e guardou tudo na bolsa. Então olhando para o delegado, ela falou. - Dr. Roberto, aproveitei que já havia entrado no sistema, e cadastrei uma senha pra mim.
     _ Fez muito bem! Pois eu iria pedir isso ao Fred. - Concluiu o delegado indo para a sala dele.
     Os outros policiais entraram na sala de arquivos e acabaram deixando Cristian, Sabrina e Mirella sozinhos. A novata olhou para os parceiros e começou a dizer.
     _ Tem algum lugar discreto aqui que possamos conversar sozinhos?
     _ Vamos para a cozinha. Uma hora dessas lá não tem ninguém.
     _ Concordo com a Sabrina. - Disse Cristian olhando para Mirella e a desejando ainda.
     _ Então vamos até lá. Preciso falar algo com vocês.
     Os três andaram até a cozinha e então Mirella começou a dizer.
     _ O problema no painel da porta de arquivos não foi um problema qualquer. - Ela dizia olhando seriamente para os parceiros. - Alguém acessou o controle central do painel e bloqueou a porta. 
     _ Qualquer um da delegacia conseguiria fazer isso? - Perguntou Sabrina com medo da resposta.
     _ Não! - Afirmou Mirella olhando para Sabrina. - Para ter feito o que fizeram com aquele painel eletrônico, é preciso ter um vasto conhecimento de informática. Não é tão fácil fazer o que foi feito. - Ela continuava encarando Sabrina. - Digo isso porque deu trabalho para que eu conseguisse desfazer, e são raras as vezes que alguma coisa desse tipo me da trabalho. - Ela respirou um pouco e então continuou. - Quem fez, sabia muito bem do que estava fazendo. - Mirella teve receio de perguntar, mas então continuou. - Sabrina, você conhece mais alguém além do Fred, que tem um vasto conhecimento em informática nessa delegacia?
     _ Aqui na delegacia tem três investigadores que trabalham na sala do CPD! - Ela pausou. - O Fred é o chefe deles. Você está achando que foi o Fred que fez isso?
     _ Eu não estou achando nada. - Ela continuou. - Enquanto eu desbloqueava a porta, eu puxei no banco de dados do sistema do painel, quem foi a última pessoa que havia acessado aquela porta. Quem vocês acham que foi?
     _ O Fred! - Disse Cristian sem pensar.
     _ Isso mesmo. - Falou Mirella. - Mas isso não quer dizer que foi ele quem fez isso. Isso só prova que o Fred foi o último a entrar na sala.
     _ Mas o que ele queria nessa sala? - Perguntou Cristian. - Ele não se envolve diretamente nos casos, e nem tem nada para arquivar naquela sala. - Cristian fez uma pausa e olhou para Sabrina. - Então o que ele queria dentro daquela sala?
     _ Nada! - Disse Sabrina nervosa. - Vamos até ao necrotério, precisamos conversar com os legistas. Talvez eles tenham algo de importante para nos contar sobre as vítimas.
     E seguiram os três para o necrotério sem tocar mais no assunto do painel eletrônico da porta.



     Miguel Matarazzo foi levado até a sala de interrogatório para conversar com seu advogado. Um homem bem vestido, e com uma pasta na mão, entrou na sala de interrogatório e começou a ter uma conversa com Miguel. O tempo todo tinha um investigador acompanhando a conversa. Aparentemente eles tiveram uma conversa normal, e Miguel pedia que ele cuidasse do caso dele e que fizesse de tudo para que ele saísse dessa o mais rápido possível. Depois de conversarem cerca de vinte minutos, Miguel agradeceu o advogado, colocou-se de pé e apertou a mão dele. Mas na mão que ele saudou o advogado, havia um pedaço de papel. O advogado percebeu que Miguel o entregava alguma coisa, mas não teve reação alguma para que o investigador na sala não percebesse. Então o advogado saiu da sala e seguiu seu caminho, enquanto Miguel Matarazzo voltava para sua cela.



     Cristian, Sabrina e Mirella foram convocados a comparecerem cedo na delegacia, pois teriam que participar da escolta de Miguel até a casa dele, para que o suspeito pudesse pegar a gravação que ele alegava ter feito contra João Salomão. Pois somente com essa gravação, o juiz expediria um mandado de prisão contra o velho.  Além dos três investigadores, haviam mais quatro policias civis fortemente armados com fuzis, que seguiam a viatura que estavam Cristian, Sabrina, Mirella e Miguel. Eles andaram cerca de meia hora até parar de frente a casa do Miguel; casa esta que Cristian e Sabrina fizeram campana esperando Miguel aparecer, e quem só apareceu fora um comparsa dele. Os quatro policiais com fuzis desceram da viatura e entraram na casa procurado por possíveis ajudantes. Eles temiam uma tentativa de resgate. Depois de confirmado que tudo estava limpo, os quatro policiais saíram e pararam em volta da casa para manter a segurança da área, enquanto Sabrina descia Miguel da viatura e o conduzia para dentro da casa. Cristian e Mirella seguiam logo atrás com armas em punho, atentos a qualquer tipo de armadilha. De repente tiros vieram de fora da casa, obrigando todos que estavam do lado de dentro procurarem abrigo. Cristian e Mirella olharam pela janela e viram os policiais do lado externo também abrigados revidando os tiros, mas alguns acabavam acertando o interior da casa. Mirella e Cristian começaram a atirar de dentro da casa, enquanto Sabrina segurava Miguel, também agachados atrás de uma parede.
     _ Você que armou isso, não foi Miguel? - Perguntou Sabrina.
     _ Claro que não! - Disse ele olhado para o quarto que era dele. - Você acha que se eu tivesse ajeitado isso, eles estariam mandando bala aqui pra dentro pra eu correr o risco de levar um tido e morrer? Isso deve ser coisa daquele velho querendo me eliminar. - Ele olhou para Sabrina. - Já ouviu falar em queima de arquivo?
     _ Já sim. Mas não acredito muito nessa sua história não.
     _ O compartimento falso fica dentro do quarto. Do meu quarto. - Disse Miguel apontando para o quarto dele. - Deixe eu ir até lá. Eu entro, pego a gravação e te entrego. - Ele falava tranquilamente. - Você pode olhar. O quarto não têm janelas. - Ele sorriu. - Então não há como eu fugir. Deixe eu pegar a gravação para a gente ir embora daqui. Não quero morrer baleado dentro da minha própria casa.
     Sabrina se arrastou até a porta do quarto e segurando a pistola apontada para Miguel, ela olhou rapidamente para o interior. Miguel realmente estava falando a verdade, o quarto não tinha janela.
     _ Você dorme em um quarto sem janela por qual motivo?
     _ Não queria correr o risco de levar um tiro enquanto eu dormia. Então fiz um quarto sem janela.
     _ Você é mesmo louco! - Afirmou Sabrina fazendo sinal para que ele entrasse no quarto. - Vá rápido. Pegue a gravação e vamos embora.
     Sabrina ficou na porta vigiando pelo lado de fora, enquanto Miguel entrava e pegava a gravação. Ela via que ele arrastava a cama de lugar; puxava o tapete para outro canto do quarto, e então começava a puxar uma comporta. Mais tiros vieram do lado de fora, fazendo Sabrina deitar no chão. Ela teve que se desligar por alguns minutos de Miguel, até que ele chamou por ela.
     _ Segura investigadora! Disse Miguel jogando o DVD embalado em uma capa de proteção. - Prenda aquele velho safado.
     _ Agora vamos Miguel. - Disse Sabrina pegado o DVD do chão e mirando a pistola para Miguel.
     _ Já te dei o DVD Sabrina. - Ele sorria em pé ao lado da porta do quarto. - Quanto a eu ter que ir com vocês... - Ele pausou rapidamente. - Isso é outra história! - Ele concluiu fechando a porta do quarto.
     Sabrina levantou-se rapidamente e gritou para os parceiros.
     _ O Miguel está tentando fugir.
     Cristian e Mirella saíram da janela e vieram na direção de Sabrina e tentava abrir a porta do quarto que estava trancada por dentro. Ela vendo que não conseguiria abrir fazendo força, apontou sua pistola para a fechadura e efetuou dois disparos, que desbloquearam a porta. Quando Sabrina abriu a porta, logo de cara ela avistou um relógio afixado a algumas bananas de dinamite. Imediatamente a investigadora fechou a porta e gritou.
     _ Se abaixem. - Disse ela se jogando no chão. - Tem uma bomba!
     Os parceiros de Sabrina ouvindo aquilo, se laçaram no chão o mais rápido que conseguiram. Questão de segundos depois, veio a explosão, estremecendo a casa e jogando a porta do quarto toda estraçalhada a metros de distância. 
     _ Filho da puta. - Foram as últimas palavras de Sabrina antes de apagar.
***





Obs.:Para comentar, basta clicar na palavra COMENTÁRIOS abaixo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para postar um comentário, você deve digitar sua mensagem onde está escrito DIGITE SEU COMENTÁRIO.
Quando tiver concluído, dê um clique na seta de frente para COMENTAR COMO e selecione a última opção, cujo nome será ANÔNIMO.

Depois de feito isso, basta clicar em publicar.

Pronto! Seu comentário aparecerá abaixo do conto.